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sábado, 14 de maio de 2011

Lumen Gentium - Novo modo de ser Igreja

Matéria publicada na edição de maio/2011


Ao convocar o Concílio Vaticano II, o Papa João XXIII tinha um objetivo bastante claro: aggiornamento (atualização) da Igreja diante das questões postas pela sociedade da época.
A constituição sobre a Igreja - Lumen Gentium - torna-se como que o tronco do Concílio e representa, no campo da eclesiologia, uma autêntica revolução. Surge um novo modo de ser e de compreender a Igreja. De um modelo de Igreja como sociedade perfeita passa-se agora a uma pluralidade de imagens, complementares entre si e orientadas pela perspectiva do mistério e da Trindade.
O documento final  foi promulgado a 21 de Novembro de 1964, após receber 2151 votos a favor e apenas cinco contra. É composto por oito capítulos, onde se descreve diferentes aspectos da Igreja.
No primeiro capítulo somos introduzidos no «mistério da Igreja»: a Igreja é o reino já presente em mistério e cresce pelo poder de Deus; «é o povo congregado na unidade do Pai e do Filho e do Espírito Santo» (LG 4). Resgata-se uma série de imagens que desde as origens do cristianismo representaram a Igreja: rebanho, lavoura de Deus, edifício, Jerusalém do alto, templo do Espírito e corpo de Cristo com diferentes membros, guiados pela única cabeça: Cristo, que é a Luz dos Povos.
O segundo apresenta desenvolvimento histórico da Igreja. O novo povo de Deus, uno e universal, é formado por todos os que crêem. Na nova aliança, todos são chamados a ir e batizar, segundo a ordem de Cristo em Mt 28,18-20, constituindo assim uma Igreja missionária.
O terceiro e o quarto capítulos descrevem a estrutura orgânica da Igreja. Todos os batizados, fiéis ou pastores, têm a mesma vocação fundamental e são associados à mesma missão. Os leigos, cada vez mais valorizados, são chamados à santidade a partir da sua vida de inserção no mundo. Para tal é sempre atual a necessidade de se investir na formação e na participação dos leigos na vida eclesial.
O Concílio pede que entre pastores e fiéis haja uma «comunidade de relações» e um mútuo apoio, pois todos são «chamados à santidade». Este é o tema do quinto e do sexto capítulos. A missão essencial da Igreja é a santificação: a Igreja é santa e todos na Igreja são chamados à santidade.
Nos dois últimos capítulos da Lumen Gentium há a descrição do desenvolvimento escatológico da Igreja e o papel de Maria nesta caminhada, no mistério de Cristo e da Igreja. A Igreja peregrina está em união com a Igreja celeste e só será consumada na glória celeste (LG 48).
Este é provavelmente o documento mais importante do Concílio Vaticano II, pois fez a Igreja refletir sobre a sua essência, sobre a sua origem e constituição interna. A sua redescoberta como mistério marca este retorno às origens ao mesmo tempo em que se abre a todas as novidades trazidas pelos novos tempos. A conscientização da Igreja como mistério ligado ao mistério de Cristo e não como sociedade deu um novo rumo e apontou caminhos interessantes que infelizmente não foram bem explorados ao longo destes quase 47 anos. Há muito a ser feito. 

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