Bem vindo ao nosso Blog!

Durante mais de um ano, estivemos presente no seu dia a dia postando aqui as matérias do informativo impresso.

A partir de 2012, não seguiremos com o blog devido a mudanças na equipe e outros fatores.

Mas você ainda pode relembrar as excelentes matérias já publicadas aqui.

A equipe do Informativo agradece a você que tem nos acompanhado por aqui. Que Nossa Senhora de Fátima abençoe sempre seu caminho.


COMENTÁRIOS DA LITURGIA DIÁRIA

Comentários retirados do Diário Bíblico - editora Ave Maria





14/05/2011 – sábado - “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei.”
TEMPO PASCAL – SÃO MATIAS, APÓSTOLO
PRIMEIRA LEITURA: Atos dos Apóstolos 1,15-17.20-26
EVANGELHO: João 15,9-17
É impossível para nós, cristãos, amar Jesus como ele nos amou, pois a medida de seu amor é o amor do Pai por ele, que é infinito. E Deus é Amor. Por ser uma temática fundamental em nossa vida, Jesus insiste no mandamento do amor de uns aos outros com eu vos amo.
Como podemos então expressar a pobreza de nosso amor ao Senhor? O único meio, sempre enfatizado por Jesus, é levar a sério e observar seus mandamento e viver de acordo com eles, na disposição interior de sacrificar tudo, qualquer pessoa ou projeto, que possa impedir ou diminuir nosso seguimento de Cristo.
O amor que Jesus nos pede é parecido com o dele: amor-doação. A retribuição que ele quer não é para ele, mas para os outros. Amar é a experiência central e decisiva do cristianismo.

13/05/2011 – sexta-feira - “Eu sou o pão vivo descido do céu. Quem comer deste pão viverá eternamente.”
TEMPO PASCAL – NOSSA SENHORA DE FÁTIMA
PRIMEIRA LEITURA: Atos dos Apóstolos 9,1-20
EVANGELHO: João 6,52-59
Hoje Jesus atinge  o ponto mais profundo de sua mensagem e anuncia a Eucaristia no pão e no vinho consagrados, que são verdadeiramente seu Corpo e seu Sangue, e onde a vida e a liberdade podem ser encontradas.
Comer e beber a carne de Cristo é a condição de eternidade que a Eucaristia celebra e convoca. Comendo sua carne e bebendo seu sangue unimo-nos sacramentalmente à sua Paixão e Morte, para podermos partilhar também de sua vida plena, que se inicia aqui na terra, na prática da comunidade cristã, culminando na eternidade.
Jesus declara que seu amor o leva a dar a ávida, realizada com sua morte e ressurreição e atualizada pela Eucaristia.

12/05/2011 – quinta-feira - “Jesus insiste na necessidade de crer.”
TEMPO PASCAL
PRIMEIRA LEITURA: Atos dos Apóstolos 8,26-40
EVANGELHO: João 6,44-51
O fato de crer em Jesus, doador da vida, provoca um novo êxodo, um direcionamento novo para toda a existência. Faz-nos abrir os olhos e perceber que vivemos em um mundo no qual a morte procura sufocar a vida a todo custo. Isso nos faz unir as forças para que a vida se manifeste do jeito que Deus quer, para todos.
O homem sente atração por Deus, e só Jesus pode satisfazer essa necessidade. Só se conhece a Deus ao experimentá-lo pessoalmente na vida através da oração, da contemplação e na ajuda ao próximo. Em Jesus é possível conhecer Deus, nutrir-se dele, unir-se a ele pela Eucaristia.
O evangelista utiliza a célebre expressão Eu sou que é uma fórmula de revelação e coloca em realce o que Jesus é para o homem. A aceitação do Eu sou nos introduz no terreno da revelação, da fé e da vida.

11/05/2011 – quarta-feira - “Jesus, fonte inesgotável de vida.”
TEMPO PASCAL
PRIMEIRA LEITURA: Atos dos Apóstolos 8,1b-8
EVANGELHO: João 6,35-40
Jesus prossegue com os seus discursos em Cafarnaum e continua a apresentar a fé como a maior exigência feita àqueles que querem segui-lo.
O discurso de Jesus começa com uma grande declaração: Eu sou o pão da vida. Esta declaração é muito importante por duas razões: em primeiro lugar, é a primeira de uma série de autodefinições que aparecem no transcorrer do evangelho de João (eu sou a luz; sou a ressurreição e vida; sou o caminho, a verdade e a vida...); em segundo lugar, ao afirmar Eu sou, assume o nome de Deus, que apareceu pela primeira vez no livro do Êxodo, com um Deus libertador.
Ele continua a aprofundar a qualidade da fé, que é a própria adesão à sua pessoa. É preciso que seja visto como o enviado do Pai, como a fonte inesgotável de vida. Só essa fé verdadeira, pregada por Cristo, é capaz de dar um novo significado a toda a nossa vida.

10/05/2011 – terça-feira - “O verdadeiro pão do céu.”
TEMPO PASCAL
PRIMEIRA LEITURA: Atos dos Apóstolos 7,51_8,1a
EVANGELHO: João 6,30-35
Crer em Jesus possibilita-nos entender o significado de toda sua vida e obra. Jesus, em resposta, dá o pão, símbolo múltiplo da vida nova que ele veio trazer a todo aquele que nele crer.
A Eucaristia a que Jesus se refere aqui é a comprovação de tudo por que o homem anseia e de que precisa para saciar-se. Deus faz-se alimento para ser acessível e sensível à nossa fome que só ele sacia.
Ao mesmo tempo, a Eucaristia (Deus alimento) possibilita-nos aprender o modo de ser pão para os outros, partilhando, multiplicando, doando-nos plenamente para que a unidade se estabeleça e assim todos sejam saciados.
Jesus exige muito mais. Ele exige ser aceito como revelador do Pai. Precisamos acreditar que o Pão da Vida que ele oferece seja capaz de satisfazer para sempre as nossas profundas necessidades e da sociedade.

09/05/2011 – segunda-feira - “Por que vocês me procuram?”
TEMPO PASCAL
PRIMEIRA LEITURA: Atos dos Apóstolos 6,8-15
EVANGELHO: João 6,22-29
Na multiplicação dos pães, muitos seguiram Jesus por motivos incertos, por interesses predominantemente temporais.
Neste diálogo, constatam-se duas mentalidades: a judaica, que se fundamenta nas obras; e a cristã que se baseia na fé.
A multidão procura Jesus por crer que ele possa resolver sozinho o problema da fome da humanidade.
Jesus pergunta a esses seus seguidores quem está atrás dele por benefícios materiais e quem já se esqueceu dos alimentos que perduram.
O pão que permanece, a solução da carência humana, é Jesus Cristo, dom de Deus ao mundo. Acreditar nas obras de Deus, que não são muitas, é uma só, acreditar no seu Enviado.

08/05/2011 – domingo  - “Jesus caminha conosco.”
3º DOMINGO DA PÁSCOA
PRIMEIRA LEITURA: Atos dos Apóstolos 2,14.22-33
SEGUNDA LEITURA: 1 Pedro 1,17-21
EVANGELHO: Lucas 24,13-35
A ressurreição de Jesus é que torna possíveis a existência da comunidade e a missão a que essa comunidade é confiada. Afirma-se, além disso, que o êxito da missão cristã não depende do esforço humano, mas da presença viva do Senhor ressuscitado nessa comunidade.
Como ressuscitado, o Senhor continua servindo: isso mostra que ele está presente. É servindo que manifestamos e reconhecemos a presença de Cristo entre nós e garantimos o milagre da unidade, da abundância e da igualdade no amor.
Jesus sempre caminha conosco, e sempre estará ao nosso lado para nos fazer entender cada situação da vida, até aquelas mais difíceis.

07/05/2011 – sábado     - “Jesus caminha sobre as águas.”
TEMPO PASCAL
PRIMEIRA LEITURA: Atos dos Apóstolos 6,1-7
EVANGELHO: João 6,16-21
Não é estranha a comparação da vida a um barco, por vezes atormentado por tempestades. O caminho para seguir Jesus é feito de surpresas e até mesmo de escuridão.
No esquema do evangelho de João, esse relato tem como finalidade unir a narrativa da multiplicação dos pães com os dois discursos de Jesus sobre esse milagre.
O fato mesmo é um milagre de epifania ou de revelação, com o esquema clássico: necessidade de ajuda; temor, medo; consolo diante desse temor, o vento se acalma.
Ao caminhar sobre as águas, Jesus revela a sua identidade, a sua natureza: ele é o Senhor da natureza. Ao afirmar Sou eu, não temais, Jesus se dá a conhecer.
É interessante fazermos um pequeno paralelismo com o Antigo Testamento. O milagre dos pães evoca o milagre do Maná no livro do Êxodo. O caminhar sobre as águas evoca a passagem do Mar Vermelho, episódio narrado também no livro do Êxodo.

06/05/2011 – sexta-feira - “O sinal do pão.”
TEMPO PASCAL
PRIMEIRA LEITURA: Atos dos Apóstolos 5,34-42
EVANGELHO: João 6,1-15
Neste relato, o evangelista procura destacar o conhecimento sobre-humano de Jesus. Ele aparece como o Senhor. Toda a situação está sob o seu controle. O poder de Jesus não deve ser mal entendido. Ele aceita ser profeta que havia de vir. Nega ser o rei que eles esperavam.
A multiplicação dos pães é um dos maiores milagres de Jesus narrados pelos quatro evangelhos. Na óptica interpretativa joanina, a multiplicação dos pães é também a da Eucaristia. Jesus se revela como o Pão da Vida.
Uma grande multidão tinha-se agregado a Jesus por causa dos gestos de solidariedade e de libertação que ele tinha demonstrado em relação aos pobres e aflitos.
Jesus não elimina a “fome humana” de modo completamente independente. Ele assume o que já existe – pães e peixes – dando graças ao Pai, que já concedeu estes dons e que o ouve sempre.

05/05/2011 – quinta-feira - “Crer ou não crer?”
TEMPO PASCAL
PRIMEIRA LEITURA: Atos dos Apóstolos 5,27-33
EVANGELHO: João 3,31-36
Há uma decisão muito importante a tomar em nossa vida: crer ou não crer. Não crer em Cristo significa perder o sentido da vida e perder-se também na busca de Deus. Crer em Cristo é crer em Deus, e recusá-lo é recusar a Deus.
O desafio permanece: cremos, ou não, em Cristo? Jesus é o Revelador. Ele o é porque possui a plenitude do Espírito, de forma permanente. Nisso ele se distingue dos homens aos quais se concedeu o Espírito: era-lhes concedido ocasionalmente para que cumprissem determinada missão.
No final, o evangelista nos faz uma síntese perfeita do diálogo entre Jesus e Nicodemos: o Pai ama o Filho, como o demonstra a autoridade que lhe foi conferida em ordem a dar a vida eterna àqueles que creem nele.
O importante para o homem é aceitá-lo com fé. Fazer isso significa entrar em relação com Deus.

04/05/2011 – quarta-feira - “Deus amou tanto o mundo...”
TEMPO PASCAL
PRIMEIRA LEITURA: Atos dos Apóstolos 5,17-26
EVANGELHO: João 3,16-21
Deus ama a cada um de nós pessoal, profunda e eternamente. É esse amor que salva o mundo. Jesus, como uma luz, veio iluminar nossa existência com essa certeza. Acreditar nesse amor, manifestado e revelado em Cristo, nos tira das trevas e nos mostra a verdade. A grande obra de Deus é Cristo.
A cruz não é o lugar da máxima humilhação, mas um aspecto da elevação. Na elevação à cruz inclui-se a exaltação à glória. Nessa elevação, o evangelista acentua as seguintes ideias: a vitória sobre o príncipe deste mundo; a participação do homem mediante a fé; a morte como passagem necessária.
Para João, o julgamento realiza-se aqui e agora pela atitude do homem diante do Revelador. Deus enviou seu Filho ao mundo para que o homem possa salvar-se.  Deus faz a oferta da vida, oferta esta que continua aberta. Deve ser aceita na fé. O contrário equivale à autoexclusão da vida.

03/05/2011 – terça-feira - “Aquele que me viu, viu também o Pai.”
TEMPO PASCAL – SÃO FILIPE E SÃO TIAGO, apóstolos
PRIMEIRA LEITURA: 1 Coríntios 15,1-8
EVANGELHO: João 14,6-14
Jesus se revela por meio de respostas a duas pergunta.
A Tomé, Jesus se define: Eu sou o caminho, a verdade e a vida.
Evidentemente, uma pessoa não é um caminho, mas pode ser o meio para chegar a outra. É isto o que significa a autoapresentação de Jesus: ele é o meio único para se chegar ao Pai.
À segunda, por parte de Filipe, que ainda não tinha conseguido compreendê-lo – Mostra-nos o Pai -, Jesus responde perguntando: Não credes que estou no Pai, e que o Pai está em mim?
Esta resposta concerne a todos aqueles que se consideram a sim mesmos como reveladores ou manifestadores de Deus. A pergunta de Filipe mostra que ele aguardava uma teofania da Revelação de Jesus ao estilo das teofanias do Antigo Testamento, nas quais havia raios, trovões, fogo e terremoto.

02/05/2011 – segunda-feira - “É preciso nascer da água e do Espírito.”
TEMPO PASCAL
PRIMEIRA LEITURA: Atos dos Apóstolos 4,23-31
EVANGELHO: João 3,1-8
Sentimos de alguma maneira o desejo de ser mais, ultrapassar nossos limites de conhecimento, de experiência e atingir o essencial, que é invisível.
Precisamos nascer todos os dias, para estarmos novos na abertura para o grande mistério da vida. Porque Cristo ressuscitou dos mortos e enviou seu Espírito, nós, fiéis, podemos “nascer de novo”. E Nicodemos, não tinha “nascido outra vez”?
O que significa “nascer outra vez”? Significa deixar agir o Espírito de Deus que habita em nós e nos dará a possibilidade de viver e agir conforme os princípios da fé e do amor, de nos descobrirmos cada dia e desfrutar da vida em sua plenitude. Isso quer dizer que Jesus nos transforma por dentro e nos possibilita viver uma nova e definitiva dimensão da nossa existência para Deus e para os outros.

01/05/2011 – domingo - “Os discípulos alegraram-se ao ver o Senhor.”
2º DOMINGO DA PÁSCOA
PRIMEIRA LEITURA: Atos dos Apóstolos 2,42-47
SEGUNDA LEITURA: 1 Pedro 1,3-9
EVANGELHO: João 20,19-31
O texto apresenta três cenas:
Primeira: O encontro de Jesus com os discípulos, no primeiro dia da semana, dia da assembleia dominical, o Espírito de Deus é dado pelo ressuscitado, para renovar os homens, purificando-os do pecado.
Segunda: O encontro com Tomé. Este é aqui um símbolo dos cristãos de todas as épocas. Representa aqueles que não confiam na comunidade e nem nos sinais da vida nova que nele se manifestam. É colocada na boca desse apóstolo a típica profissão de fé da comunidade cristã de qualquer época: Meu Senhor e meu Deus.
Terceira: O encerramento dos episódios da vida, paixão, morte e ressurreição de Jesus.
A finalidade é levar os leitores à fé em Jesus, reconhecendo-o como Messias, Filho de Deus, e para que, continuando a crer, vivam a vida autêntica, inseridos na missão de Jesus, que é testemunhar o amor.
Por fim, a primeira comunidade teve o privilégio de ver e perceber o ressuscitado, as gerações posteriores deverão crer pelo testemunho da fé.

30/04/2011 – sábado - “Proclamai o Evangelho a toda criatura.”
OITAVA DA PÁSCOA
PRIMEIRA LEITURA: Atos dos Apóstolos 4,13-21
EVANGELHO: Marcos 16,9-15
A fé se baseia no testemunho dos que viveram a experiência do Ressuscitado. Os discípulos não creram porque, fechados em sua dor, endureceram seu coração. O coração endurecido pelo egoísmo, pelas preocupações tem impedido muitos de crerem.
É necessário pregar o Evangelho a todas as criaturas, apresentar-lhes Jesus, o centro de nossa fé, que possibilita crer na Ressurreição deste mundo, de nossa vida. Acreditar é um ato de fé, de testemunho, de adesão à realidade do homem salvo e resgatado por Cristo. Depende de nós a missão de irmos todos os dias para o nosso mundo, pregando o Evangelho com o testemunho de que acreditamos em Jesus ressuscitado.
Essa missão é a de proclamar o Evangelho a toda criatura, um Evangelho que obriga a tomar uma posição, que se transforma iniludivelmente em juízo de salvação ou de condenação e que, já a partir de agora, manifesta sua eficácia em quem o acolhe com fé.

29/04/2011 – sexta-feira - “Missão evangelizadora da Igreja.”
OITAVA DA PÁSCOA
PRIMEIRA LEITURA: Atos dos Apóstolos 4,1-12
EVANGELHO: João 21,1-14
A pesca milagrosa simboliza a missão da Igreja, encontramos neste texto de hoje vários símbolos próprios da Igreja: a pesca em si, a rede que não se rompeu, peixe, o barco, a refeição...
O aparecimento do Ressuscitado na pesca milagrosa ilumina a promessa que Jesus tinha feito aos seus discípulos no momento do chamado: vos farei pescadores de homens.
A ressurreição de Jesus é que torna possível a existência da comunidade e a missão a que essa comunidade é confiada. Afirma-se, além disso, que o êxito da missão cristã não depende do esforço humano, mas da presença viva do Senhor ressuscitado nessa comunidade.
Como ressuscitado, o Senhor continua servindo: isso mostra que ele está presente. É servindo que manifestamos e reconhecemos a presença de Cristo entre nós e garantimos o milagre da unidade, da abundância e da igualdade no amor.

28/04/2011 – quinta-feira - “Encontros humanos são encontros de Ressurreição.”
OITAVA DA PÁSCOA
PRIMEIRA LEITURA: Atos dos Apóstolos 3,11-26
EVANGELHO: Lucas 24,35-48
Encontros humanos são encontros de Ressurreição. A ressurreição é realidade. O evangelho de hoje é continuação do texto da passagem de ontem, a dos discípulos de Emaús, que tiveram a experiência da ressurreição e da presença do Ressuscitado ao longo do caminho. Essa experiência pessoal é o fundamento da fé dos cristãos de todos os tempos.
A palavra de Cristo contém a força de Deus, porque dela provém realizando aquilo que anuncia. A mensagem da Páscoa prolonga-se em cada ato humano, em cada movimento de vida na criação. Tudo o que perturba o coração do homem provém da hesitação em crer. A presença do Ressuscitado desbloqueia qualquer limite e revela elementos de compreensão do mistério do homem, da vida e de Deus.
A reação dos discípulos indica que a Ressurreição de Jesus é um mistério de salvação que supera a pura verificação experimental.

27/04/2011 – quarta-feira - “De que estais falando? E por que estais tristes?”
OITAVA DA PÁSCOA
PRIMEIRA LEITURA: Atos dos Apóstolos 3,1-10
EVANGELHO: Lucas 24,13-35

A estrada para Emaús é a estrada da nossa fé, o itinerário de nossa peregrinação. Aqui temos os elementos essenciais do querigma apostólico, que são: o resumo da vida pública, a paixão e a morte de Jesus.
Interrogados por Jesus sobre o ocorrido em Jerusalém, os dois personagens nos dão uma síntese da proclamação eclesial sobre Jesus, mas somente até a morte.
A parte principal está na explicação das Escrituras (Antigo Testamento – profecias) e a proclamação da Ressurreição é atribuída ao próprio Jesus ressuscitado.
É pela fé em Jesus ressuscitado que você, caro leitor, pode entender o sentido e a atualidade da Palavra de Deus, reconhecendo na comunidade e na Eucaristia sua presença misteriosa e real.

26/04/2011 – terça-feira - “Mulher, por que choras?”
OITAVA DA PÁSCOA
PRIMEIRA LEITURA: Atos dos Apóstolos 2,36-41
EVANGELHO: João 20,11-18
Há no evangelho de hoje uma tríplice dimensão das narrativas das aparições. Temos uma iniciativa, um reconhecimento e uma missão a ser desempenhada.
Diante da pergunta do anjo: Mulher, por que choras? Maria explica ao anjo o fato que tiraram o Senhor do Sepulcro. Nisso, Jesus aparece. Ela o chama de Rabôni, título familiar de rabi (mestre).
Maria recebe a missão de transmitir a mensagem aos irmãos. O conhecimento do Ressuscitado não se dá por um mero encontro com Jesus, mas por intermédio de sua presença, embora passe a permanecer ainda como um desconhecido.
Nesse encontro de Maria com Jesus, o evangelho quer nos levar a compreender o novo modo da presença do Senhor, o novo modo de entrar em contato com ele. Esse novo modo se liga a seu novo modo de “estar com o Pai”. Subo para meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus.

25/04/2011 – segunda-feira - “Jesus, o Ressuscitado, aparece às mulheres.”
OITAVA DA PÁSCOA
PRIMEIRA LEITURA: Atos dos Apóstolos 2,14.22-32
EVANGELHO: Mateus 28,8-15
Jesus Ressuscitado aparece às mulheres. A mensagem deste fato é o maior acontecimento da história do cristianismo. O ser humano é o destinatário principal deste grande e alegre anúncio: “Jesus ressuscitou”.
Há toda uma cadeia de comunicação: o Ressuscitado comunica-se com as mulheres. Estas, por sua vez, comunicam-se com os discípulos.
Os sinais da presença de Cristo são o pão eucarístico, a Palavra e o amor recíproco, generoso e desinteressado. Os sinais extraordinários que o evangelho descreve simbolizam a presença do Reino onde não haverá inimizades, rivalidades entre as pessoas.
A nova forma da presença de Jesus possibilita que os discípulos se espalhem pelo mundo, levando a todos os povos a Boa-Nova do Evangelho.

24/04/2011 – domingo  - “Jesus ressuscitou!”
DOMINGO DA PÁSCOA DO SENHOR
PRIMEIRA LEITURA: Atos dos Apóstolos 10,34a.37-43
SEGUNDA LEITURA: Colossenses 3,1-4
EVANGELHO: João 20,1-9
O evangelho de hoje é chamado de “o itinerário da fé”, pois nos coloca diante da trajetória dos apóstolos até a fé na ressurreição. Esta proclamação: “Jesus ressuscitou”, que é a Páscoa, é o centro da vida cristã. Nesse dia não celebramos a memória de um herói morto, mas a presença de um Vivo e Vivente, Jesus de Nazaré, o Messias, o Filho de Deus.
A ressurreição de Jesus projeta uma luz explicativa sobre essa realidade tão vital: a razão de nossa vida, a nossa postura diante da morte. Por meio da ressurreição, o homem desabrocha totalmente, é a realização completa e plena de todo o ser humano. A Páscoa é a festa da vida, vida do Cristo Ressuscitado e de todos os Cristãos.
O evangelho da ressurreição de hoje destaca três elementos-chave:
a)      SEPULCRO VAZIO: Maria Madalena vai ao sepulcro e nota que a
pedra fora retirada. Isto significa que a terra produziu o seu fruto, germinou e fez brotar a semente da vida. Enfim, o sepulcro não é lugar de tristeza, de desolação, mas de esperança;
b)      O GESTO DO AMOR: é a atitude de João, o discípulo amado, que vê
os sinais e acredita. Somente o amor faz reconhecer o Jesus Ressuscitado que aparece várias vezes;
c)       O TESTEMUNHO DE CRISTO RESSUSCITADO: Maria Madalena
torna-se a primeira mensageira e anuncia que Cristo Ressuscitou.
                O anúncio da “ressurreição de Jesus”, a Páscoa, é também o anúncio de uma nova etapa na história da humanidade. Existe agora uma nova possibilidade de um novo projeto: iluminar o mundo, ressuscitá-lo para que sejamos homens novos de verdade.

23/04/2011 – sábado - “Túmulo aberto e a mensagem pascal.”
SÁBADO SANTO VIGÍLIA PASCAL – TRÍDUO PASCAL
Para a Vigília Pascal, propõem-se nove leituras: 7 do Antigo Testamento e 2 do Novo Testamento. Por razões particulares, podem ser reduzidas a cinco leituras: 3 do Antigo Testamento e 2 do Novo Testamento. Não deve ser omitida a leitura do livro do Êxodo.
EVANGELHO: Mateus 28,1-10
Celebramos a Vigília Pascal. A vida quer a vida, e não a morte. A Ressurreição de Jesus é o milagre do começo da vida, vida nova a partir da morte. É preciso sublinhar a realidade simbolizada pelo fogo, pela luz e pela água.
O fogo é sinal da presença de Deus na história, em suas manifestações de salvação. A luz é o símbolo da vida. Representa a presença de Cristo que é vida e oferece a vida ao homem. A água é também símbolo de vida, que é comunicada ao cristão quando ele renasce no Batismo para um mundo novo.
O Círio Pascal, aceso com o fogo novo, luz que surge das trevas, representa Cristo ressuscitado, vitorioso sobre a morte e Senhor da história.

22/04/2011 – sexta-feira - “Jesus morre na cruz por cada um de nós.”
SEXTA-FEIRA DA SEMANA SANTA – TRÍDUO PASCAL
PRIMEIRA LEITURA: Isaías 52,13-53,12
SEGUNDA LEITURA: Hebreus 4,14-16;5,7-9
EVANGELHO: João 18,1-19,42
É a cruz que nos permite conhecer a Deus até o fim, saber aonde Deus vai: até a ressurreição. Ela é expressão de seu amor que não se explica mais com palavras. É puro amor.
É o momento em que Jesus revela sua glória. É um Jesus consciente, poderoso e glorioso que caminha para a cruz.
João tem como base teológica a consideração de Jesus como Senhor. Inclusive, na paixão, ele demonstra seu senhorio único. Não somente se defronta coma morte voluntariamente, mas ele mesmo é a figura principal que dirige todos os acontecimentos que a cercam.



21/04/2011 – quinta-feira - “Jesus lava os pés de seus discípulos.”

QUINTA-FEIRA DA SEMANA SANTA – TRÍDUO PASCAL

PRIMEIRA LEITURA: Êxodo 12,1-8.11-14
SEGUNDA LEITURA: 1 Coríntios 11,23-26
EVANGELHO: João 13,1-15
Neste dia, temos a instituição de dois sacramentos: o da Ordem e o da Eucaristia. É noite de alegria. Mas, por outro lado, é também noite de dor, sofrimento. Dois apóstolos dos mais íntimos de Jesus, que ele escolheu para o seguimento, tornaram-se inimigos de Jesus.
Pedro negará Jesus, Judas o trairá. É noite de dor, de traição, de negação, mas, ao mesmo tempo, é noite de salvação e doação da Vida. Amar significa lavar os pés de quem se ama. Amar significa dobrar-se, mas não romper a unidade.
Eucaristia, serviço ao próximo e sacerdócio são dimensões de um mesmo mistério, que em Jesus se manifesta no amor.
Jesus serve e convida a servir, manifestando isso por meio da Eucaristia – sua presença real que sustenta e une – e do sacerdócio – um prolongamento da história de seu amor encarnado.

20/04/2011 – quarta-feira - “Tudo acontece conforme o plano de Deus.”
QUARTA-FEIRA DA SEMANA SANTA
PRIMEIRA LEITURA: Isaías 50,4-9a
EVANGELHO: Mateus 26,14-25
Nos anúncios da paixão que aparecem no transcorrer dos Evangelhos Sinóticos (Mt, Lc, Mc), fala-se que alguém entregará Jesus, e aqui no nosso texto de hoje aparece quem será essa pessoa que o entregará: Judas.
O tema da entrega está presente no transcorrer de todo o relato da paixão, no qual Judas é descrito sistematicamente como aquele que entregou Jesus.
Judas o entrega em troca de dinheiro. Este dado relembra os discípulos sobre o perigo das riquezas. Porém, o mais importante aqui é que na entrega por essas trinta moedas cumpre-se uma profecia do Antigo Testamento: tudo acontece conforme o plano de Deus.
Não devemos nos esquecer de que o sacrifício de Deus, sobre o qual refletiremos nos próximos dias, no Tríduo Pascal, foi causado por nossa solidariedade ao pecado.

19/04/2011 – terça-feira - “O que queres fazer, faze-o depressa!”
TERÇA-FEIRA DA SEMANA SANTA
PRIMEIRA LEITURA: Isaías 49,1-6
EVANGELHO: João 13,21-33.36-38
O evangelho de hoje lembra um dos mais dolorosos sofrimentos de Jesus: o anúncio da traição de Judas e a negação de Pedro.
Jesus viveu sua paixão e abandono por parte de seus discípulos com grande esperança. Jesus confirma seu propósito de amar até o fim. Ele é fiel diante da traição de Judas que o leva a sofrer a solidão dos homens. Na ceia, Jesus revelou com palavras, gestos e atitudes a plenitude do amor. A fraqueza dos homens encoraja Jesus a prosseguir na lógica de Deus.
Neste evangelho existem dois mundos: o de Deus, o do alto, o da verdade, o da vida, o da luz; e o outro do mal, o de baixo, o da mentira, o do ódio, o das trevas.
Seria bom que você, caro leitor, pensasse nesta Semana Santa nas atitudes de Judas e de Pedro. Elas expressam as nossas atitudes, o nosso cotidiano, ora somos Judas, ora Pedro, nós traímos Jesus por palavras (como Pedro), ou traímos Jesus por gestos (como Judas). Mas nosso dia a dia deve ser alimentado pelas atitudes de Jesus: elas significam as possibilidades que todos nós temos, ou seja, a possibilidade da prática do amor.

18/04/2011 – segunda-feira - “Maria guardou esse perfume para o dia da minha sepultura.”

SEGUNDA-FEIRA DA SEMANA SANTA
PRIMEIRA LEITURA: Isaías 42,1-7
EVANGELHO: João 12,1-11
O evangelista João, neste capítulo, introduz dois aspectos: um nos coloca em sintonia com os últimos momentos da vida pública de Jesus, a sua paixão, morte e ressurreição; o outro apresenta uma nova datação cronológica muito importante – os seis dias -, com isso significando a imperfeição, até que chegue a Páscoa, o sétimo dia. O gesto de Maria, ao ungir               os pés de Jesus, mostra um reconhecimento pelo dom da vida que Jesus comunicara ao ressuscitado Lázaro: É o amor que responde ao amor. Maria expressa essa atitude de agradecimento. Maria simboliza o amor que oferece o que há de melhor, e mostra que amor com amor se paga. Na verdade, o amor ressuscita todas as coisas. É também um amor pessoal e, dirigido a Deus, um amor que justifica muitos sacrifícios.
O gesto de Maria, objetivamente considerado, tem um significado que transcende em muito sua intenção pessoal. Inconsciente e involuntariamente, anuncia a morte-glorificação de Jesus.

17/04/2011 – domingo  - “Verdadeiramente este homem era o Filho de Deus.”
DOMINGO DE RAMOS
PRIMEIRA LEITURA: Isaías 50,4-7
SEGUNDA LEITURA: Filipenses 2,6-11
EVANGELHO: Mateus 26,14-27.66
Mateus, judeu convertido, chamado por Cristo para ser um dos apóstolos de sua Igreja, deparou com uma tarefa imensa. Seus compatriotas esperavam (como ele também, um dia) que o Messias fosse um libertador político que finalmente expulsaria os romanos do meio deles.
Mas depois de aprender com Jesus que o Reino de Deus não era como os outros (terrenos), mas estava fundamentado no amor ao próximo, procurou convencer seus patrícios de que Jesus era o Messias esperado. Ele o fez seguidamente ligando os fatos da vida de Jesus às profecias sobre o Messias.
Em todo seu evangelho, após a narração de um milagre, de uma instrução, de um acontecimento, cita implícita ou explicitamente uma passagem bíblica do Antigo Testamento. Como escrevia para uma comunidade de cristãos, vindos do judaísmo, tardou a mostrar Jesus falando sobre o novo reino, sua origem, natureza e seu crescimento.
Curiosamente, Mateus coloca na boca do oficial e dos soldados romanos (impuros, conforme a lei) o importante ato de fé: Verdadeiramente, este homem era Filho de Deus! Isto revela o trabalho de catequese da comunidade de Mateus para convencer os compatriotas que o Reino pregado por Jesus se dirigia a todos, indistintamente.

16/04/2011 – sábado - “A grande pergunta: que faremos?”
5ª SEMANA DA QUARESMA
PRIMEIRA LEITURA: Ezequiel 37,21-28
EVANGELHO: João 11,45-56
A ressurreição de Lázaro é o último milagre (sinal) realizado por Jesus em sua vida pública (totalizando sete milagres – sinais) na óptica do evangelho de São João.
Este milagre é o ápice de uma série de sete e provoca dois tipos de reação no povo: “muitos dos judeus, que tinham vindo à casa de Maria, tendo visto o que ele fizera, creram nele”. “Alguns deles, foram aos fariseus e lhes contaram o que Jesus realizara”. Eles denunciaram Jesus ao Sinédrio e este o condenou à morte.
Aqui chegamos ao ápice do evangelho de João com a grande pergunta: Quem é Jesus? Ele é o doador da vida. Ele é a ressurreição e a vida. Diante disso, as pessoas vão fazer a sua opção: ou acreditam em Jesus, ou se opõem a ele. Diante de Jesus não é possível permanecer neutro. É preciso optar.
15/04/2011 – sexta-feira - “Os judeus procuravam prender Jesus.”
5ª SEMANA DA QUARESMA
PRIMEIRA LEITURA: Jeremias 20,10-13
EVANGELHO: João 10,31-42
O texto de hoje, apresenta dois grupos com duas atitudes diferentes perante Jesus: os que creem es que não creem. Aqueles que não acreditam em Jesus, além de não crerem, tentam puni-lo porque ele teria blasfemado, ao declarar-se Filho de Deus.
Diante dessa atitude, Jesus responde com dois argumentos: o primeiro cita a Escritura, mais concretamente o Salmo 82 (grego 81), que diz: “Eu disse: Sois deuses”, e o segundo, Jesus pede que acreditem ao menos nas obras que ele realiza, só assim compreenderão a mútua imanência entre ele e o Pai e deduzirão, certamente, a igualdade com o Pai.
O mistério de Cristo não pode ser interpretado nas estreitas medidas de nossa mentalidade, condicionada pelas diversas limitações da realidade humana. É pela fé, atitude de diálogo e de busca, que se pode obter o encontro com Cristo.

14/04/2011 – quinta-feira - “Observar a Palavra.”
5ª SEMANA DA QUARESMA
PRIMEIRA LEITURA: Gênesis 17,3-9
EVANGELHO: João 8,51-59
A revelação se centraliza no aspecto da vida. Jesus recebeu do Pai o poder de dar a vida. Aceitá-lo é aderir à vida, superar a morte. Os judeus, uma vez mais, não compreendem, e entendem a vida física, pois o que Jesus está afirmando é a sua superioridade sobre Abraão e os profetas. A reação dos judeus supõe a convicção de que ninguém pode ser superior a Abraão e aos profetas.
Essa questão deve ser resolvida, diz Jesus, no plano do conhecimento. Quem é que conhece a Deus? Certamente não é aquele que sabe muito sobre ele, mas aquele que está aberto a ele em uma relação profundamente pessoal.

13/04/2011 – quarta-feira - “O desejo de ser livre.”
5ª SEMANA DA QUARESMA
PRIMEIRA LEITURA: Daniel 3,14-20.24.49a.91-92.95
EVANGELHO: João 8,31-42
O desejo de ser livre está no íntimo de cada ser humano. O encontro e a aceitação da verdade tornam a pessoa livre.
A afirmação fundamental do texto de hoje é: faz-se necessária a passagem de uma fé inicial entusiasmada, que aceita Jesus como Messias, profeta, a uma autêntica e adequada confissão da fé cristã, que o reconhece com o Filho de Deus.
Isso se expressa nos lábios de Jesus quando afirma a necessidade de permanecer em suas palavras, chegar a descobrir a verdade completa – relacionada com Jesus mesmo, que é a verdade – para chegar à liberdade, onde está a verdade verdadeira.
A adesão a Jesus não deve ser feita somente de palavras. Ela exige prática, que pressupõe uma ruptura com o que não está a serviço da vida. É isso que as autoridades religiosas judaicas não admitem.
A palavra de Jesus é como uma luz que brilha sobre nossos motivos egoístas, aprontando para nós a “escravidão” de nossas obras e atitudes.

12/04/2011 – terça-feira - “Eles saberão quem eu sou?”
5ª SEMANA DA QUARESMA
PRIMEIRA LEITURA: Números 21,4-9
EVANGELHO: João 8,21-30
No texto de hoje, Jesus faz uma afirmação forte às autoridades religiosas judaicas. Diante daquilo que ele realiza, optaram fazer oposição a Jesus. É por isso que ele pronunciou a morte dos judeus em seu pecado.
Jesus manifesta que a vida é uma realidade dinâmica. Isso pode incomodar quem está habituado a vê-lo de forma estática. A velha atitude de fé em Deus é apresentada de maneira comprometedora, a ponto de nos lançar em uma inquietação constante.
Jesus não é um mistério estático, mas aquele que projeta para o futuro. Fazer da fé um código fechado de regras, sem descobrir essa realidade evolutiva, é a inversão da mensagem de Jesus e empecilho à felicidade.

11/04/2011 – segunda-feira - “Jesus perdoa uma mulher adúltera.”
5ª SEMANA DA QUARESMA
PRIMEIRA LEITURA: Daniel 13,1-9.15-17.19-30.33-62
EVANGELHO: João 8,1-11
A narrativa do texto do evangelho de hoje nos apresenta uma série de ensinamentos de Jesus, como: a misericórdia de Jesus; devemos evitar emitir juízos e julgamentos sobre as pessoas em relação à sua culpabilidade; Jesus veio salvar os pecadores e não condená-los. Jesus rompe os moldes estabelecidos pelo puritanismo da época; Jesus deixa a mulher sair livremente, concedendo-lhe vida.
No final da narrativa, inicia-se o diálogo de Jesus com a mulher. Não é um diálogo de acusação, mas uma oferta de vida: Eu também não te condeno. Vai e não tornes a pecar. É evidente que Jesus não aprovou o pecado, mas demonstrou que não se destrói o mal eliminando quem o cometeu.
Sejamos misericordiosos. Não desculpemos o mal, mas não julguemos o pecador. Falemos ao pecador de forma fraternal. Tomemos cuidado porque muitas vezes no pecado do outro e nas suas inquietações, ele pode ser mais reto do que nós.

10/04/2011 – domingo - “Lázaro, vem para fora!”
5º DOMINGO DA QUARESMA
PRIMEIRA LEITURA: Ezequiel 37,12-14
SEGUNDA LEITURA: Romanos 8,8-11
EVANGELHO: João 11,1-45
Os atos de Jesus em sua vida inteira foram sempre de aliviar os sofrimentos dos outros. Ele dissera certa vez: Estou no Pai, e o Pai está em mim. Crede-o ao menos por causa dessas obras (João 14,11). Jesus nunca apelou para os milagres para provar que era um com o Pai. Suas obras eram de libertação da doença, da superstição, do preconceito.
Será também através das obras de caridade, de amor para com os outros que provaremos para nossos irmãos que Jesus e o Pai estabeleceram sua morada em nós.

09/04/2011 – sábado - “Será que o Messias virá da Galileia?”
4ª SEMANA DA QUARESMA
PRIMEIRA LEITURA: Jeremias 11,18-20
EVANGELHO: João 7,40-53
O relato do texto de hoje demonstra a impossibilidade de compreender Jesus quando se parte dos próprios critérios para julgar sua pessoa e sua doutrina. Essa incapacidade se encontra personificada aqui pelos fariseus, quando os guardas não cumpriram as ordens de trazer Jesus porque ficaram impressionados com a autoridade de sua doutrina.
Jesus se opõe aos fariseus com muita violência, não para condená-los, mas para salvá-los do farisaísmo que perverte os seus valores.
Isso divide opiniões que são sempre incompletas. Uma pseudopreocupação com a justiça, entendida como defesa de interesses pessoais, procura interpretar como incorreta a missão do profeta. As palavras e atitudes de Jesus levam a uma tomada de posição. Pessoas alienadas não reconhecem a identidade de Jesus, que só a fé pode revelar. Ele apresenta-se como Luz e Vida.
Muitas vezes, um profeta é incômodo, e as palavras e atitudes de Jesus levam a uma tomada de posição.

08/04/2011 – sexta-feira - “Jesus é o Messias?”
4ª SEMANA DA QUARESMA
PRIMEIRA LEITURA: Sabedoria 1,12-22
EVANGELHO: João 7,1-2.10.25-30
O relato do evangelho de hoje procura eliminar a dificuldade para aceitar a doutrina de Jesus: sua origem humana. Isso não deveria ser obstáculo para a fé, já que nos lábios de Jesus sua origem humana é o que menos importa. Ele veio de Deus e tem nele sua verdadeira origem. Esta afirmação divide os cristãos: uns se inflamam no ódio a Jesus para eliminá-lo, outros o aceitam.
Nos últimos dias da vida pública de Jesus, já era óbvio que as autoridades tencionavam matá-lo. Diante da iminência de sua perseguição e na rápida aproximação de seu martírio, Jesus adota uma atitude que serve de modelo para os cristãos perseguidos.
Jesus não procura livremente o martírio, mas permanece fiel a sua missão de ensinar a verdade, mesmo arriscando a vida em Jerusalém, na época em que sua hora havia chegado.
Existem diversas formas infrutíferas de procurar a Jesus. São todas aquelas que não aceitam a revelação divina como uma realidade vinculada ao tempo.

07/04/2011 – quinta-feira - “O testemunho a favor de Jesus.”
4ª SEMANA DA QUARESMA
PRIMEIRA LEITURA: Êxodo 32,7-14
EVANGELHO: João 5,31-47
A narrativa do evangelho de hoje apresenta as testemunhas de Jesus. Diante do decreto da morte promulgado pelas autoridades judaicas, aparecem as testemunhas que depõem a favor de Jesus: João Batista, o Pai, a Escritura.
Jesus reconhece em João Batista uma testemunha da verdade. Ele afirma, porém, que o testemunho mais autorizado é dado por sua divindade.
Esse testemunho é o que o Pai dá ao Filho pelas obras que este realiza. O testemunho da verdade de Jesus é, antes de tudo, o próprio Jesus nas obras que realiza. São obras de poder e de amor, obras de sabedoria e de santidade que ultrapassam as possibilidades de um homem.
Por essas obras, o Pai dá testemunho de Jesus, isto é, designa-o à nossa confiança. Esse testemunho é o que Cristo dá a si mesmo. Testemunha por sua Palavra e reivindica por seus comportamentos uma autoridade divina.

06/04/2011 – quarta-feira - “Tudo o que o Pai faz, o Filho também o faz.”
4ª SEMANA DA QUARESMA
PRIMEIRA LEITURA: Isaías 49,8-15
EVANGELHO: João 5,17-30
O texto de hoje narra as obras do Pai (Deus) e do Filho (Jesus Cristo). É a primeira parte da resposta de Jesus sobre a cura realizada em dia de sábado. A grande tese é esta: Meu Pai continua agindo até agora, e eu ajo também.
A resposta de Jesus se dá mediante três temas: a dependência de Jesus ao Pai; a sua igualdade com o Pai; a apresentação da temática das coisas futuras.
A Lei de Deus é a expressão de sua vontade, que deve ser compreendida, acolhida e vivida. Cristo garante que tudo passa; só o amor, que é Deus, permanece.
A lei é um instrumento pedagógico para ajudar o homem a viver o amor. Por isso, o respeito à Lei de Deus nos torna cidadãos de seu Reino.
A nossa vida é assim: se deixarmos Deus agir, ficaremos admirados das novidades em nosso mundo. Ao chamar Deus de Pai, Jesus revela estar unido a ele, realidade que também é nossa.

05/04/2011 – terça-feira - “Levanta-se e anda...”
4ª SEMANA DA QUARESMA
PRIMEIRA LEITURA: Ezequiel 47,9-12
EVANGELHO: João 5,1-16
O doente ficou curado e liberto pela ação de Jesus. O aspecto importante dessa cura é que Jesus toma a iniciativa, diante da passividade desse enfermo. Em todos os milagres de cura, o necessitado vai até Jesus, por si ou por meio de outros, para pedir a ajuda a Jesus.
Muitas vezes, a severa interpretação de costumes e leis nos faz perder a oportunidade de ficar livres dos males que nos afetam. A atitude de Jesus manifesta sua constante iniciativa de salvar o que estava perdido. Para Deus sempre há uma possibilidade de libertação. Aqueles que preferem ficar à margem perdem a possibilidade de um encontro salvador com Deus.
A libertação de Jesus consiste em uma total renovação de nosso ser à imagem do Criador. É por essa razão que ele não fica satisfeito apenas com a libertação do paralítico, de sua escravidão humana. Essa libertação, importante em sim mesma, é somente parte de uma salvação maior. Encontrando-o mais tarde no Templo, Jesus chamou-o para uma conversão dos pecados, a fim de que a libertação pudesse ser autêntica.

04/04/2011 – segunda-feira - “O filho do funcionário real.”
4ª SEMANA DA QUARESMA
PRIMEIRA LEITURA: Isaías 65,17-21
EVANGELHO: João 4,43-54
O ser humano está sempre à procura da fé. O evangelista João considera esse oficial no mesmo plano que os samaritanos. Os judeus não gostavam dos samaritanos, nem dos oficiais romanos. Pois bem, os odiados pelos judeus são considerados pelo evangelista modelos de fé cristã. Segundo ele, os judeus perderam a sua confiabilidade. Jesus confia naqueles que aceitam sua Palavra e desconfia daqueles que condicionam sua aceitação a espetáculos de suas obras.
O centro da narrativa está nos verbos “crer” e “viver”. Observa-se neste relato um progresso na fé por parte do Pai, para uma confiança em que Jesus possa curar o seu filho, fé na Palavra de Jesus, fundada unicamente em sua autoridade.
Há ainda outra característica: a fé nos abre para o diálogo e nos dá a certeza de que Deus está no meio de nós, construindo conosco a história de nossas vidas.
O oficial crê na Palavra de Jesus. Sua fé é confirmada pelo milagre, anunciando a ele pelos servos que lhe vêm ao encontro.

03/04/2011 – domingo - “O cego foi, lavou-se e voltou vendo.”
4º DOMINGO DA QUARESMA
PRIMEIRA LEITURA: 1 Samuel 16,1b.6-7,10-13a
SEGUNDA LEITURA: Efésios 5,8-14
EVANGELHO: João 9,1-41
O evangelho de João segue um esquema bem diferente do utilizado por Marcos, Mateus e Lucas. João narra apenas dois milagres relatados também pelos outros, a saber, a multiplicação dos pães e Jesus caminhando sobre as águas. O milagre do cego de nascença é contado, portanto, somente por João. O autor diz que escreveu seu evangelho para que crêssemos que Jesus é o Messias, o Filho de Deus, e, crendo tivéssemos a vida em seu nome.
Assim, com a narração do cego de nascença, quer mostrar que Jesus é a vida e a luz do mundo: dá a luz ao cego de nascença, em contraste com a cegueira espiritual dos judeus.
Percebe-se no interior da narrativa a argumentação encadeada para levar o leitor a adorar Jesus como o Filho de Deus.
O texto era destinado à catequese dos que iam ser batizados. Da sujeira e da lama do pecado, erguiam-se os novos cristãos, depois de se terem lavado – como o cego – nas águas puras do Batismo. Evidentemente não bastava o rito do Batismo em si. Era necessária a fé em Jesus e a adesão irrestrita a sua doutrina, acreditando na preexistência de Jesus e como sendo a Palavra na qual o Pai se revelou.

02/04/2011 – sábado - “A procura da comunhão.”
3ª SEMANA DA QUARESMA
PRIMEIRA LEITURA: Oseias 6,1-6
EVANGELHO: Lucas 18,9-14
Esta parábola contrapõe duas atitudes: a do fariseu, que pensa ganhar a salvação com o próprio esforço, e a do publicano, que reconhece sua condição de pecador e pede a Deus a conversão.
Ele ressalta também um dos temas favoritos de Jesus: todo que se exaltar será humilhado, e quem se humilhar será exaltado. Ser exaltado diante de Deus significa receber sua graça e seu perdão. A autossuficiência, o assumir-se como “bom” impede a conversão, conforme mostra a parábola. E habitualmente nossa suficiência diante de Deus nos torna orgulhosos em nossas atitudes para com os outros.
Existe, portanto, um chamado à humildade dirigido àqueles que estão seguros de si mesmos e de serem justos pelas suas próprias obras, e que fazem um alarde de sua “justiça” diante daqueles que parecem estar fora da lei.

01/04/2011 – sexta-feira - “O amor a Deus e ao próximo são inseparáveis.”
3ª SEMANA DA QUARESMA
PRIMEIRA LEITURA: Oseias 14,2-10
EVANGELHO: Marcos 12,28b-34
Os dois pilares da vida cristã são o amor a Deus e ao próximo. Eles estão inseparáveis, mas não devem ser confundidos. E estão unidos porque não podemos dizer que amamos a Deus de todo o coração sem também amar nosso irmão: o verdadeiro amor por nosso irmão é profundamente enraizado no amor de Deus.
Ambos não devem ser confundidos porque não podem ser intercambiáveis na vida prática. Precisamos relacionar-nos com Deus (fé, oração) e com nossos irmãos (envolvimento, fraternidade), como duas realidades independentes, mas que provêm de uma mesma e única fonte.



31/03/2011 – quinta-feira - “Quem não recolhe comigo, espalha.”

3ª SEMANA DA QUARESMA
PRIMEIRA LEITURA: Jeremias 7,23-28
EVANGELHO: Lucas 11,14-23
As palavras e as ações de Jesus provocaram admiração e espanto entre seus contemporâneos, que reagiram de diferentes formas: louvor, interrogação, admiração.
Tudo o que Jesus faz é sinal de que o “Reino de Deus” está presente no meio dos homens, Por isso, o reino das trevas é vencido. Para aqueles cujos corações não estão corrompidos, a expulsão dos demônios é um sinal suficiente para reconhecer Jesus e seu futuro Reino.
Para os que estão doentes por causa de seus pecados, o mesmo sinal tem um efeito contrário: eles não creem, chegando a acusar o Mestre de estar possuído pelo demônio.
Às vezes, um mesmo testemunho pode levar alguém para mais longe ou mais perto da fé, dependendo da atitude de seu coração.
O poder de Jesus contra os demônios vem de Deus, é sinal da presença dele, que procura criar novas revelações entre os homens, construindo assim a nova sociedade.

30/03/2011 – quarta-feira - “Uma atitude que vai além da Lei e dos Profetas.”
3ª SEMANA DA QUARESMA
PRIMEIRA LEITURA: Deuteronômio 4,1.5-9
EVANGELHO: Mateus 5,17-19
Jesus veio para respeitar, levar a pleno cumprimento a “Lei e os profetas”, que são as exigências reveladas por Deus ao povo de Israel; não a lei deformada e corrompida que predominava naquela época, mas a lei autêntica, a verdadeira intenção do Deus de Abraão, do Êxodo e das promessas.
Conforme a doutrina dos fariseus, o homem devia praticar as boas obras para tornar-se justo diante de Deus e, desta forma, alcançar a salvação. Embora a interpretação da Lei tivesse caído na casuística e na artimanha dos detalhes imprescindíveis, Jesus propõe uma vivência da Lei a partir de dentro. Os ensinamentos da Lei e dos profetas não devem estar contidos em uma longa série de preceitos, mas assumidos a partir de dentro, como expressão da vontade de Deus.
A expressão “a Lei e os profetas” era usada na época de Jesus para significar a Escritura. A Lei (Tora, em hebraico) abrangia os cinco primeiros livros da Bíblia, que nós chamamos de Pentateuco.

29/03/2011 – terça-feira - “O perdão deve ser sempre.”
3ª SEMANA DA QUARESMA
PRIMEIRA LEITURA: Daniel 3,25.34-43
EVANGELHO: Mateus 18,21-35
Esta narrativa aborda a temática da fraqueza humana. Quantas vezes devemos perdoar.
A pergunta foi feita para Jesus e ele dá a resposta em dois momentos:
a) Jesus retoma o canto de vingança de Lamec (Gn 4,24). O perdão não tem limites. Ele não deve ser medido pela quantidade de vezes. Só o perdão pode salvar a vida da comunidade que se comprometeu com a justiça.
b) Jesus exemplifica isso com uma parábola (versículos 23-35) exclusiva de Mateus. A exigência do perdão se dá na medida em que cada um perdoa de coração o seu irmão.
Pela narrativa do texto percebe-se que a medida do perdão é o amor: o Pai ama os pecadores com um amor que neles recria um novo ser. Quem recusa ou condiciona o amor e o perdão se fecha ao amor e ao perdão de Deus.
Este tempo litúrgico da Quaresma é um tempo de conversão. A Igreja nos convida a confiar no perdão redentor de Deus.

28/03/2011 – segunda-feira - “Nenhum profeta é bem recebido na sua própria pátria.”
3ª SEMANA DA QUARESMA
PRIMEIRA LEITURA: 2 Reis 5,1-15a
EVANGELHO: Lucas 4,24-30
É o próprio povo de Jesus quem duvida dele. O desprezo vira conflito porque Jesus tem um programa de vida transformador das pessoas e da realidade.
Esse programa envolve as pessoas. Exige conversão de cada um. Questiona as maneiras fechadas de viver a religião. Jesus é aberto a todos. Estranhamente, é mais bem acolhido por pessoas de fora do que na própria pátria. Isso tudo enfurece as pessoas reunidas na sinagoga. Expulsam Jesus da sua cidade e querem jogá-lo em um precipício.
Mas Jesus passou por entre eles e retirou-se. Quer dizer que de nada adiantarão a dúvida, a rejeição e até a hostilidade contra Jesus.
Ele continuará seu caminho, anunciando a Boa-Nova aos pobres e libertando o povo para a vida, onde quer que haja alguém disposto a aceitá-lo e a se comprometer com ele.

27/03/2011 – domingo - “Senhor, vejo que és profeta!”
3º DOMNGO DA QUARESMA
PRIMEIRA LEITURA: Êxodo 17,3-7
SEGUNDA LEITURA: Romanos 5,1-2.5-8
EVANGELHO: João 4,5-42
A liturgia deste domingo traduz muito bem o tempo penitencial e catecumenal da Quaresma. A temática é a da água, transformado-se em um fio condutor com que se descreve o itinerário do homem, desde sua sede até a fonte que contém água viva, a vida.
A finalidade desse texto é quebrar as barreiras que impedem os  homens de se relacionarem. Essas barreiras podem ser de ordem religiosa, política e econômica. Jesus fecha a questão, dizendo que chegará a hora dos verdadeiros adoradores de Deus, que irão adorar a Deus em espírito e verdade.
A samaritana somos todos nós, sedentos em busca da fonte de onde podemos “tirar água”. Ela conhece o dom de Deus, acolhe a água viva, tem fé em Jesus, tem o amor de Deus derramado em seu coração na medida em que passa por uma transformação e conversão profunda.
Do diálogo de Jesus com a samaritana brotam afirmações básicas para quem quer segui-lo de perto: a) Jesus é a novidade absoluta. Não veio apenas para aperfeiçoar ou corrigir o que existia, mas proclamar o início de uma relação nova e profunda entre Deus e o homem; b) Jesus traz a verdade, isto é, a realidade anunciada por essa figura. O culto autêntico e definitivo revela-se na pessoa de Jesus; c) o primeiro passo da fé é reconhecer a superioridade de Jesus sobre leis, patriarcas e profetas de ontem e de hoje. Essa presença de Jesus perto do homem é viva e até incômoda, porque ele questiona a vida humana e não permite que o homem pergunte por Deus sem se interrogar sobre o próprio modo de viver.
A samaritana optou pelo dom de Deus, pela vida, experiência que a marcou a ponto de transformá-la em testemunha e missionária dessa mesma vida junto de seus concidadãos.

26/03/2011 – sábado - “Disse o pai: filho, tudo o que é meu é teu.”
2ª SEMANA DA QUARESMA
PRIMEIRA LEITURA: Miquéias 7,14-15.18-20
EVANGELHO: Lucas 15,11-32
O texto de hoje faz um aceno ao comportamento dos escribas (doutores da lei) e dos fariseus (observantes). Esta parábola do filho pródigo – ou também chamada a parábola do amor do pai – é a mais desenvolvida das três parábolas da misericórdia, narradas por Lucas no capítulo 15 de seu evangelho.
A parábola do filho pródigo ensina-nos a destacar a conversão na iniciativa de Deus. Em sua misericórdia, Deus prepara e aceita os primeiros sintomas de nosso arrependimento. Seu perdão é completo e sem reprovações. O Reino de Deus fica cheio de felicidade quando um pecador é convertido. Deus nos ama sem condições. Há sempre festa na casa do Pai quando algum pecador se converte.
Esta parábola é um resumo da história da salvação e uma síntese da história pessoal de cada um de nós. Este filho reflete uma situação humana, a imagem do homem pecador que se afasta de Deus e volta para ele. O filho mais novo se emancipa, fracassa e retorna. É todo um processo psicológico de ida e volta, de fuga e retorno.

25/03/2011 – sexta-feira - “O anúncio do nascimento do Salvador.”
2ª SEMANA DA QUARESMA- Anunciação do Senhor
PRIMEIRA LEITURA: Isaías 7,10-14;8,10
SEGUNDA LEITURA: Hebreus 10,4-10
EVANGELHO: Lucas 1,26-38
Nesta narrativa de Lucas nos reportamos a um pequeno lugar da Galileia. A salvação de Deus chega de um lugar humilde, fora das grandes instituições religiosas de Israel.
Diante da grandeza do anúncio do anjo a Maria, ela desaparece em um ato de fé e de humildade. Por que humildade? Porque ela crê em coisas humanamente impossíveis.
Jesus Cristo é descrito com os aspectos do Messias do Antigo Testamento, como “Filho de Deus”, “Filho do Altíssimo”. Lucas utiliza esses títulos para descrever a relação misteriosa que o une ao Pai.
Tudo é obra do Espírito a quem Lucas mesmo descreve, mediante a lei do paralelismo, como o poder ou a força de Deus.
Maria é a primeira a crer em Cristo, Filho de Deus, que por inexplicável mistério, está para se tornar, nela, verdadeiro homem. Crendo, aceita. Maria se oferece a Deus na qualidade de serva, de escrava.

24/03/2011 – quinta-feira - “Rogo-te, então, pai, que mandes Lázaro à casa do meu pai.”
2ª SEMANA DA QUARESMA
PRIMEIRA LEITURA: Jeremias 17,5-10
EVANGELHO: Lucas 16,19-31
Lázaro é chamado para junto de Abraão não por ser pobre. O rico não foi acusado de ter explorado o pobre, de ter-se apossado de terras do pobre ou de tê-lo enganado. O rico apenas não lhe deu a mínima atenção. Sua riqueza o distanciou do pobre e de Deus. O Reino de Deus pertence aos pobres.
Esta parábola do homem rico e do mendigo Lázaro é uma evocação de Jesus que nos faz lembrar e abrir os olhos para o grande ídolo dos ricos.
Esta parábola nos faz refletir sobre dois pontos importantes. No primeiro, o homem – no caso, o rico – pode se tornar incapaz de se abrir à proposta salvífica de Deus. No segundo, o evangelho não privilegia nem condena uma condição econômica, seja de pobreza ou de riqueza, mas procura mostrar que a fé e a conversão devem amadurecer e tornar o mundo mais humano.
Se o homem rico tivesse sido gentil e fraterno e tivesse ultrapassado seu egocentrismo para “descobrir” o “mundo” de Lázaro, teria se convertido a Deus e teria sido salvo.

23/03/2011 – quarta-feira - “O Filho do homem ressuscitará no terceiro dia.”
2ª SEMANA DA QUARESMA
PRIMEIRA LEITURA: Jeremias 18,18-20
EVANGELHO: Mateus 20,17-28
O texto de hoje apresenta-nos duas importantes ideias para nossa reflexão: a primeira fala-nos que o seguimento a Cristo não deve ser motivado pela recompensa que ele possa nos dar. Ninguém deve colocar-se em seu caminho com o intuito de obter postos de honra ou outra facilidade.
A segunda mostra-nos que o exercício do poder deve ser de acordo com o espírito cristão e não pelo domínio, pela injustiça, pela tirania, mas pelo serviço de um irmão para outro.
Esse pedido gerou um descontentamento por parte dos demais discípulos. E isso sempre acontece quando se desejam privilégios. O poder não assumido como serviço gera divisão e descontentamento.
Quando nos tornamos familiares a Cristo, descobrimos que a maior eficácia está no serviço gratuito. Eis uma certeza da qual temos hoje uma enorme necessidade.

22/03/2011 – terça-feira - “Não façais o que eles fazem.”
2ª SEMANA DA QUARESMA
PRIMEIRA LEITURA: Isaías 1,10.16-20
EVANGELHO: Mateus 23,1-12
Este capítulo é um dos mais violentos do evangelho de Mateus, Jesus está falando ao povo e aos seus discípulos. Ele levanta uma grande dúvida sobre os doutores da Lei e os fariseus dizendo: Façam o que eles dizem, mas não façam o que eles fazem.
Jesus não tolerava o modo de ser dos fariseus e sua explicação das Escrituras. A duplicidade, a hipocrisia, a inautenticidade eram insuportáveis para Jesus. Os fariseus usavam a religião para impor sobre os outros seu domínio. O ritualismo obsessivo lhes proporcionava uma sensação de segurança e de fidelidade a Deus que os tranqüilizava. Mas esses “bons” contatos com Deus eram pretextos para justificar seus maus contatos com os homens.
Os ensinamentos de Jesus nasciam do íntimo de seu ser e tinham a vibração de quem tem autoridade e de quem está integrado àquilo que faz.

21/03/2011 – segunda-feira - “Sede misericordiosos como o vosso Pai é misericordioso.”
2ª SEMANA DA QUARESMA
PRIMEIRA LEITURA: Daniel 9,4b-10
EVANGELHO: Lucas 6,36-38
A chave que nos levará a compreender a moralidade cristã é entender que Deus deve ser nosso modelo e fonte, por isso o amor humano tem sua fonte e modelo no amor de Deus. Um amor que, diante da miséria e das deficiências humanas, se traduz em misericórdia, que significa acolhimento, benignidade, dar crédito e confiança. É esta a característica bíblica do amor de Deus, um amor que recomeça sempre, que acolhe e protege os fracos. Devemos ser misericordiosos porque Deus é misericordioso; e perdoar porque Deus nos perdoa.
Eis pelo que seremos julgados por Deus, de acordo com a medida com a qual julgamos os outros. Se não formos misericordiosos como Deus é, em nossas relações com os outros, Deus agirá conosco do mesmo modo e nos julgará exatamente da mesma forma, isto é, sem misericórdia.
Esta é uma doutrina pouco observada. Temos nossa justiça distributiva e Jesus nos diz que devemos ser como nosso Pai: sua justiça é conformar-se ao seu coração, ao seu amor.
A medida de nossa ação é também o nosso coração. Conforme nossa medida, nossa fé, nosso amor, seremos gratificados.

20/03/2011 – domingo - “Jesus se transfigurou: seu rosto brilhou como o sol, suas vestes tornaram-se resplandecentes.”
2º DOMINGO DA QUARESMA
PRIMEIRA LEITURA: Gênesis 12,1-4a
SEGUNDA LEITURA: 2 Timóteo 1,8b-10
EVANGELHO: Mateus 17,1-9
Jesus é o novo Moisés que nos conduz à libertação. Esta narrativa é colocada por Mateus em conexão com a confissão de Pedro de que Jesus é o Cristo e com o primeiro anúncio da paixão.
Os personagens mencionados, Moisés e Elias – o primeiro representa a Lei e o segundo os Profetas – são a encarnação, ou melhor, a síntese do Antigo Testamento. Com isso, Mateus quer dizer que Deus aprova, no seu desígnio de salvação, a paixão que Jesus enfrentará. Como novo Moisés, ele conduzirá seu povo à liberdade.
A nuvem é símbolo da presença divina, como no Sinai, e a voz confirma a palavra de Jesus sobre sua paixão, morte e ressurreição, antes dita aos discípulos.
A presença dos três discípulos quer nos revelar que eles fazem a experiência antecipada da glorificação de Jesus, que os encaminha rumo à maturidade da fé cristã.
Este é o homem verdadeiro, Jesus, começo de uma nova humanidade, aquela que Deus tinha planejado desde o primeiro instante da criação. Uma humanidade enraizada em Deus, que não faz do prazer, da presunção, do poder ou da riqueza os critérios do seu sucesso ou progresso, que não se ilude proclamando-se autossuficiente, mas que deposita toda sua confiança naquele que a criou e a ama como filho.
A transfiguração de Jesus nos revela essa capacidade prodigiosa e magnífica do corpo humano que pode se tornar o rosto da Luz Eterna. Nosso corpo é o primeiro evangelho, pois é pela expressão do nosso rosto, por nossa abertura, nossa benevolência e nosso sorriso que deve passar o testemunho da Presença Divina.



19/03/2011 – sábado - “A primeira Páscoa de Jesus.”

1ª SEMANA DA QUARESMA – SÃO JOSÉ, ESPOSO DE MARIA
PRIMEIRA LEITURA: 2 Samuel 7,4-5a.12-14a.16
SEGUNDA LEITURA: Romanos 4,13.16-18.22
EVANGELHO: Lucas 2,41-51a
O texto narra a revelação de Jesus no Templo. Esse relato rompe o silêncio dos anos de Nazaré e quer indicar a verdadeira identidade de Jesus e sua missão.
José cuida de Jesus e preocupa-se com tudo o que diz respeito a ele. Embora não penetre totalmente no mistério das relações de Jesus com o Pai e não compreenda tudo quanto Jesus faz e diz, no entanto deixa-se conduzir por Deus, com uma fé dócil e silenciosa. Intimamente unido a Maria e a Jesus, José realiza o plano de Deus.
A resposta que Jesus dá aos pais – “não sabíeis que devo ocupar-me das coisas de meu Pai” – revela sua relação com Deus.
Procure descobrir hoje a presença de São José no mistério de sua fé.
São José, rogai por todos nós!
  
18/03/2011 – sexta-feira - “Relações fraternas.”
1ª SEMANA DA QUARESMA
PRIMEIRA LEITURA: Ezequiel 18,21-28
EVANGELHO: Mateus 5,20-26
O preceito “não matarás” não se refere somente à morte física. Existem formas mais sutis de matar: a tensão do enfrentamento, o insulto, a desqualificação...
A antítese é completada com um exemplo. Trata-se de um convite à reconciliação constante dentro da comunidade. Mateus não perde ocasião para exortar sobre a urgência do perdão mútuo e da reconciliação como condição para participar do culto. Sem estas condições, não é possível a relação com Deus, porque não se pode viver unido a ele sem estar unido aos irmãos.
É preciso decidir-se pela fé e pela conversão. O perdão fraterno não pode ser adiado. Converter-se é seguir a Jesus no amor que ele tem por todos nós.
Hoje sabemos que é inútil cultuar a Deus se não cultuamos o irmão, não amamos o nosso próximo. E a reconciliação com o próximo tem precedência à adoração a Deus. Estamos perto de Deus na medida em que estamos perto de nosso próximo.

17/03/2011 – quinta-feira - “Pedi e vos dará.”
1ª SEMANA DA QUARESMA
PRIMEIRA LEITURA: Ester 4,17
EVANGELHO: Mateus 7,7-12
Jesus revela uma especial dimensão de sua benevolência, de seu amor pelo homem. Deus é comunicação. Ele insiste que lhe peçamos, que tenhamos sede e fome dele. Deus se compraz mais em dar do que em receber. Quando rezamos, pensamos que Deus irá se comover com nossas súplicas, que nós o iremos despertar, quando de fato somos nós que despertamos e nos comovemos, pois rezar é abrir-se a Deus para acolher sua graça.
Após uma prece, somos nós que saímos modificados, pois entramos na esfera divina e participamos de sua maneira de ser. É Deus quem inicia o trabalho em nós, para realizar o que sempre desejou, para dizer o que sempre quis dizer e nem sempre o permitimos.
Nossa oração, que no começo é um pedido pessoal, lentamente se transforma e acaba se concentrando naquele a quem pedimos. Uma oração de petição termina em uma oração de confiança, de abandono, de entrega nas mãos de Deus: seja feita a vossa vontade. É ele quem suscita a prece e efetua sua realização.

16/03/2011 – quarta-feira - “Aqui está quem é mais do que Jonas.”
1ª SEMANA DA QUARESMA
PRIMEIRA LEITURA: Jonas 3,1-10
EVANGELHO: Lucas 11,29-32
No evangelho de hoje encontramos Jesus dizendo ásperas palavras. Ele se refere ao povo que o ouve como a uma “perversa geração”. Mas, por que tanta dureza? Porque eles não estão abertos para reconhecer o tempo de sua conversão às pregações de Jesus.
Jesus é o sinal que é, ao mesmo tempo, um apelo à conversão, muito mais urgente do que o apelo que o profeta Jonas dirigiu aos habitantes de Nínive, que eram pagãos.
Para cada um, a conversão tem sua “hora” certa. É Jesus quem passa em nossas vidas em determinado momento.
As palavras de Jesus assumem um estilo profético e, ao mesmo tempo, um tom de julgamento. O sinal oferecido por Jesus era ele mesmo: seu amor, sua fidelidade a Pai, o perdão que anunciava, a libertação que oferecia. O mundo de hoje ainda pede um sinal para crer. Que sinal será esse?

15/03/2011 – terça-feira - “A oração.”
1ª SEMANA DA QUARESMA
PRIMEIRA LEITURA: Isaías 55,10-11
EVANGELHO: Mateus 6,7-15
Rezar não é recitar fórmulas, mas acolher uma inspiração. Precisamos de silêncio para ouvir o Espírito Santo. Às vezes, é necessário repetir muitas vezes uma mesma palavra, detendo-se longamente nela. Cristo passou uma noite repetindo um mesmo pedido ao Pai: Que não se faça a minha vontade, mas a sua.
A primeira expressão da oração que Jesus nos ensinou foi o núcleo de sua mensagem: Deus é nosso Pai. Ele nos ensinou também a apresentar nossos pedidos: pela glorificação de seu nome, pelo seu Reino, para que se realize a sua vontade e seu amor.
Devemos rezar o Pai-Nosso, mas não repeti-lo maquinalmente. Esta oração tem dois movimentos: um de ação de graças, outro de crescimento espiritual.
O Pai-Nosso é o modelo da oração cristã, a escola da oração de Jesus. Nela se encontra, como dizia Tertuliano, “um compêndio de todo o Evangelho”.
O Pai-Nosso é a oração que Jesus nos ensinou. A Ave-Maria foi ensinada pelo anjo Gabriel e pelo Espírito Santo, pela boca de Isabel (Lc 1,28-42).

14/03/2011 – segunda-feira - “Quando vier o Filho do Homem em sua glória...”
1ª SEMANA DA QUARESMA
PRIMEIRA LEITURA: Levítico 19,1-2.11-18
EVANGELHO: Mateus 25,31-46
O costume de apenas ouvir falar da Encarnação e a rotina de nossos natais festivos, coloridos e consumistas nos anestesiam a consciência, protegendo-a contra a inovação revolucionária da mensagem de Jesus. O texto de hoje é a conclusão do discurso escatológico e o último ensinamento de Jesus, para o evangelho de Mateus.
Ele se fez homem e continua homem, no meio dos homens, e é nesse meio que ele quer ser reconhecido e amado. É justamente nossa proximidade dos homens que nos indica nosso amor a Deus. Esta grande cena de juízo nos obriga a conferia, a cada momento, nossa vida, do ponto de vista do encontro com Cristo, que agora se apresenta a nós.

13/03/2011 – domingo - “Jejuou quarenta dias e quarenta noites.”
1º DOMINGO DA QUARESMA
PRIMEIRA LEITURA: Gênesis 2,7-9;3,1-7
SEGUNDA LEITURA: Romanos 5,12-19
EVANGELHO: Mateus 4,1-11
Acabamos de iniciar um novo tempo litúrgico, a Quaresma. É um tempo privilegiado; são quarenta dias de preparação para a maior festa da cristandade: a Páscoa. Há uma série de símbolos novos neste tempo da Quaresma: a cor roxa dos paramentos; não é rezado o hino de louvor; os cantos são próprios, propostos pela Campanha da Fraternidade, organizada pela CNBB.
A liturgia nos convida ao jejum, não somente para cumprir uma lei, mas como forma de nos tornarmos solidários com as pessoas que passam fome, que não têm o alimento necessário para o sustento de seu corpo. É tempo de mortificação, de renúncia, de sacrifício (se bem que esses termos na atualidade são muito pouco usados). É tempo de conversão, mudança de mentalidade e do coração.
Cada ano, a CNBB nos apresenta um tema bem presente na vivência do povo brasileiro para que meditemos e reflitamos.
A narrativa apresenta Jesus sob a faceta do novo Adão, porque vence o orgulho que pôs a humanidade contra Deus. Ele é o novo Israel, pois vence as tentações a que Israel sucumbira no deserto. Ele é o novo Moisés, porque superou as tentações de Moisés para ser o fundador e o guia do novo povo de Deus, a Igreja.
O deserto das tentações é um resumo da experiência de Jesus durante todo o seu ministério. A narrativa visa a mostrar o sentido dessas tentações

12/03/2011 – sábado - “Jesus disse a Levi: Segue-me.”
SÁBADO DEPOIS DAS CINZAS
PRIMEIRA LEITURA: Isaías 58,9b-14
EVANGELHO: Lucas 5,27-32
A mensagem de Jesus – o anúncio de penitência e conversão – era um apelo à alegria e à esperança.
Por isso, Jesus olhou para Mateus (Levi) com amor, com esperança, devolvendo-lhe a alegria, a autoestima, a vontade de se superar.
Se Jesus se deteve nele com tanto amor, é porque ele ainda poderia ser pessoa de valor. Jesus lhe estava restituindo a saúde do espírito, estava fazendo dele uma nova criatura.
Os pecados não são obstáculos para Jesus. Ele veio aniquilar o pecado e libertar o pecador, dando-lhe nova vida, mais plena e rica. A santificação e a salvação não são resultado de nosso empenho pessoal, mas um dom de Deus.
Quem passa por essa experiência, como Mateus, pode anunciar as maravilhas que Jesus realiza em sua vida, a experiência embriagadora da libertação, da vida, da ressurreição. A conversão e a penitência de Mateus terminam com um ritual de alegria, para ele e Jesus, e de escândalo, para os fariseus: um banquete. São os doentes e pecadores que precisam de seu amor.

11/03/2011 – sexta-feira - “Por que jejuar?”
SEXTA-FEIRA DEPOIS DAS CINZAS
PRIMEIRA LEITURA: Isaías 58,19a
EVANGELHO: Mateus 9,14-15
Seguindo a narrativa de Mateus, logo após o relato de sua vocação, encontramos duas controvérsias que devem ser entendidas com base no significado que tinham as refeições e o jejum na época de Jesus.
O texto de hoje versa sobre a segunda controvérsia, que tem como temática o jejum. Esta era uma prática habitual para os diversos grupos religiosos na época de Jesus.
Jesus, em sua resposta, distingue entre a hora – os discípulos não jejuam, porque a alegria da presença de Jesus (esposo) os impede – e, depois, reflete a prática da comunidade de Mateus.
Com esta resposta, Jesus quis dar a entender que o tempo inaugurado por ele é um tempo de alegria. Sua presença dá sentido à hora (o momento) que os discípulos estão vivendo.
Na comunidade cristã primitiva, a prática de jejuar fora imposta com muito rigor. O ascetismo judaico tinha encontrado um bom terreno, sobretudo, entre os cristãos convertidos do judaísmo. Por outro lado, a palavra libertadora de Cristo gerava dificuldades. Era preciso justificar a prática penitencial do jejum. Com esta finalidade, distinguiu-se entre o tempo da presença de Jesus e o tempo sucessivo à sua morte.

10/03/2011 – quinta-feira - “Se alguém quer vir após mim, renegue-se a si mesmo, tome cada dia sua cruz e siga-me.”
QUINTA-FEIRA DEPOIS DAS CINZAS
PRIMEIRA LEITURA: Deuteronômio 30,15-20
EVANGELHO: Lucas 9,22-25
Jesus começa anunciando seus sofrimentos, sua paixão e morte e também sua ressurreição. Diante dessa realidade ele convida cada um de nós a trilhar o mesmo caminho, tomar a cruz e imitá-lo. Não que tenhamos de procurar sofrimentos, mas que o imitemos na fidelidade à vontade do Pai, à missão que lhe foi confiada de revelar o grande amor de Deus para com os homens.
Jesus se faz presente em cada criatura humana, especialmente nas mais carentes, e ali quer ser revelado e amado. A denúncia da mentira, da hipocrisia, de um falso culto a Deus e o modo como se vivia a falsidade a Deus conduziram-no à morte.
Se seguirmos idêntico caminho, certamente teremos o mesmo destino: a cruz, que é a morte de nosso orgulho, de nosso egoísmo, de nossa segurança pessoal; as tribulações, os incômodos, os desgastes com a convivência humana e às vezes as perseguições por parte dos que se sentem prejudicados. Mas não podemos nos esquecer de que tudo isso nos leva à ressurreição.
  
09/03/2011 – quarta-feira - “Evitai fazer vossas boas obras diante dos homens, apenas para serdes vistos por eles.”
QUARTA-FEIRA DE CINZAS
PRIMEIRA LEITURA: Joel 2,12-18
SEGUNDA LEITURA: 2 Coríntios 5,20_6,2
EVANGELHO: Mateus 6,1-6.16-18
Hoje começa um novo tempo litúrgico, a Quaresma, tempo de revisão, conversão, mudança de vida.
As cinzas nos recordam que somos mortais e que estamos destinados a uma vida de ressuscitados, o que implica penitência pelos pecados e oração.
A privação de alimento deve ser acompanhada de um sentimento de fraternidade e partilha dos bens com os outros.
O que torna válidos nossos sacrifícios, donativos e orações é a atitude interior de conversão em relação a Deus e a nossos irmãos. Por isso, nossa conversão deve ter uma dupla direção, para com Deus e para com o irmão que está ao nosso lado, no trabalho, no lazer, em casa...

08/03/2011 – terça-feira - “O imposto ao imperador.”
9ª SEMANA DO TEMPO COMUM
PRIMEIRA LEITURA: Tobias 2,9-14
EVANGELHO: Marcos 12,13-17
                Qualquer que seja a resposta dada por Jesus, com ela ele afirmará sua própria sentença de morte, pronunciada pelo povo judaico, pelo poder romano ou pela condenação de sua própria doutrina.
                Sem contestar os direitos de César, suas palavras revelam que, além deles, o homem, imagem de Deus, deve reconhecer os direitos de seu Criador. Ainda que Deus e César não sejam realidades independentes, tampouco podem ser colocadas em um mesmo plano. Os direitos de Deus têm primazia.
                É um ensinamento que conserva sua validade nas mais diversas épocas e situações históricas. Nunca se deve absolutizar uma realidade relativa, como a do Estado, mas deve-se contrapor o divino ao humano, como se fossem duas realidades separadas que mutuamente se excluem.

07/03/2011 – segunda-feira - “A parábola dos vinhateiros homicidas.”
9ª SEMANA DO TEMPO COMUM
PRIMEIRA LEITURA: Tobias 1,3;2,1a-8
EVANGELHO: Marcos 12,1-12
                A parábola dos vinhateiros homicidas explicita o que já foi sugerido na pergunta precedente sobre o batismo de João e responde às interrogações formuladas pelo Sinédrio, ultrapassando até mesmo seus limites.
                Por detrás do véu da linguagem da parábola, Jesus deixa pressentir nesse momento que não é apenas um enviado a mais entre todos os enviados de Deus, no transcorrer da história.
                A parábola deixa vislumbrar seu destino de pedra angular no novo templo de Deus, da mesma forma que o destino de seus interlocutores, depositários indignos do amor apaixonado de Deus pelo seu povo.
                Para os leitores cristãos, os novos lavradores da vinha, esta parábola se transforma em um sólido fundamento de sua fé no Senhor ressuscitado e exaltado, mas também em uma advertência constante contra as pretensões abusivas e arrogantes diante de Deus.

06/03/2011 – domingo - “A multidão ficou impressionada com a sua doutrina.”
9º DOMINGO DO TEMPO COMUM
PRIMEIRA LEITURA: Deuteronômio 11,18.26-28.32
SEGUNDA LEITURA: Romanos 3,21-25a.28
EVANGELHO: Mateus 7,21-27
Estamos no contexto do Sermão da Montanha. Na referência que o texto de hoje faz ao discernimento definitivo no dia do juízo (naquele dia), descobrimos uma segunda intenção. O evangelista Mateus não somente pretende oferecer critérios de discernimento a sua comunidade, mas se dirige aos falsos profetas e àqueles que o seguem, convidando-os a se converterem e se preocuparem mais em cumprir a vontade de Deus, atitude adequada àqueles que aprenderam a orar dizendo: “faça-se a tua vontade”.           
Essa exortação procura reforçar e esclarecer o sentido das duas exortações anteriores. O caminho que leva à vida é penoso e difícil: a forma mais segura para não nos desviarmos dele é fazer a vontade de Deus, expressa nas palavras de Jesus. Quem as ouve e as coloca em prática alicerça a sua casa sobre a rocha; quem não o faz, permanece exposto à intempérie e seu edifício pode ser derrubado.
Há neste trecho uma clara referência ao dia do juízo, que se apresenta, antes de tudo, como um ato de discernimento entre aqueles que seguiram o caminho do discipulado e aqueles que seguiram por um caminho fácil.
Mateus convida sua comunidade e os cristãos de todos os tempos a se enraizarem firmemente nos ensinamentos de Jesus e a traduzirem-nos em ações concretas. A ortodoxia não é suficiente, é necessária a reta doutrina que se manifesta nas ações bem realizadas.


05/03/2011 – sábado - “A autoridade de Jesus é questionada.”


8ª SEMANA DO TEMPO COMUM
PRIMEIRA LEITURA: Eclesiástico 51,17-27
EVANGELHO: Marcos 11,27-33
                Os primeiros a atacar Jesus são os mais fortes, o Sinédrio. A independência de Jesus em relação às autoridades civis e religiosas é sempre manifestada, embora como qualquer bom judeu, ele se submeta a elas em todos os assuntos legais.
                Podemos observar que esses adversários estão preocupados cm o que Jesus realiza. O debate parece chegar ao seu ponto final com a negativa de ambas as partes a darem uma resposta explícita. A pergunta de Jesus é, por si mesma, suficientemente eloquente.
                Levando seus adversários a admitirem, em seu silêncio a origem divina do batismo de João, um batismo de penitência e conversão, Jesus lhes está revelando a obrigação de reconhecerem a origem idêntica para sua própria missão e atividade, cujo objetivo é  convidá-los à conversão.
                A sua atuação responde, portanto, à autoridade divina que lhe foi conferida. É um enviado de Deus.

04/03/2011 – sexta-feira - “Maldição da figueira estéril.”
8ª SEMANA DO TEMPO COMUM
PRIMEIRA LEITURA: Eclesiástico 44,1.9-13
EVANGELHO: Marcos 11,11-26
                A figueira simboliza o povo de Deus. Jesus encontra uma sociedade que não produzia frutos. Essa esterilidade se estendia ao templo majestoso em sua forma, mas que também não produzia mais frutos. Jesus dá à comunidade os caminhos para que ela não caia na esterilidade: ter fé em Deus, rezar com confiança e perdoar “se houver algum ressentimento contra o irmão”.

03/03/2011 – quinta-feira - “A cura de um cego.”
8ª SEMANA DO TEMPO COMUM
PRIMEIRA LEITURA: Eclesiástico 42,15-26
EVANGELHO: Marcos 10,46-52
                A cura do cego Bartimeu revela que aqueles que seguem a Jesus são testemunhas de um acontecimento iluminador. Este é o último milagre apresentado pelo evangelista Marcos. Por outro lado, Jesus está prestes a revestir-se de debilidade no transcorrer de sua paixão.
                A mesma pergunta que Jesus fez aos filhos de Zebedeu dirige ao mendigo Bartimeu: Que queres que eu te faça? A identidade da pergunta acentua a diferença da resposta. Enquanto os dois irmãos desejavam sentar-se junto a Jesus, um à direita e o outro à esquerda, o cego Bartimeu, cansado já de estar sentado, deseja recobrar a vista para poder seguir a Jesus.

02/03/2011 – quarta-feira - “O anúncio da paixão.”
8ª SEMANA DO TEMPO COMUM
PRIMEIRA LEITURA: Eclesiástico 36,1-2a.5-6.13-19
EVANGELHO: Marcos 10,32-45
                Na leitura do evangelho de Marcos, este é o terceiro anúncio da paixão em que Jesus fala do seu sofrimento, morte e ressurreição.
                Na reflexão deste texto, limitar-me-ei somente à instrução sobre o tema do serviço. Essa instrução assinala as condições exigidas para poder chegar à glória e a fórmula para a constituição de uma comunidade cristã.
                As condições exigidas para sentar-se junto dele na glória são expressas com as imagens do cálice e do batismo. São duas imagens que evocam a amargura do sofrimento, a participação e a imersão na paixão e morte de Jesus. Esse é o caminho da glória.

01/03/2011 – terça-feira - “Eis que deixamos tudo e te seguimos.”
8ª SEMANA DO TEMPO COMUM
PRIMEIRA LEITURA: Eclesiástico 35,1-15
EVANGELHO: Marcos 10,28-31
                A temática da “recompensa”: Pedro começa fazendo um confronto entre ele e os outros discípulos sobre o seguimento. Jesus promete-lhe, em troca do seguimento, uma recompensa centuplicada, uma já neste mundo, embora cheia de dificuldades, e a vida eterna no outro.
                A resposta de Jesus à questão de Pedro é clara. A salvação será um dom, uma antecipação neste mundo, de algum modo outorgada por Deus no futuro, como recompensa gratuita àqueles que decidem desprender-se de tudo para responder ao chamado de Jesus.
                Em outras palavras, não se renuncia somente por renunciar, mas em vista de algo melhor, de uma vida e de bens perfeitos e abundantes.
                O texto insiste na superação das amarras terrestres e da libertação dos bens, que eram uma realidade não somente para o grupo que seguia a Jesus, mas também para as primeiras comunidades.
                Deus quer mais a fidelidade às pequenas coisas que ele coloca no nosso alcance do que o ardor dos grandes desejos que não dependem de nós.

28/02/2011 – segunda-feira - “Bom Mestre, que farei para alcançar a vida eterna?”
8ª SEMANA DO TEMPO COMUM
PRIMEIRA LEITURA: Eclesiástico 17,20-28
EVANGELHO: Marcos 10,17-27
                Depois desta pergunta do jovem rico, sempre disposto a acumular bens, inclusive méritos e práticas religiosas, Jesus lhe faz ver que a vida eterna não se assegura acrescentando, mas sim cerceando, vendendo, dando, até ficar totalmente despojado e livre para o seguimento.
                Para seguir a Jesus é necessário despojar-se daquilo que amarra – no caso, a riqueza. A grandeza do Reino, acima de qualquer coisa, é a condição pra o verdadeiro seguimento de Cristo.
                O verdadeiro seguidor de Jesus Cristo chegará às profundezas do mistério de Deus com a liberdade que o desprende do que é superficial e provisório.

27/02/2011 – domingo - “Buscai em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça...”
8º DOMINGO DO TEMPO COMUM
PRIMEIRA LEITURA: Isaías 49-14-15
SEGUNDA LEITURA: 1 Coríntios 4,1-5
EVANGELHO: Mateus 6,24-34
A frase escolhida como temática – Buscai em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça... – nos convida a procurar o essencial da nossa vida. O que será? Deus deve ocupar o primeiro e o principal lugar em nossa vida.
Podemos denominar o evangelho de hoje como o da Divina Providência, da confiança em Deus.
É preciso situar esta narrativa de hoje dentro do contexto do Sermão da Montanha. Jesus está tentando criar uma nova hierarquia de valores, de acordo com sua Boa-Nova. Dessa hierarquia, o Mestre não exclui nenhuma das responsabilidades que o homem tem de transformar a natureza, a sociedade e a sua própria história.
Jesus quer introduzir na vida dos que creem nele uma hierarquia divina de valores. Nela, Deus há de ocupar o primeiro lugar, e ele convida a ordenar a vida conforme essa hierarquia, procurando matar a fome e a sede de justiça, mesmo se tivermos de sofrer perseguições. Quem realmente acredita em Deus, faz tudo isso com confiança.
Quando os homens aprenderem a viver com amor fraterno, serão então autores de uma sociedade nova, sem egoísmo nem racismo. A oferta que Jesus faz é uma palavra de salvação para todos.


26/02/2011 – sábado - “As crianças e o Evangelho.”

PRIMEIRA LEITURA: Eclesiástico 17,1-13
EVANGELHO: Marcos 10,13-16
                A atitude dos fariseus que se aproximam sempre de Jesus com intenções retorcidas e gestos arrogantes encontra a sua contrapartida no comportamento das crianças que, sem possibilidade nem de chegar por si mesmas a Jesus, devem ser apresentadas por outros e com dificuldades.
                As crianças para Jesus não são somente objeto de atenção e de carinho, mas também modelos a serem imitados por todos aqueles que querem seguir verdadeiramente o caminho cristão e participar do Reino de Deus.
                A criança sente que a sua vida está nas mãos de quem é mais maduro, forte e experiente do que ela e não duvida do amor. Por isso, todos nós precisamos ser como uma criança diante de Deus se quisermos entrar no Reino dos Céus.
                Sendo um dom, o Reino não está reservado aos que pretendem escalar os céus, senão para aqueles que – como crianças – confiam, se abrem e se entregam por completo à benevolência divina.

25/02/2011 – sexta-feira - “Desde o início da criação Deus fez o homem e a mulher.”
7ª SEMANA DO TEMPO COMUM
PRIMEIRA LEITURA: Eclesiástico 6,5-17
EVANGELHO: Marcos 10,1-12
                No aspecto geográfico, Jesus está se despedindo definitivamente da Galileia e continua seu caminho e seu ensinamento, dirigindo agora a um público maior. Os discípulos, no entanto, continuam tendo uma instrução adicional em particular. Os fariseus geralmente são críticos e mal dispostos em relação a Jesus.
                Sem de deixar seduzir por uma casuística banal e sem ser pego nas disputas entre as diversas escolas, Jesus situa o debate em seu verdadeiro horizonte, processando a solução a partir de sua raiz: a intenção originária do Criador.
                Do caráter de aliança que o matrimônio possui deriva a fidelidade conjugal que Jesus proclama, uma fidelidade sustentada e alimentada pelo amor, não pela lei.
                Esse amor, em referência constante ao amor de Deus, será capaz de encontrar sempre a luz e a força necessárias para superar os diversos obstáculos que o cristianismo lhe apresenta nessa vida conjugal.

24/02/2011 – quinta-feira - “Severidade diante do mau exemplo.”
7ª SEMANA DO TEMPO COMUM
PRIMEIRA LEITURA: Eclesiástico 5,1-10
EVANGELHO: Marcos 9,41-50
                Ao anúncio de uma recompensa por qualquer ação em favor dos que são do Messias (=discípulos) segue-se um surpreendente contraste, uma terrível ameaça contra aqueles que sejam ocasião de tropeço ou de escândalo para os pequenos que acreditam.
                Para o evangelista, escandalizar é criar obstáculos à fidelidade, à Palavra e à Pessoa de Jesus, tornar difícil ou impossibilitar a adesão e a comunhão com ele; e, em outras palavras, colocar em perigo ou destruir a fé. Trata-se de algo que não pode ficar impune.
                Esses meios devem concentrar-se especialmente na eliminação da raiz que sustenta e suscita o escândalo. Essa raiz se encontra no interior de cada um: na vontade incontrolável de domínio, na ambição insaciável e egoísta. Está em jogo o destino último do homem, não devemos nos omitir em tomar decisões fundamentais para nossa vida.

23/02/2011 – quarta-feira - “Quem não é contra nós, é a nosso favor.”
7ª SEMANA DO TEMPO COMUM
PRIMEIRA LEITURA: Eclesiástico 4,12-22
EVANGELHO: Marcos 9,38-40
                A expressão “em teu nome”, que aparece no início do texto, induz o evangelista a introduzir aqui um novo ensinamento de Jesus. A razão deve-se a um exorcista que atuava, com êxito, “em nome” do Mestre, sem pertencer ao grupo dos discípulos.
                As palavras do Mestre “é a nosso favor” parecem comungar das ideias dos discípulos, e são também uma exortação que continua tendo plena vigência.
                Hoje em dia, a exclusão sectária, o olhar narcisista, a pretensão monopolizadora são atitudes estranhas ao Espírito de Jesus. Eliminando todo fechamento da ortodoxia, o cristão deve saber acolher, apoiar e estimular todos os homens que defendam uma causa nobre, ainda que não estejam inscritos em sua comunidade, nem pertençam a seu credo confessional.
                Marcos aqui pensa naquelas pessoas que, embora não tenham conhecido suficientemente o Mestre e tenham ainda a possibilidade de a ele aderir, rejeitam decidir-se, ou seja, escolhem não estar com ele, mas com seus gestos são a seu favor.

22/02/2011 – terça-feira - “Pedro confessa que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus vivo.”
7ª SEMANA DO TEMPO COMUM – CÁTEDRA DE SÃO PEDRO
PRIMEIRA LEITURA: 1 Pedro 5,1-4
EVANGELHO: Mateus 16,13-19
                A essa confissão de Pedro, Jesus responde com uma palavra de felicitação (ou bem-aventurança) e um encargo muito especial perante a Igreja. Ele declara feliz Pedro não por seus méritos, mas porque o Pai lhe revelou o mistério de reconhecê-lo como Messias e como Filho de Deus, e lhe confia a missão de ser a rocha sobre a qual a Igreja será alicerçada, reunida em torno dos discípulos.
                A figura de Pedro manifesta no Evangelho de hoje que ele participa do mesmo poder de Cristo que, através dele, quer continuar visível sua presença. No entanto, é preciso desenvolver uma verdadeira educação para a fé, para não duvidar da eficácia e da presença do Ressuscitado.
                Como a pessoa de Jesus se encontra na origem do grupo dos discípulos constituídos em “família de Deus”, assim sua presença de ressuscitado atua na Igreja como comunhão de irmãos que têm um único e mesmo Pai.

21/02/2011 – segunda-feira - “Tudo é possível para aquele que crê.”
7ª SEMANA DO TEMPO COMUM
PRIMEIRA LEITURA: Eclesiástico 1,1-10
EVANGELHO: Marcos 9,14-29
                O texto do menino epilético revela-nos um Jesus cheio de misericórdia e atento às necessidades daqueles que o rodeavam. Marcos nos apresenta todo o desespero paterno e a importância dos discípulos para resolver o problema.
                Observe a ordem forte e segura de Jesus – Eu te ordeno -, em oposição clara à timidez dos discípulos no início da narrativa. Mas tal milagre só acontece porque o pai do menino se coloca em uma atitude de humildade e de aceitação.
                Existe uma reação por parte dos discípulos, que querem saber por que não conseguiram o mesmo feito de Jesus.
                O verbo “curar” não deve ser entendido somente para patologias, mas também para “doenças” como o ódio, o comodismo, a alienação... O projeto de Deus, do qual todos somos chamados a participar, não admite fracos, mas homens de fé.

20/02/2011 – domingo - “Sede perfeitos, assim como vosso Pai celeste é perfeito.”
7° DOMINGO DO TEMPO COMUM
PRIMEIRA LEITURA: Levítico 19,1-2.17-18
SEGUNA LEITURA: 1 Coríntios 3,16-23
EVANGELHO: Mateus 5,38-48
                O último exemplo convida os discípulos de forma clara a amarem os inimigos. Este é um dos ensinamentos mais novos e revolucionários do Evangelho, sobretudo pela motivação que se dá para explicar o alcance e a raiz do amor cristão.
                É um amor que não pode ficar reservado ao círculo dos mais próximos, àqueles de meu grupo ou aos que me amam, mas que deve atingir inclusive os inimigos. É um amor sem fronteiras e somente pode ser entendido como expressão do amor de Deus, que é para todos.
                Os discípulos devem amar dessa forma, porque é assim que Deus nos ama. Esse será o seu sinal característico. As palavras finais sede perfeitos, assim como vosso Pai celeste é perfeito resumem de uma forma magnífica o ensinamento contido neste discurso de Jesus em antíteses: tendes ouvido o que foi dito, eu, porém vos digo.
                Esta é a motivação mais radical da nova interpretação da Lei de Moisés proposta por Jesus como norma de vida para o cristão; os discípulos devem viver com o olhar voltado para Deus, pois foram chamados a manifestar em sua vida a perfeição de Deus, cuja expressão mais perfeita é o amor incondicional a todos.
                A maior justiça proposta por Jesus exige de nós, cristãos, a superação do egocentrismo e do egoísmo de grupos e classes. Só é possível atingir tal objetivo se tivermos um relacionamento positivo com a pessoa de outro, por meio de atos concretos.

19/02/2011 – sábado - “A transfiguração de Jesus.”
6ª SEMANA DO TEMPO COMUM
PRIMEIRA LEITURA: Hebreus 11,1-7
EVANGELHO: Marcos 9,2-13
                O mistério da pessoa de Jesus é revelado por um momento. A cor deslumbrante de suas vestes fala por si de sua glória. As figuras de Moisés e de Elias, que conversam com ele, indicam que a lei e as profecias encontram em Jesus o seu cumprimento.
                Toda essa atmosfera de luz é marcada comum imperativo: ouça. O discípulo autêntico é aquele que sabe ouvir o Mestre, ainda que suas palavras soem a cruz e sofrimento.
                Somente à luz da ressurreição será possível compreender a transfiguração em todo o seu alcance e profundidade. Com essa precisão somos convidados a relembrar o anúncio feito em Mc 8,31: e começou a ensinar-lhes: o Filho do Homem deve sofrer muito e ser rejeitado. Nosso destino é a transfiguração. Transfigurar é libertar-se de todos os condicionamentos e descobrir nossa verdadeira identidade: somos filhos de Deus, feitos à sua imagem e semelhança.

18/02/2011 – sexta-feira - “Se queres seguir Jesus...”
6ª SEMANA DO TEMPO COMUM
PRIMEIRA LEITURA: Gênesis 11,1-9
EVANGELHO: Marcos 8,34-_9,1
                Há escolhas que simplesmente enaltecem nosso egoísmo. Há renúncias que só satisfazem nossa vaidade. Para vivermos bem a vida no seguimento de Cristo há exigências que nascem do amor a ele e ao seu projeto.
                O que abraçamos ou aquilo a que renunciamos, o fazemos por amor. Tudo o que perdemos por amor ganhamos em maturidade, em fidelidade, em graça. Um só ideal permanece e por este vale a pena renunciar a tudo. Jesus dá-se por inteiro a nós. E nós podemos nos dar inteiramente a ele e seu Reino.
                As exigências para seguir Jesus, conforme o texto, são três: os discípulos devem, em primeiro lugar, negar-se a si mesmos, isto é, converterem-se pela raiz, renunciando aos seus próprios critérios humanos; devem projetar a sua vida em termos de doação, não de possessão, pois quem aposta toda a sua existência no ter, fica empobrecido no ser; devem testemunhar com coragem sua fé, inclusive quando esse testemunho possa acarretar zombarias, ultrajes e perseguições.

17/02/2011 – quinta-feira - “Jesus faz a pergunta: Quem sou eu?”
6ª SEMANA DO TEMPO COMUM
PRIMEIRA LEITURA: Gênesis 9,1-13
EVANGELHO: Marcos 8,27-33
                Jesus não se deixa prender nem encurralar nos limites da imagem que o homem faz dele. Revela-se diferente e maior do que o homem pensa e foge, assim, a toda tentativa de instrumentalização.
                Jesus não se conforma com simpatias ou vagas opiniões, mas exige que os seus assumam uma postura decidida em relação à sua pessoa. Pedro, em nome de todo o grupo, proclama aberta e acertadamente a messianidade de Jesus.
                É preciso penetrar no mistério da cruz, porque é necessário compreender que o valor definitivo da vida está para além da morte na vida da ressurreição. Jesus crucificado é o verdadeiro Messias. Só a partir daí é que Jesus pode ser compreendido autenticamente.
                Jesus dirige a todos a pergunta: “Quem sou eu para você?” Essa pergunta exige uma tomada de posição, uma opção de vida que parece ir contra o bom-senso, pois contrasta com os desejos imediatos do homem, como o sucesso, a rejeição da dor, o bemestar. Mas o que o homem busca só pode vir da ação criadora e salvadora de Deus.

16/02/2011 – quarta-feira - “Jesus pôs as mãos nos olhos.”
6ª SEMANA DO TEMPO COMUM
PRIMEIRA LEITURA: Gênesis 8,6-13.20-22
EVANGELHO: Marcos 8,22-26
                Este milagre é considerado semelhante ao da cura do surdo-mudo, narrado por Marcos. Os milagres de Jesus são sinais de cura interior a verdadeira saúde de que todos nós precisamos. Só vivendo o Evangelho é que podemos ver a luz para descobrir que a vida tem sentido e para fazer desse sentido o nosso ideal.
                O surdo-mudo anuncia, revela a vocação dos pagãos à salvação. O milagre de hoje antecipa a iluminação dos discípulos seguindo a Jesus no caminho.
                O contexto e a peculiaridade do relato – sem descrição da enfermidade, sem efeito imediato, sem reação da multidão – convidam a pensar que o evangelista pretende impregnar a realidade histórica de um significado simbólico. Se o processo de cura torna-se lento e laborioso é para advertir que também o processo da fé é pausado, gradual e não carece de incerteza e vacilações.

15/02/2011 – terça-feira - “A correta atitude cristã.”
6ª SEMANA DO TEMPO COMUM
PRIMEIRA LEITURA: Gênesis 6,5-8;7,1-5.10
EVANGELHO: Marcos 8,14-21
                Jesus pretende educar seus discípulos. Assim os adverte-os de que, por trás daquela discussão, se esconde a incredulidade mais irreversível, que é, ao mesmo tempo, um convite enganoso, em nome de uma presumida seriedade religiosa a reconhecer o caminho do messianismo espetacular.
                Pelo caminhar dos últimos acontecimentos, Jesus quer que eles encontrem a correta atitude cristã. Mas os discípulos só são capazes de ver aquilo que está diante de seus olhos e nada do que lhes parece estar além do racional. Eis por que não entendem a mensagem de Jesus.
                Essa cena esboça um bom quadro daquilo que também acontece conosco. Perdemos o sentido das coisas básicas, o significado cristão, porque estamos muito absorvidos no aqui e agora das coisas temporais.

14/02/2011 – segunda-feira - “Por que pede esta geração um sinal?”
6ª SEMANA DO TEMPO COMUM
PRIMEIRA LEITURA: Gênesis 4,1-15.25
EVANGELHO: Marcos 8,11-13
                Os sinais pelos quais Jesus se revela são sempre um chamado à fé, ao compromisso para acabar com nosso egoísmo e idolatrias.
                Os sinais de Jesus não satisfazem nossa curiosidade, nossas fantasias ou nosso orgulho ou vaidade. Jesus recusa-se a dar um sinal aos fariseus porque ele valoriza imensamente a liberdade do homem e não tem a intenção de se impor pelo significado de seus milagres.
                Essa obstinação dos fariseus mostra que, para eles, o Messias devia provar sua missão com um sinal ou um milagre estrondoso, espetacular. Diante dessa situação, Marcos descreve o sofrimento íntimo de Jesus com um profundo suspiro; tudo isso por causa da má intenção dos fariseus. E a resposta de Jesus foi um absoluto não.
                Nossa ignorância é monstruosa e sem fim quando se trata de nós mesmos e de outros. Essa ignorância é causa de tantas tensões num relacionamento entre as pessoas. Devemos aprender algo sobre nós e nossas próprias emoções. Consciente ou inconscientemente, cada um de nós vive esperando que os outros satisfaçam plenamente nossas necessidades. Temos que entender um pouco mais sobre nós mesmos e sobre o outro para que os conflitos cedam ao diálogo e ao conhecimento mútuo.


13/02/2011 – domingo - “A novidade da pregação de Jesus.”
6º DOMINGO DO TEMPO COMUM
PRIMEIRA LEITURA: Eclesiástico 15,16-21
SEGUNDA LEITURA: 1 Coríntios 2,6-10
EVANGELHO: Mateus 5,17-17
                Estamos no contexto do Sermão da Montanha. O texto de hoje mostra claramente a novidade da pregação de Jesus em relação à antiga lei.
                Essa novidade é conseguida superando-se o legalismo e o formalismo da lei antiga que era imposta pelos doutores da lei e pelos escribas.
                Não se trata, como mostra Jesus, de viver a lei minuciosamente em seu aspecto quantitativo. Essa mudança é percebida pelas antíteses que versam sobre o homicídio e a reconciliação, o adultério, o divórcio e o juramento que aparecem no texto do evangelho de hoje.
                Em cada um desses temas, Jesus mostra como dar um passo à frente para viver a lei a partir do coração e não de um mero legalismo.
                Com a expressão Eu, porém, vos digo Jesus se revela promulgador da Nova Aliança. Vem interiorizar a lei, que será escrita, não mais em tábuas de pedra, mas nos corações do ser humano.
                Dessa forma, a Lei nova discernirá o mal em sua raiz ou fonte, no coração, e não apenas quando se manifesta nas reações ou atitudes externas.
                As situações evocadas aqui são casos reais aos quais Jesus dá uma resposta. Essa mensagem tem um grande valor em si.

12/02/2011 – sábado - “O amor faz milagres.”
5ª SEMANA DO TEMPO COMUM
PRIMEIRA LEITURA: Gênesis 3,9-24
EVANGELHO: Marcos 8,1-10
                O amor faz repartir, multiplicar, superar as desigualdades que facilmente nos habituamos a promover. Todos os seres humanos devem ter ideias claras sobre a função de sua vida, de sua comunicação, dos bens de todo o homem.
                À medida que acolhemos o mistério de Cristo em nós, e entre nós, devemos fazer circular tudo o que recebemos. Nem sempre podemos resolver os problemas da humanidade, mas podemos encontrar soluções autênticas para situações concretas, que se aplicadas permitirão fazer do mundo uma só comunidade pelo amor recíproco e a troca dos bens materiais e espirituais.
                Com a força do Evangelho, podemos mudar a face da terra. E aquilo que parecia um sonho pode ser realidade. O caminho de Jesus desconcerta. Melhorar o mundo, fazer reformas, distribuir os bens, extinguir toda barreira de raça e nação, garantir a paz são ideais de todos nós.

11/02/2011 – sexta-feira - “Jesus lhe pôs os dedos nos ouvidos, e tocou-lhe a língua com saliva.”
5ª SEMANA DO TEMPO COMUM
PRIMEIRA LEITURA: Gênesis 3,1-8
EVANGELHO: Marcos 7,31-37
                Marcos procura deixar bem claro que Jesus não é um mágico. Jesus age, toca, atua, fala... Jesus liberta-o de sua enfermidade: agora ele já pode falar.
                Os relatos de Marcos que se relacionam com os olhos, ouvidos e língua têm um significado simbólico. O surdo-mudo simboliza a impossibilidade de se relacionar, de comunicar-se, de ouvir a Palavra de Deus e de pronunciá-la.
                As consequências dessa situação são: carência, dependência e temores, convertendo-se em peso para comunidade. Este relato ressalta mais a participação dos pagãos ao banquete da salvação que Jesus oferece. O surdo-mudo é o melhor representante do paganismo: surdo em relação a Deus, é incapaz de louvá-lo.
                Podemos ver aqui um símbolo da libertação dos oprimidos na sociedade, dos que não tem voz para expressar-se e participar dos que não contam para nada.

10/02/2011 – quinta-feira - “Uma mulher pagã.”
5ª SEMANA DO TEMPO COMUM
PRIMEIRA LEITURA: Gênesis 2,18-25
EVANGELHO: Marcos 7,24-30
                Uma pagã se aproxima de Jesus procurando seu divino poder. Assim aparece a palavra de uma mulher sofredora, em contraste com os fariseus, preocupados em terem lavado bem as mãos antes de comer o pão. Eis por que Jesus “permite que ela seja tão insistente”: ele quer testar a fé da mulher. A fé dessa mulher é tão forte que não se rende até conseguir o que deseja. É uma fé autêntica, simples, e que se transforma em modelo para os destinatários do Evangelho.
                Aparentemente, ela a humilha e a faz sofrer; mas é por meio dessa triste experiência que a mulher purifica seu ato de “religiosidade”, transformando-o em um gesto de compromisso de fé em Jesus.
                O texto nos faz refletir sobre o racismo religioso, que é uma tentação permanente do homem. Muitas vezes, tentam-se justificar as divisões culturais e as estratificações sociais por seu aspecto religioso.
                A fé sincera é o único critério para a pertença à comunidade salvífica, é a única possibilidade que o homem tem de viver uma vida plena, em total liberdade perante seu Criador.

09/02/2011 – quarta-feira - “O que sai do homem é que o torna impuro.”
5ª SEMANA DO TEMPO COMUM
PRIMEIRA LEITURA: Gênesis 2,4b-9.15-17
EVANGELHO: Marcos 7,14-23
                O puro ou impuro procede do coração, do interior do homem. A sentença de Jesus não podia deixar de surpreender e desconcertar os ouvintes, em virtude da mentalidade e do ambiente em que viviam. Também os discípulos sentem o desconcerto e pedem uma explicação. Jesus a dá e, através dela convida a comunidade cristã de todos os tempos a refletir sobre a verdadeira fonte de pureza ou impureza: o coração do homem.
                Nem as observâncias legais, nem as sociais, nem os modelos culturais podem, por si mesmos, ser estabelecidos como valores éticos e, muito menos, substituir a liberdade do coração do homem.
                As curas em território pagão confirmam que, mediante a fé, os corações mais “puros” podem ficar purificados. Jesus convida cada um a descobrir em si mesmo a raiz do pecado e a raiz do amor.

08/02/2011 – terça-feira - “Jesus repudia a piedade externa e legalista dos fariseus e escribas.”
5ª SEMANA DO TEMPO COMUM
PRIMEIRA LEITURA: Gênesis 1,20_2,4a
EVANGELHO: Marcos 7,1-13
                O texto de hoje trata da controvérsia entre Jesus, os fariseus e os escribas. Jesus ensinava um culto em espírito e verdade, não tolerava um culto hipócrita, que encobrisse interesses egoístas e tradições manipuladoras.
                O verdadeiro culto nasce no interior do coração. Este reconhece as maravilhas que Deus fez aos homens, inquieta-se na procura e na execução de sua vontade, sente-se comprometido em compartilhar o amor que recebeu de Deus, sentindo-se invadido pelo mesmo amor divino aos homens, principalmente os mais necessitados, abandonados.
                Hoje em dia, precisamos ficar muito atentos, pois o que é prescrição humana e legal pode estar contra a justiça e contra Deus. A religião de Jesus estava intimamente unida à ação. Não era um complexo de ritos e fórmulas inventadas por homens, era o cumprimento de sua vontade e a vivência de seu amor.

07/02/2011 – segunda-feira - “Curas em Genesaré.”
5ª SEMANA DO TEMPO COMUM
PRIMEIRA LEITURA: Gênesis 1,1-19
EVANGELHO: Marcos 6,53-56
                Uma forma permanente de pobreza espiritual é a doença. Nesse estado de vida é possível viver a beatitude dos pobres que Jesus proclama. O doente vive uma disposição humilhante, da qual lhe cabe fazer uma verdadeira infância espiritual nas mãos de Deus. E, assim, os doentes eram transportados para o lugar onde sabiam que Jesus estava.
                O vento parece estragar os planos de Jesus e de seus discípulos, obrigando-os a modificar a rota inicial. O objetivo previsto era chegar a Betsaida, na parte oriental do lago. Depois de uma noite inteira de viagem, desembarcaram em Genesaré, na mesma margem da qual haviam partido.
                Reconhecido pelo povo, Jesus aparece uma vez mais como o médico dos enfermos e atribulados, de quem emana uma força prodigiosa. É um quadro familiar que conclui os dois episódios precedentes, muito mais espetaculares e assustadores.
                O poder de Jesus não é o dos taumaturgos e curandeiros helenistas; procede de Deus mesmo; as suas raízes submergem no mistério de uma peculiar condição divina.

06/02/2011 – domingo - “Vós sois o sal e a luz para a humanidade.”
5º DOMINGO DO TEMPO COMUM
PRIMEIRA LEITURA: Isaías 58,7-10
SEGUNDA LEITURA: 1 Coríntios 2,1-5
EVANGELHO: Mateus 5,13-16
                O evangelho de hoje é a continuação do domingo passado, o das bem-aventuranças. Jesus usa três comparações – sal, luz e a lâmpada – para mostrar o que significa ser cristão, ou, em outras palavras, para apresentar o sentido da presença e da ação da comunidade cristã deve ser “sal, luz e lâmpada”.
                O sal é elemento fundamental para a vivência: preserva, conserva os alimentos e lhes dá sabor. A comunidade cristã, seguindo a Jesus, preserva, conserva a vida e lhe dá sabor humano.
                Quanto à luz: a primeira carta de São João diz “Deus é luz”, porque sua presença ilumina a vida do homem, conferindo-lhe significado. A comunidade cristã é luz do mundo, porque testemunha Jesus e se torna, desse modo, sinal que revela o sentido que Deus dá à vida. Ninguém vive sem a luz. A luz possibilita enxergar o caminho para andar, e ninguém caminha sem um sentido na vida.
                Por fim, a simbologia da lâmpada. Ninguém a acende para colocá-la debaixo de uma vasilha. A comunidade cristã não pode se esconder nem se fechar, caso contrário seu testemunho já não tem mais sentido.
                É sal da terra, é luz do mundo, é cidade visível que fica no alto de um monte. Essas imagens utilizadas por Jesus convergem para a mesma direção: “O testemunho da vida a serviço dos outros”. Portanto, o texto deixa bem claro que a comunidade não existe para si mesma, mas em função dos outros, de toda a sociedade dos seres humanos.
                A comunidade somente será sal, luz e lâmpada quando der testemunho de Jesus, vivendo o que ele proclamou nas bem-aventuranças.
                O homem moderno pode descobrir, para além da linguagem e das idéias, que Deus se encontra na simplicidade da confiança pura. E a falta de luz no coração do homem é o que o impede de chegar ao essencial da vida.

05/02/2011 – sábado - “O regresso dos Doze.”
4ª SEMANA DO TEMPO COMUM
PRIMEIRA LEITURA: Hebreus 13,15-17.20-21
EVANGELHO: Marcos 6,30-34
                Aqui são registrados o regresso dos Doze e a primeira multiplicação dos pães – pois em Marcos (como também Mateus) são narradas duas multiplicações de pães. Aqui, Jesus aparece como o novo Moisés dos últimos tempos, em um novo êxodo. Anuncia ao povo de Israel a Palavra de Deus, alimentando-o milagrosamente com um novo maná.
                Os gestos e as palavras de Jesus evocam os da última ceia e convidam a ver nesse banquete do deserto uma antecipação da Eucaristia.
                A indicação da sobra de doze cestos, recolhidos pelos doze discípulos, fortalece a ideia de que o milagre deve ser visto como sinal de um alimento inesgotável, que é necessário e que deve ser colocado à disposição dos outros.
                Os Doze são os encarregados de que esse alimento seja partilhado continuamente convertendo a Eucaristia em um banquete aberto a todos.
                Nesse milagre, Jesus é mostrado como um pastor, que cuida do povo de maneira amorosa. Na tradição bíblica, o pastor é o Senhor que guia seu povo através de mediadores históricos.

04/02/2011 – sexta-feira - “Herodes e o martírio de João Batista.”
4ª SEMANA DO TEMPO COMUM
PRIMEIRA LEITURA: Hebreus 13,1-8
EVANGELHO: Marcos 6,14-29
                O texto do evangelho de hoje relata o martírio de João Batista. O maior de todos os profetas encontrou a morte sem alarde e sem julgamento, sendo vítima de intrigas na corte. João Batista é apresentado como profeta em todos os evangelhos.
                Tinha uma consciência lúcida e profunda do momento histórico, denunciando os erros e os pecados do povo e anunciando uma revelação repleta de esperança. Foi ele quem preparou o povo para o início da missão pública de Jesus.
                A morte violenta do precursor se transforma em sinal premonitório da sorte que esperava Jesus, assim como aquela reservada aos discípulos. A missão de Jesus, como a de João Batista, lhe acarretará a hostilidade, a perseguição e inclusive o martírio.

03/02/2011 – quinta-feira - “Jesus envia os Doze de dois a dois.”
4ª SEMANA DO TEMPO COMUM
PRIMEIRA LEITURA: Hebreus 12,18-19.21-24
EVANGELHO: Marcos 6,7-13
                Marcos já tinha narrado de modo muito solene a escolha do grupo dos Doze (3,14-15). Jesus chamou quem ele quis. Há nisso, sem dúvida, um mistério de amor. Indica a soberana vontade divina que rompe com o sistema rabínico porque a iniciativa parte de Jesus, que escolhe quem ele quer.
                Jesus os chama para ficarem em sua companhia, isto é, para prepará-los e imbuí-los do seu Espírito. Esta é a primeira finalidade da escolha. Finalmente, os chama para enviá-los a pregar, que é a segunda finalidade da escolha.
                Hoje, nosso texto apresenta-nos que este grupo dos Doze deve empreender uma segunda fase do programa de sua vida. São enviados, por Jesus para evangelizar com autoridade, para converter e livrar o povo dos demônios que dominavam o homem.
                O texto de hoje deixa claro que a evangelização deve ser feita livremente, desvinculada de qualquer outra coisa.

02/02/2011 – quarta-feira - “Apresentação de Jesus.”
4ª SEMANA DO TEMPO COMUM - FESTA
PRIMEIRA LEITURA: Malaquias 3,1-4
SEGUNDA LEITURA: Hebreus 2,14-18
EVANGELHO: Lucas 2,22-40
                Todo primogênito era consagrado ao Senhor, um rito pelo qual se reconhecia que Deus é o autor e Senhor da vida.
                Os pais de Jesus cumprem tudo o que ordenava a lei de Moisés, por ocasião do nascimento de uma criança. A confissão da comunidade lucana, colocada na boca de Simeão, não esquece que tudo isso se cumprirá ao longo do caminho difícil da vida de Jesus, que assumirá todos os condicionamentos da humanidade.
                De Simeão, diz-se que ele esperava o consolo de Israel. Tanto ele como Ana são descritos como representantes dos judeus fiéis que esperavam a restauração do Reino de Deus sobre Israel.
                Depois de Simeão, Ana faz sua intervenção, uma profetisa viúva que passava seus dias orando no templo. Uma “santa” do Antigo Testamento que encarna a figura dos pobres de Javé. Estes esperavam na oração e na pobreza a chegada da salvação definitiva.

01/02/2011 – terça-feira - “Dois milagres: cura da hemorroísa e a ressurreição da filha de Jairo.”
4ª SEMANA DO TEMPO COMUM
PRIMEIRA LEITURA: Hebreus 12,1-4
EVANGELHO: Marcos 5,21-43
                Se os gerasenos estão pedindo para que Jesus se retire para a outra margem do lago, onde a semente de sua Palavra já tinha sido anunciada, do outro lado, há alguém suplicando-lhe que ele vá a sua casa.
                Jesus atende à suplica com o gesto de colocar-se a caminho. Entre a multidão que o segue e o aperta, uma mulher toca seu manto e fica curada de uma hemorragia. Esse silêncio, motivado por uma mulher no anonimato, provoca uma mudança de situação. Quanto à filha de Jairo, o que ia ser uma cura deve transformar-se, agora, em uma “ressurreição”.
                Jesus tem total domínio sobre o mal. É o Senhor de tudo. Devemos destacar nesta narrativa o fato de que o homem curado torna-se testemunha de Jesus e anuncia as maravilhas que Deus realizou em sua vida.
                Devemos concluir que não se resolvem problemas fugindo-se da evidência da verdade. Até os demônios admitem: Jesus é Deus.

31/01/2011 – segunda-feira - “Começou a divulgar o que Jesus fizera.”
4ª SEMANA DO TEMPO COMUM
PRIMEIRA LEITURA: Hebreus 11,32-40
EVANGELHO: Marcos 5,1-20
                Acalmada a tempestade (evangelho de sábado), Jesus e os seus conseguem desembarcar no território pagão para depositar também ali a mensagem libertadora do Reino de Deus.
                O encontro imediato com um possesso furioso e indômito e a sua morada entre os túmulos revelam a situação do mundo em que Jesus agora se encontra. É um mundo alienado e sob o signo da morte. E, além disso, um mundo impuro, como é sugerido pela presença de uma manada de porcos, justamente na montanha, lugar da presença de Deus, de culto e oração.
                Essa libertação realizada por Jesus suscita, como a tempestade acalmada, o estupor e o espanto por toda manifestação divina. As pessoas intuem o alcance da ação e talvez se sintam agradecidas. Mas pagaram um preço considerado excessivo e convidam Jesus, de modo cortês, que os deixe tranqüilas. Preferem sua ausência no lugar de sua presença incômoda, porque onde ele entra as coisas não podem continuar como eram antes.

30/01/2011 – domingo - “Bem-aventurados os que têm um coração de pobre, porque deles é o Reino dos céus.”
4º DOMINGO DO TEMPO COMUM
PRIMEIRA LEITURA: Sofonias 2,3;3,12-13
SEGUNDA LEITURA: 1 Coríntios 1,26-31
EVANGELHO: Mateus 5,1-12ª
                O Sermão da Montanha começa com uma declaração solene, na qual o Reino dos Céus, anunciado por Jesus, aparece como boa notícia para os pobres. Essa solene declaração constitui a abertura do discurso, no qual Jesus propõe o estilo de vida que se faz presente com a chegada do Reino.
                O grito de alegria de Jesus pela chegada do Reino de Deus e da libertação que vem com ele foi interpretado na comunidade de Mateus como orientações para a conversão e a mudança de vida que exige esse acontecimento.
                Em cada bem-aventurança existe uma tensão entre a situação presente e a que está para brotar: o Reino se faz presente em forma de gérmen nos pobres, nos misericordiosos.
As bem-aventuranças, a primeira e a oitava, são uma síntese do todas as outras. A promessa e a constatação são idênticas, ao passo que as outras estão relacionadas ao futuro.
As quatro primeiras (5,3-6) estão relacionadas entre si. São uma declaração da felicidade que experimentam aqueles que se abrem à ação de Deus em uma atitude de acolhida sincera. Dirige-se ao grupo daqueles que são pobres em espírito, que dizer, aos pobres do Senhor, que depositaram sua confiança somente nele.
O segundo grupo (5,7-11) contém quatro bem-aventuranças próprias de Mateus e são orientadas para o comportamento cristão.
Enquanto no primeiro grupo são constatadas situações, nesse segundo são propostas atitudes que os discípulos devem ter. São convidados a serem misericordiosos, a terem um coração puro e a trabalharem para construir a paz. Finalmente, são exortados a permanecerem firmes na perseguição.
Há nesse conjunto de bem-aventuranças, várias propostas de felicidade; as três primeiras salientam a construção da nova sociedade: “felizes os misericordiosos” (como imperativo à partilha); “os puros de coração” (o coração é, para o judeu, a sede das opções, é de lá que brotam as decisões do ser humano); e “os que promovem a paz” (tanto no aspecto pessoal como no social).

29/01/2011 – sábado - “Mestre, não te importas que pereçamos?”
3ª SEMANA DO TEMPO COMUM
PRIMEIRA LEITURA: Hebreus 11,1-2.8-19
EVANGELHO: Marcos 4,35-41
                A instrução catequética que o relato de hoje quer apresentar para cada um de nós é o tema da fé. A fé é livre para confiar e leva embora qualquer forma de medo. É por isso que Jesus insiste em que nos afastemos do medo e da covardia.
                Só a fé nos possibilita conhecer Jesus e manter com ele um convívio de amizade, de relacionamento humano-divino.
                A fé dos discípulos, que os fez deixar tudo para seguir a Jesus, não pode estar sempre exigindo atos prodigiosos. Deve ser suficientemente madura para difundir paz e serenidade, inclusive nos momentos em que Deus parece guardar silêncio ou permitir a tempestade e a oposição na vida de cada um de nós.

28/01/2011 – sexta-feira - “Duas parábolas com o tema da semente.”
3ª SEMANA DO TEMPO COMUM
PRIMEIRA LEITURA: Hebreus 10,32-39
EVANGELHO: Marcos 4,26-34
                Esta parábola ilustra que Deus tem um modo de agir diferente do nosso. É preciso ter coragem e paciência para sempre lançar a semente. Um dia ela produzirá frutos.
                Alenta, deste modo, a esperança em um futuro esplendoroso, mas insistindo ao mesmo tempo no decisivo valor do momento presente, por muito insignificante que possa parecer.
                Na segunda parábola, acentuam-se dois elementos: a imagem das árvores – à sua sombra as aves do céu se abrigam (está imagem foi tirada dos profetas Daniel e Ezequiel) – e o outro elemento é a maneira como os discípulos recebiam as instruções do Mestre, a sós, em outra linguagem.
                Muitos são os que lamentam a situação adversa do mundo, perdendo a esperança de que o amor vença. Não há força no mundo maior do que a fé e a graça de Deus. A nós, cristãos, compete vivê-las e semeá-las. O mal será derrotado na proporção em que a Palavra do Evangelho for vivida e semeada. Olhemos o mundo e percebamos como a semente lançada frutificou e se espalha apesar do mal que nos cerca.

27/01/2011 – quinta-feira - “O ensinamento em parábolas.”
3ª SEMANA DO TEMPO COMUM
PRIMEIRA LEITURA: Hebreus 10,19-25
EVANGELHO: Marcos 4,21-25
                É tarefa e dever de cada um de nós colocar sobre o candelabro essa lâmpada da Boa-Nova do Reino de Deus, destinada a iluminar todos os homens.
                Se vivemos hoje em um mundo tão subjetivista, destituído de reais valores, se tivermos acumulado somente falsos valores, ditados pelo egoísmo, eles de nada valerão em nosso encontro final com o Senhor.
                Muitas vezes, inventamos princípios para justificar nossas próprias atitudes. Jesus mostra que seremos medidos com as mesmas medidas com que medimos os outros.

26/01/2011 – quarta-feira - “O semeador saiu para semear.”
3ª SEMANA DO TEMPO COMUM
PRIMEIRA LEITURA: 2 Tm 1,18 ou Tt 1,1-5
EVANGELHO: Marcos 4,1-20
                Este capítulo, o quarto do evangelho de Marcos, é o das parábolas. Por meio desta pedagogia, Jesus quer mostrar o processo do discernimento de sua missão. Com base nas parábolas, compreende-se a prática de Jesus e sua relação com a vinda do Reino de Deus.
                Nunca devemos nos deixar sucumbir pela tentação do desânimo, nem analisar e classificar o campo de sua ação. A semente do Reino se perde tão somente quando fica nas mãos fechadas de um semeador demasiadamente prudente e calculista.
                O fato mais significativo da parábola do semeador, explicada pelo próprio Jesus, é que sua assimilação e aplicação formam a base de toda a vida cristã. Não poderá haver ‘um seguimento a Cristo’ se sua Palavra não crescer dentro de nós.
                Construir nossa vida em terreno fértil significa decidir viver a Palavra em nós semeada, e assim frutificaremos em obras que manifestam a presença de Jesus, o Semeador.

25/01/2011 – terça-feira - “Ide por todo o mundo, proclamai o Evangelho.”
3ª SEMANA DO TEMPO COMUM – CONVERSÃO DE SÃO PAULO APÓSTOLO
PRIMEIRA LEITURA: Atos dos Apóstolos 22,3-16 ou 9,1-22
EVANGELHO: Marcos 16,15-18
                A conversão de São Paulo, o apóstolo, é muito significativa no contexto pessoal de cada um. Na verdade, o acontecido com Paulo revela um pouco de cada um de nós, o que somos e o que devemos ser.
                O encontro com Cristo mudou significativamente a vida de Paulo, como também pode mudar a de qualquer pessoa. Assim foi e assim sempre será. Sem esse encontro, é impossível descobrir a luz que possibilita ver outras dimensões da vida. Essa luz é, ao mesmo tempo, a verdade que se quer manifestar: Jesus, o Ressuscitado.
                O encontro com Cristo fez Paulo suportar tudo o mais por ele. Nada se tornou mais desejável ao apóstolo que agradar sempre a Deus, conhecê-lo e viver sua graça. Para ele, a vida agora tinha um sentido, um novo valor.
                Este é um sinal de que sua experiência foi verdadeira. De fato, todo encontro real com Cristo deixa marcas de luz que interferem no rumo da vida de cada um; Tudo se passa como uma maravilhosa descoberta na qual as coisas passadas e o modo antigo de ser e viver não têm mais valor.

24/01/2011 – segunda-feira - “Jesus e os mestres da Lei.”
3ª SEMANA DO TEMPO COMUM
PRIMEIRA LEITURA: Hebreus 9,15.24-28
EVANGELHO: Marcos 3,22-30
                Os mestres da lei, mais desconfiados do que os familiares, emitem um diagnóstico muito mais sofisticado sobre Jesus: está sendo acusado de exorcizar o demônio pela própria força de Satanás. Essa acusação era grave e tinha como castigo a morte por lapidação.
                Diante dessa acusação, Jesus chama os escribas para junto de si e lhes responde em parábolas. Jesus age com a autoridade de Deus para vencer o demônio. E aponta como sua verdadeira família aqueles que fazem a vontade do Pai.
                Nessa resposta, Jesus ressalta que seu poder não vem do demônio. E argumenta: como poderia o Reino ou a casa do demônio ficar em pé, se fosse dividida? O poder de Jesus vem de Deus.
                O relato de hoje nos convida a uma exigência de conversão, nos coloca diante de uma opção pró ou contra Jesus. Os mestres da lei ficam perplexos sobre a origem do poder de Jesus: vem do demônio ou de Deus?

23/01/2011 – domingo - “Fazei penitência, pois o Reino dos céus está próximo.”
3º DOMINGO DO TEMPO COMUM
PRIMEIRA LEITURA: Isaias 8,23b_9,3
SEGUNDA LEITURA: 1 Coríntios 1,10-13.17
EVANGELHO: Mateus 4,12-23
                O início da pregação de Jesus se dá de uma forma comum na tradição sinótica (Mt, Mc e Lc), logo após a prisão de João Batista na região da Galileia.
                O evangelho de hoje contém uma síntese da pregação de Jesus, quase um lema: “Fazei penitência, pois o Reino dos céus está próximo”. Portanto, o Reino dos céus tornou-se próximo da humanidade. É um acontecimento que se verifica em determinado tempo e espaço físico, portanto não é algo atemporal. Jesus vem ao encontro do homem como nova possibilidade criada por Deus.
                Mateus segue o costume judaico de não usar o termo Deus e coloca nos lábios de Jesus a expressão Reino dos céus, que equivale à expressão “Reino de Deus”, utilizada por Marcos e Lucas. A chegada desse Reino é o conteúdo básico da pregação de Jesus, que deu esperança ao povo judaico sobre a vinda do reinado de Deus.
                Jesus iniciou a chegada definitiva desse Reino, ou melhor, o início desse reinado. Suas palavras e vitória sobre o maligno são os sinais evidentes de que Deus começa a reinar. Por isso, seus milagres e ensinamento provocam admiração, sensação de que algo novo está acontecendo, embora o Reino que Jesus anuncia tenha uma presença germinal, como a da semente ou a do fermento.
                Após o anúncio do Reino, há o chamado dos quatro primeiros discípulos. É interessante observar a forma como Jesus começa a constituir o grupo dos seus discípulos, muito diferente da utilizada pelos mestres judeus; não são os discípulos que pedem para fazer parte desse grupo, mas é Jesus quem os chama.
                O atrativo de seu chamado é irresistível e os torna capazes de renunciar às suas famílias e ao seu trabalho para segui-lo.

22/01/2011 – sábado - “Os parentes de Jesus diziam que ele estava fora de si.”
2ª SEMANA DO TEMPO COMUM
PRIMEIRA LEITURA: Hebreus 9,2-3.11-14
EVANGELHO: Marcos 3,20-21
            A casa é a estrutura sociológica básica. Aí se dá a vida do dia a dia e acontecem os eventos decisivos. É na casa que se realiza a grande cena do discernimento e da constituição do grupo de Jesus.
            Este breve relato projeta um raio de luz, não sobre o estado de ânimo de Jesus, mas sobre a mentalidade de alguns familiares que carecem de sentido para perceber as exigências absolutas de Deus em Jesus. não compreendem, porque sua expectativa – como a dos demais judeus em geral – é de que Jesus se torne o salvador político de Israel. Em vez disso, veem seu patrício tratando com os estrangeiros – inclusive com os romanos, seus dominadores. Mas não é só isso: veem também que Jesus vai às terras impuras dos samaritanos e também fala com eles. O seu tratamento igual para com todos, sua maneira de interpretar as leis ditadas pelas autoridades religiosas e sua misericórdia para com os pecadores levam as autoridades a procurar os parentes e a própria mãe de Jesus para que o levem para casa, achando que endoidecera. Não entendem e nem querem entender que o Reino de Jesus não é como o reino deste mundo, mas serviço, perdão e amos aos irmãos.

21/01/2011 – sexta-feira - “A escolha dos Doze.”
2ª SEMANA DO TEMPO COMUM
PRIMEIRA LEITURA: Hebreus 8,6-13
EVANGELHO: Marcos 3,13-19
            Jesus convoca e organiza a comunidade, representante do novo Israel. Trata-se de um grupo escolhido de modo solene. O que conta é somente a vontade de Jesus, a sua predileção e o seu amor.
            Jesus chamou quem ele quis. Há nisso, sem dúvida, um mistério de amor. Isso mostra a soberana e divina vontade que rompe com o sistema rabínico porque a iniciativa parte de Jesus, que escolhe quem quer.
            Jesus os chama para ficarem em sua companhia, isto é, para prepará-los, imbuí-los do seu Espírito. Esta é a primeira finalidade da escolha. E, por fim, para enviá-los a pregar – a segunda finalidade.
            Formação, missão, contemplação, atividade, escuta e proclamação são dimensões complementares que se condicionam reciprocamente.
            Escolhendo os doze, Jesus pretende preparar o novo povo de Deus, o Israel Santo dos últimos tempos.

20/01/2011 – quinta-feira - “Resumo da atividade de Jesus.”
2ª SEMANA DO TEMPO COMUM
PRIMEIRA LEITURA: Hebreus 7,25_8,6
EVANGELHO: Marcos 3,7-12
            A narrativa do evangelho de hoje pode ser lida e relida várias vezes, e encontraremos sempre aspectos novos para refletir. O fascínio de Jesus atrai multidões de todas as partes.
            No entanto, ir a Jesus significa ver nele o Filho de Deus.
            Só essa fé pode nos curar de nossos males. Corremos sempre o perigo de ir a Deus com alguns interesses, sem a decisão de segui-lo em seus mandamentos. Curiosidade, provocações ou desafios podem sufocar a mensagem e obscurecer a verdadeira fisionomia de Cristo. Devemos nos converter à verdade que é Jesus e não adaptar uma falsa verdade aos nossos condicionamentos.

19/01/2011 – quarta-feira - “O sábado e a vida.”
2ª SEMANA DO TEMPO COMUM
PRIMEIRA LEITURA: Hebreus 7,1-3.15-17
EVANGELHO: Marcos 3,1-6
            Esta é a última de uma série de cinco controvérsias narradas pelo evangelista Marcos (2,1_3,6). Jesus não sente a necessidade de pronunciar nenhuma palavra sobre si mesmo. A sua conduta, sua indignação e sua tristeza falam por si, revelam silenciosamente a sua missão e a sua identidade.
            As autorevelações anteriores confirmar e se completam. Jesus é o médico que cura os enfermos, perdoa e senta-se à mesa com os pecadores; é o esposo que inaugura o tempo de felicidade; é o Filho do Homem que tira o homem da escravidão do legalismo para conduzi-lo ao espaço da verdadeira liberdade, do amor e da vida.
            O evangelista Marcos, por meio dessa coletânea, quer mostrar a dureza do coração dos fariseus e sua incapacidade de comprometer a nova Aliança que Jesus veio fazer com seu povo.
            Também a dureza de nosso coração nos faz, às vezes, encontrar justificativas para maus costumes e, com isso, perdermos o essencial.

18/01/2011 – terça-feira - “O homem está acima do sábado.”
2ª SEMANA DO TEMPO COMUM
PRIMEIRA LEITURA: Hebreus 6,10-20
EVANGELHO: Marcos 2,23-28
            Os fariseus têm aqui um motivo a mais para polemizar diretamente com Jesus. Apelando à mesma Escritura, conforme o estilo dos rabinos, Jesus se defende e defende os seus.
            Jesus toma posição com autoridade na questão da Lei de Moisés, não só declarando por que Deus deu aquele mandamento, mas, também, afirmando seu poder sobre a própria lei.
            A libertação que Jesus nos traz engloba toda a realidade humana – social e espiritual -, inclusive a libertação dos escravismos “religiosos”.
            A máxima de Jesus, que se encontra no final do texto, afirma a subordinação da lei do sábado ao homem e insinua que essa lei deve desaparecer toda vez que possa impedir o bem-estar do homem.
            E a afirmação de Jesus: E, para dizer tudo, o Filho do Homem é senhor também do sábado, mostra que o Mestre se coloca no mesmo nível que Deus, isto é, ele é o Filho de Deus.

17/01/2011 – segunda-feira - “O jejum e o esposo?”
2ª SEMANA DO TEMPO COMUM
PRIMEIRA LEITURA: Hebreus 5,1-10
EVANGELHO: Marcos 2,18-22
            A contraposição ao banquete é o jejum. A prática religiosa do jejum no judaísmo se conectava a duas circunstâncias especiais: à chegada de uma desgraça, sendo, nesse caso, uma manifestação de dó ao sofredor; e à iminência de festas litúrgicas (Páscoa, por exemplo), transformando-se então o jejum em sinal de preparação para o encontro com Deus.
            A atitude relaxada, não de Jesus, mas de seus discípulos diante da prática do jejum é uma vez mais um motivo de escândalo para os mestres da lei, aqueles que agora dirigem abertamente suas críticas a Jesus.
            As leis servem para expressar o amor, que é a mensagem essencial do evangelho. Não basta cumprir ritos, quando não se tem um coração puro, convertido. A questão não é jejuar ou não. O que importa é que qualquer penitência expresse nosso amor e nos leve a um relacionamento mais verdadeiro com Deus e com o próximo.

16/01/2011 – domingo - “Depois de mim virá um homem que me é superior, porque existe antes de mim.”
2ª DOMINGO DO TEMPO COMUM
PRIMEIRA LEITURA: Isaías 49,3.5-6
SEGUNDA LEITURA: 1 Coríntios 1,1-3
EVANGELHO: João 1,29-34

            João Batista desempenha aqui o papel de apresentador. Por meio dele conhecemos Jesus, e os discípulos irão crer nele.
            Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo. Eis aquele que batiza no Espírito Santo. Com essas palavras, João Batista apresenta Jesus ao povo. No tocante ao título “Cordeiro de Deus”, é interessante observar com que frequência esse título aparece na celebração eucarística. Ele, o Cordeiro de Deus, tira de nós o pecado para viver em nós; ele é o Servo de Deus, Jesus morto e ressuscitado. O Cordeiro Pascal é o Pão da Vida. O Pão e o Cordeiro identificam-se na simbologia da celebração eucarística. São o alimento sólido que sustenta a vida.
            Dois temas importantes aparecem no texto de hoje: um, “tirar o pecado do mundo”; o outro, “batizar no Espírito Santo”. Jesus elimina o pecado do mundo com sua morte na cruz e batiza no Espírito Santo, por sua ressurreição.
            A obra salvífica abrange essas duas dimensões: dá o perdão do pecado e a força para não mais pecar. Os cristãos não somente são salvos, mas chamados por Cristo a continuar sua obra de salvação.
            Esta abrange a morte e a ressurreição. Por intermédio de sua paixão e morte na cruz, Jesus conquistou para a humanidade o perdão dos pecados; Por sua ressurreição, enviou sobre a humanidade o Espírito Santo, que santifica o homem e lhe dá força para não mais pecar. A atuação da vida pública de Jesus sempre se deu em duas frentes: a do homem e a do mundo, eliminando o pecado.
            Na Eucaristia, um pouco antes de comungar, rezamos: Cordeiro de Deus que tirais o pecado do mundo. Vamos refletir: O que significa esta oração em nossa vida? Será que vamos sempre ao encontro do Cordeiro de Deus?

15/01/2011 – sábado - “Não vim chamar os justos, mas os pecadores.”
1ª SEMANA DO TEMPO COMUM
PRIMEIRA LEITURA: Hebreus 4,12-16
EVANGELHO: Marcos 2,3-17
            O evangelho de hoje fala da vocação de Levi, o publicano, isto é, um coletor de impostos. Os coletores de impostos eram pessoas malvistas pela sociedade judaica, desprezados por causa de seu contato com os pagãos, sua colaboração com os romanos e a suspeita de enriquecimento ilícito.
            A refeição que Jesus faz com os pecadores revela o motivo da vinda do Filho de Deus: salvar os pecadores.
            No nosso dia a dia, é muito comum classificar as pessoas por sua posição, aparência ou atitude, dando muitas vezes a impressão de que o mundo é dividido entre pessoas boas e pessoas desonestas.
            E evangelho sugere que não devemos condenar ninguém, pois também cometemos as nossas faltas. Se alguém se considera justo, crê que se basta a si próprio e não percebe que está cada vez mais distante de sua realização. Somente ao entender o chamado de Cristo é que podemos ser curados de todo o mal.

14/01/2011 – sexta-feira - “O Filho do Homem tem poder de perdoar pecados na terra...”
1ª SEMANA DO TEMPO COMUM
PRIMEIRA LEITURA: Hebreus 4,1-5.11
EVANGELHO: Marcos 2,1-12
            Quem é este que até perdoa pecados? É claro que isso incomoda e desafia.
            Trouxeram a Jesus um paralítico para que ele o curasse. Mas Jesus parece não se importar com sua miséria física e surpreende a todos perdoando-lhe sua miséria espiritual. O enfermo não será libertado de sua enfermidade que Deus não o tenha perdoado de seus pecados.
            Este é um dos textos que refletem a mentalidade judaica da época de Jesus. Ele se arroga o perdão divino de perdoar. Os mestres da lei ficam escandalizados e imediatamente o qualificam de blasfemo. Quem pode perdoar pecados senão Deus? O raciocínio é perfeito. Sua conclusão, no entanto, é demasiado precipitada.
            E há sempre um crescente clima de hostilidade, até chegarem à decisão de eliminar Jesus (Mc 3,6).

13/01/2011 – quinta-feira - “Jesus compadeceu-se dele, estendeu a mão, tocou-o e lhe disse: ‘Eu quero, sê curado”.”
1ª SEMANA DO TEMPO COMUM
PRIMEIRA LEITURA: Hebreus 3,7-14
EVANGELHO: Marcos 1,40-45
            Movido pela compaixão, Jesus cura o leproso que lhe implora. A lei declarava impuro todo aquele que tivesse contato com um leproso, que era visto como um excomungado, um sinal de pecado.
            A preferência de Jesus pelos abandonados, rejeitados e pecadores mostra que Deus é bondade e acolhe todos os que a ele suplicam. Ao estender a mão sobre o leproso, Jesus toma sobre si suas dores, curando-o pela fé.
            Quais seriam as grandes lepras nos nossos tempos? O que faz as pessoas serem marginalizadas da sociedade?
            À luz deste relato de hoje, podemos e devemos mudar nossa atitude em relação às pessoas que nós marginalizamos, estendendo para elas nossa mão. Mais do que isso, devemos considerá-las membros da nossa comunidade. Reconheçamos, ainda, que todos nós, de algum modo, temos nossas enfermidades que precisam ser curadas.

12/01/2011 – quarta-feira - “Todos te procuram.”
1ª SEMANA DO TEMPO COMUM
PRIMEIRA LEITURA: Hebreus 2,14-18
EVANGELHO: Marcos 1,29-39
            Jesus, em sua missão, seguiu diversos critérios: o da solidariedade, o da oração, o de procurar os desamparados: Vamos às aldeias vizinhas, para que eu pregue também lá.
            Estender a mão é um gesto que gera inúmeras possibilidades de aplicar na Terra o projeto de amor de Jesus. Dessa forma, nossa oração e nosso anúncio da Palavra tornam-se expressão de uma vida concreta.
            A missão de Jesus estava ligada ao pecado enraizado no coração do homem e da sociedade. Jesus empregou constantemente suas orações para exterminar a raiz do mal.
            Jesus se apresenta como libertador dos males que afligem a humanidade. Jesus revela ainda que sua missão se dirige a todo o povo, pois pra isso é que vim.
            Jesus assume o sofrimento, primeiro curando em forma de um sinal e depois sofrendo, tomando sobre si nossas enfermidades.

11/01/2011 – terça-feira - “Todos se maravilhavam de sua doutrina.”
1ª SEMANA DO TEMPO COMUM
PRIMEIRA LEITURA: Hebreus 2,5-12
EVANGELHO: Marcos 1,21b-28
            Desde o início, Jesus apresentou-se como um profeta original. Sua autoridade não se baseava no conhecimento das Escrituras ou na posição que pudesse ocupar na sociedade, como os outros que ensinavam a Lei de Deus.
            Suas palavras eram a expressão de seu íntimo relacionamento com Deus e de seu profundo conhecimento do homem. Todos ficaram admirados ao ver que a autoridade de Jesus consistia em fazer obras que manifestavam o poder de suas palavras.
            Esta narrativa de hoje leva-nos a entender, entre outras coisas, que Jesus é um mestre que se distingue por sua autoridade divina e que se dirige a um plano infinitamente superior, à libertação do homem do mal que o oprime. Tudo está nas mãos de Deus.

10/01/2011 – segunda-feira - “Resumo da pregação inaugural de Jesus.”
1ª SEMANA DO TEMPO COMUM
PRIMEIRA LEITURA: Hebreus 1,1-6
EVANGELHO: Marcos 1,14-20
            O lugar geográfico onde Jesus inaugura a sua apresentação, o seu programa de ação, é a Galileia, região até então insignificante e sem relevo. Aqui se faz ouvir sua voz, aparecendo não como um profeta a mais na história do profetismo, mas como aquele em quem é chegada a plenitude dos tempos, o esperado Reino de Deus, tantas vezes anunciado pelos profetas do Antigo Testamento.
            Essa realidade é o oferecimento, e o dom de Deus em nada fica excluído. Se Deus outorga, espera, por sua vez, uma resposta de acolhimento por parte do homem. A resposta exigida é apresentada em duas atitudes concretas: conversão e aceitação (fé).
            Os primeiros discípulos aceitaram a proclamação de Jesus: Convertei-vos e crede no Evangelho. A conversão desses homens é o começo do seguimento a Jesus: Vinde após mim; eu vos farei pescadores de homens.

09/01/2011 – domingo - “Eis que os céus se abriram e viu descer sobre ele, em forma de pomba, o Espírito de Deus.”
Batismo de Nosso Senhor Jesus Cristo
PRIMEIRA LEITURA: Isaías 42,1-4.6-7
SEGUNDA LEITURA: Atos dos Apóstolos 10,34-38
EVANGELHO: Mateus 3,13-17
            Os evangelhos sinóticos registram uma forma de Batismo, realizada por João Batista. Era o cartão de entrada daqueles que quisessem assumir uma vida nova em preparação à chegada do Messias.
            Mateus nos narra que Jesus veio da Galileia ao Jordão, à procura de João Batista, a fim de ser batizado por ele. E, após o batismo, ao sair da água, os céus se abriram e viu o Espírito de Deus descer como uma pomba, pousando em Jesus.
            Alguns elementos sobressaem nesta narrativa: a água, o Espírito de Deus e a voz que diz: “Filho muito amado”.
            A voz que desce dos céus, proclamando Jesus como filho muito amado, mostra a experiência que Jesus teve de ser abraçado pelo Amor do Pai: nesse abraço, o Pai derrama sobre o Filho o seu Espírito, “Espírito de Deus”.
            A liturgia de hoje deve nos levar a recordar nosso Batismo, sacramento que nos coloca diante da grandeza de nossa vocação cristã e nos introduz no mistério da Santíssima Trindade. Por isso é que somos batizados em nome da Trindade: o Deus Pai, o Deus Filho e o Deus Espírito Santo.
            O Batismo nos mergulha no coração do mundo e nos faz irmãos de cada ser humano, à semelhança de Deus. O Espírito que em nós foi derramado no dia do nosso batizado arde e nos aquece, tornando-nos capazes de assumir todas as esperanças humanas.
            O Batismo é um símbolo da identidade de Jesus por meio de sua missão, assim como nosso próprio Batismo é também o símbolo da nossa identidade cristã. De um lado, o cristão enfrenta, em condições humanas, desafios e lutas, além do pecado. E o fato de ser cristão não o preservará de qualquer miséria, dor ou tentação. Mais do que isso, ele deve estar sempre cheio de esperança para poder inspirar os outros a criar um mundo melhor.

08/01/2011 – sábado - “Não sou o Cristo, mas fui enviado diante dele.”
Tempo do Natal
PRIMEIRA LEITURA: 1 João 5,14-21
EVANGELHO: João 3,22-30
            A autoapresentação de João Batista situa-se no lugar adequado: é o precursor, o arauto do Senhor; qualquer outra supervalorização de sua pessoa contradiria seu testemunho; é o amigo do esposo, o encarregado dos preparativos das bodas. O esposo é Jesus. É ele quem estabelece as relações entre Deus e o homem. A alegria do amigo tem uma explicação na participação das bodas de seu amigo. A manifestação de João Batista sobre Jesus expressa tanto a dignidade do apresentado como o fim da atividade do apresentador: diante do aparecimento de Jesus, João Batista deve desaparecer. É somente desta forma que se cumpre adequadamente a missão de João Batista.
            Este aproveita a oportunidade para ensinar seus discípulos uma importante dimensão da evangelização: aprender a dar lugar à ação de Cristo, que é o personagem principal no desenvolvimento do nosso apostolado.

07/01/2011 – sexta-feira - “Vendo a Jesus. Lançou-se com o rosto por terra e suplicou-lhe: Senhor, se queres, podes limpar-me.”
Tempo do Natal
PRIMEIRA LEITURA: 1 João 5,5-13
EVANGELHO: Lucas 5,12-16
            Os evangelhos falam muito em curas de leprosos, doentes, marginalizados e daqueles que constituem a grande maioria dos oprimidos da sociedade.
            A íntima conexão entre o chamado dos primeiros discípulos e a cura de um leproso parece ser muito significativa. Lucas propõe a sua comunidade, por meio dela e de todos nós, a tarefa de incorporar à assembleia humana ou eclesial todos aqueles que foram excluídos pelos homens.
            Quando Jesus curou o leproso, ele o libertou não só fisicamente, mas também socialmente. Jesus o reintegrou à sociedade.
            Depende de cada um de nós ser artífice de um mundo novo, de uma nova sociedade de Deus, presente no meio de nós. É preciso que reconheçamos isso e deixemos Deus criar morada entre nós. Esta é a grande certeza: ele faz conosco a História.

06/01/2011 – quinta-feira - “O Espírito do Senhor está sobre mim .”
Tempo do Natal
PRIMEIRA LEITURA: 1 João 4,19__5,4
EVANGELHO: Lucas 4,12-22a
            Jesus apresenta-se “oficialmente” à comunidade, por meio da oração na sinagoga de sua cidade natal, e torna-se conhecido por todos pela natureza de sua missão, aplicando a si a famosa profecia de Isaías que mostra a utopia da libertação total: interior e exterior, da servidão temporal e eterna.
            Nessa profecia podemos elencar os seguintes temas: o Espírito; a libertação escatológica; a alegria messiânica; a intervenção de Deus em favor dos pobres; e a proclamação do Ano da Graça. Observe-se que estes temas são uma síntese de toda a teologia do evangelho de Lucas.
            A causa dessa libertação é a reconciliação com Deus e com nossos irmãos – o ano da graça do Senhor -, a qual, com o aparecimento de Jesus, começa a ser realizada: Hoje se cumpriu este oráculo que vós acabais de ouvir.

05/01/2011 – quarta-feira - “Vendo-o caminhar sobre o mar .”
Tempo do Natal
PRIMEIRA LEITURA: 1 João 4,11-18
EVANGELHO: Marcos 6,45-52
            A partir da oração, Jesus vai ao encontro dos seus, caminhando sobre as ondas do lago. As palavras são de identificação e de alento: tranqüilizai-vos, sou eu, não vos assusteis. Estas palavras relembram algo do Antigo Testamento, os termos majestosos com os quais Deus se revela ao seu povo prometendo-lhe ajuda e salvação.
            À medida que a humanidade se afasta de Deus, crescem o medo, a angústia e a solidão. Apesar do milagre da multiplicação dos pães (texto do evangelho de ontem) e de outras manifestações de Jesus, a fé dos discípulos no Mestre ainda é fraca. Essa é a razão pela qual, quando Jesus caminha pelo lago, eles têm medo e, em vez de reconhecê-lo, o veem como um fantasma.
            Uma fé fraca leva-nos à mesma atitude. Temos medo da vida, com seus inúmeros dramas, porque não sabemos como descobrir Jesus, que está presente em todos os acontecimentos humanos.

04/01/2011 – terça-feira - “Jesus teve compaixão da multidão, pois estava como ovelhas sem pastor.”
Tempo do Natal
PRIMEIRA LEITURA: 1 João 4,7-10
EVANGELHO: Marcos 6,34-44
            A reação e a atitude de Jesus para com a multidão foi ter compaixão das pessoas, porque eram como ovelhas sem pastor. Esse milagre da multiplicação dos pães nos manifesta Jesus preocupado com o ser humano; desejoso de libertá-lo das escravidões, humanas e sociais, no caso, da escravidão da fome.
            O problema da fome no mundo e de tantas outras necessidades humanas está no coração do homem que não acolhe, nem vive a Palavra (mensagem) ensinada por Jesus. Essa Palavra de Jesus tem a força não só para transformar o interior, mas toda a vida dos homens e de suas estruturas.
            A grande lição que Jesus nos ensina é a partilha. Talvez não consigamos multiplicar milagrosamente o pão, mas podemos partilhar milagrosamente aquilo que temos com aqueles que pouco ou nada têm.

03/01/2011 – segunda-feira - “Fazei penitência, pois o Reino dos Céus está próximo.”
Tempo do Natal
PRIMEIRA LEITURA: 1 João 3,22_4,6
EVANGELHO: Mateus 4,12-17.23-25
            Nesta passagem do evangelho, encontramos a apresentação de Jesus iniciando seu ministério público na Galileia.
            No texto há uma citação do profeta Isaías. Por meio dela, o evangelista Mateus quer mostrar que o fato corresponde ao anúncio feito pelos profetas do Antigo Testamento (aqui especialmente Isaías) e que a pregação cristã chegará a todos os homens: Fazei penitência, pois o Reino dos Céus está próximo.
            A região da Galileia é terra de pagãos, crisol de culturas e religiões. Desde a antiguidade, é o símbolo de uma comunidade na qual os excluídos pelos judeus também têm espaço, pois, à luz de Mateus, Jesus deve iluminar todos aqueles que habitam nas trevas e na sombra da morte.
            No final, encontramos o primeiro sumário da atividade de Jesus. É um breve resumo da missão de Jesus, que consiste em ensinar (...), anunciar a Boa-Nova do Reino de Deus (...), curar todos os tipos de males. É justamente isso o que Jesus começa a fazer a partir desse momento.

02/01/2011 – domingo - Epifania do Senhor
PRIMEIRA LEITURA: Isaías 60,1-6
SEGUNDA LEITURA: Efésios 3,2-3a.5-6
EVANGELHO: Mateus 2,1-12
“Entrando na casa, acharam o menino com Maria, sua mãe.”
            Celebramos hoje a primeira manifestação de Jesus libertador, o “novo Moisés”, a todos os povos, representados pelos Reis Magos. A Epifania é a Revelação de que Deus quer salvar a todos. Por isso convoca todos os povos a tornarem o mundo mais humano e fraterno.
            A Epifania é a primeira manifestação de Jesus libertador. A celebração desta data deve nos lembrar que o projeto de Deus é o homem, a quem ele decidiu salvar e ao qual quis revelar-se. É preciso, no entanto, que o homem não se canse de procurar a Deus: Jesus nasceu para ser procurado, encontrado e adorado por todos, sem distinção de raças e credos. Deus é um Senhor para todos. Seu plano universal é a unidade de todos, como seus filhos pela fé em Jesus.
            O menino Jesus nasce. Os magos, guiados por uma estrela, encontram a criança com Maria, prestam-lhe homenagem e presenteiam-na com ouro, incenso e mirra. Todos nós, cristãos, no dia de hoje devemos render graças a Deus Pai pela manifestação de seu Filho, Jesus, que trouxe a salvação para todos os povos.
            O que os magos adoraram em Belém não foi uma simples manifestação de Deus. Essa manifestação é o próprio Deus se mostrando, se revelando “ao vivo”. Se todos nós tivéssemos mais fé nessas manifestações de Deus, a violência, a injustiça, a exploração, a fome e a tortura diminuiriam.
            A manifestação de Jesus ao mundo ensina que nada deve impedir nossa caminhada ao encontro dele.
            Celebrar a Epifania significa proclamar que ele está no meio de nós e pode ser encontrado por todos os que o procuram

01/01/2011 – sábado - Tempo do Natal – Santa Maria, Mãe de Deus
PRIMEIRA LEITURA: Números 6,22-27
SEGUNDA LEITURA: Gálatas 4,4-7
EVANGELHO: Lucas 2,16-21
“Solenidade de Maria, Mãe de Deus.”
            A solenidade de hoje proclama Maria, Mãe de Deus e mãe da humanidade. O evangelho ressalta sua atitude: conservava todas essas palavras, meditando-as no seu coração.
            Maria está ajoelhada diante do presépio do Filho de Deus. Maria nem tudo entende a respeito dos acontecimentos que invadiram sua vida, mas ela guarda e medita tudo em seu coração.
            Também nós estamos ao redor do presépio do Menino-Deus, embora incapazes de compreender o mistério da gruta de Belém.
            Maria examina os fatos e medita sobre eles a fim de descobrir o caminho de Deus. Essa atitude revela que a paz, desejo de toda a humanidade, brota de um coração que reflete sobre a vontade que vem de Deus. À semelhança de Maria, guardemos tudo no coração.
            Que a meta e o objetivo deste novo ano de 2011 sejam que a paz consiga vencer o ódio e o egoísmo, que o amor de Cristo nos sustente e a proteção da Virgem Maria nos dê segurança.

31/12/2010 – sexta-feira - Oitava do Natal
PRIMEIRA LEITURA: 1 João 2,18-21
EVANGELHO: João 1,1-18
“Ele estava no princípio junto de Deus.”
            O desígnio de Deus, em toda sua transcendência e glória, manifestou-se no mundo por meio de sua criação e sua história; em Israel, por meio de sua Lei e seus Profetas.
            Jesus não é um mito, não é uma simples tradição, não é uma fábula. Ele é parte verdadeira da história humana.
            A luz de Deus ilumina todos os homens por igual. Somos todos irmãos, iluminados pelo mesmo Deus. Daí brota uma fraternidade real independente de religião, sexo ou cor.
            Chegamos ao fim de mais um ano, uma esperança sempre renasce: Ano-Novo, vida nova. Desejamos, portanto, ao nosso bondoso leitor que nos acompanhou nestes 365 dias, que a comemoração do dia da fraternidade universal corresponda a uma fé profunda de que somos todos iguais. Que esse sentimento universal o acompanhe neste novo ano de 2011 e o faça sempre se voltar para os irmãos mais necessitados de sua ajuda. Nisso reside a felicidade.

30/12/2010 – quinta-feira - Oitava do Natal
PRIMEIRA LEITURA: 1 João 2,12-17
EVANGELHO: Lucas 2,36-40
“O menino Jesus estava cheio de sabedoria e a graça de Deus repousava nele.”
            Maria submete-se à lei do templo e Jesus é resgatado segundo a Lei de Moisés. Essa ida ao templo é, contudo, profética: a salvação é universal e a casa de Deus é a casa de todos os povos.
            Para a purificação, oferecia=se um cordeiro ou um par de rolas. Se a pessoa fosse pobre podia oferecer duas rolas ou dois pombinhos. Maria fez a oferta dos pobres.
            Desde o Natal, Deus vai dando passos na revelação de seu Filho ao mundo: ele veio para todos e todos devem acolhê-lo.
            O nascimento de Jesus e a sua ida ao templo revestem-se de um caráter universal: fazem pressentir o momento em que toda criação se tornará templo de Deus. Jesus é a resposta à longa expectativa do Messias. Simeão vai ao templo e seu canto de agradecimento contém o significado de Jesus para todos os povos. Jesus é a luz para as nações e para Israel.

29/12/2010 – quarta-feira - Oitava do Natal
PRIMEIRA LEITURA: 1 João 2,3-11
EVANGELHO: Lucas 2,22-35
“Sinal de Contradição.”
            Conforme a lei judaica, os primogênitos pertenciam a Deus por sacrifício e deviam ser “resgatados”. A mãe, para sua purificação ritual, apresentava um sacrifício.
            Os pais de Jesus submetem-se a esses costumes. Por outro lado, Simeão e Ana mostram que Jesus pertence totalmente a Deus. Ele virá para salvar os homens, será pedra de tropeço para uns e degrau para outros.
            O velho Simeão era um dos “pobres de Javé”. Ele viveu a autêntica esperança messiânica. Ele nos interroga: a nossa vida tem esperança em quê? A esperança é a alegria serena de ter necessidade de perdão e a graça como certa. Podemos encontrar no fim dos nossos dias uma alegria eterna: a de termos vivido na esperança de que a luz que se acendeu não foi rejeitada por nós.

28/12/2010 – terça-feira - Oitava do Natal – Santos Inocentes
PRIMEIRA LEITURA: 1 João 1,5__2,2
EVANGELHO: Mateus 2,13-18
“O sangue dos inocentes.”
            O texto de hoje nos mostra que Jesus foi perseguido desde sua infância. Ao mesmo tempo, mostra como a família de Nazaré se insere no drama humano e vive na escuta da Palavra de Deus e na obediência a ela.
            Herodes, ao saber que os magos haviam fugido por outro caminho, dá ordem de matar os meninos de Belém e seus arredores. Mateus, ao mencionar a profecia de Jeremias, quer mostrar que Jesus é o novo Moisés, o libertador de todos aqueles que se comprometem com ele. E ainda mais, que Jesus está ligado ao destino da história de Israel. Ele vai para o Egito, a fim de ser chamado para a liberdade e para ser o libertador.
            Os inocentes nos dão testemunho de Jesus Cristo, não com palavras, mas com o seu próprio sangue, lembrando-nos que o martírio é dom gratuito do Senhor.

27/12/2010 – segunda-feira - Oitava do Natal – São João, Apóstolo e Evangelista
PRIMEIRA LEITURA: 1 João 1,1-4
EVANGELHO: João 20,1-8
“Ele viu e acreditou.”
            “Quem foi São João? Filho de Zebedeu, irmão de Tiago, o Maior, discípulo de João Batista, foi um dos primeiros a aderir ao seguimento de Jesus.
            É o discípulo predileto, aquele que, na última ceia, reclinou a cabeça no peito de Jesus. Testemunha da transfiguração e da agonia de Jesus, está presente ao pé da cruz, onde o Mestre lhe confia a Mãe. Junto com Pedro, viu o sepulcro vazio e acreditou na ressurreição do Senhor.
            Foi evangelista, escreveu o quarto evangelho, com o nome Evangelho de São João, penetra profundamente no mistério do Verbo feito homem, cheio de graça e de verdade.
            Exilado na ilha de Patmos, foi arrebatado em êxtase no dia do Senhor e teve as visões que descreveu no Apocalipse, último livro do Novo Testamento.” (Dados extraídos do Missal Romano)

26/12/2010 – domingo - SAGRADA FAMÍLIA
PRIMEIRA LEITURA: Eclesiástico 3,3-7.14-17a
SEGUNDA LEITURA: Colossenses 3,12-21
EVANGELHO: Lucas 2,41-52
“Apresentação de Jesus.”
            Na festa da “Sagrada Família de Nazaré” celebramos também a nossa família, que hoje passa por importantes transformações e crises. Tais situações de conflito acabaram por abalar a estrutura e até mesmo o significado do pequeno berço social em que toda pessoa nasce.
            Rezemos, então, esta oração pela família:
            “Senhor Jesus Cristo, ensinai-nos a rezar! Abri nossos corações ao perdão e à compreensão, afastai de nossos lares o perigo da separação e do divórcio e fazei-nos viver na unidade e no amor.
            Vossa Mãe era a serva do Senhor e sempre guardava vossa palavra: que assim sejam todas as mães cristãs.
            Vosso pai era um homem justo, por que vivia de fé e de esperança: que assim sejam todos os pais cristãos.
            Vós crescíeis em sabedoria, idade e graça: que assim cresçam todas as crianças cristãs!
            Senhor Jesus Cristo, que todos os habitantes da terra se encontrem reunidos na vossa Igreja, formando uma só Família, no amor do único Pai. E assim seja!”

25/12/2010 – sábado - NATAL DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO
PRIMEIRA LEITURA: Isaías 52,7-10
SEGUNDA LEITURA: Hebreus 1,1-6
EVANGELHO: João 1,1-18
“E o verbo se fez carne e habitou entre nós.”
            Celebramos hoje o encontro de Deus com a humanidade; desejamos que aconteça também o encontro dos homens entre si. Duas ideias devem estar presentes em nossa mente no dia de hoje: a identidade da criança e seu significado.
            Aprendemos o ideal de solidariedade por meio do ato de Deus em seu filho, Jesus de Nazaré. Ele assume a natureza humana em toda sua realidade. Deus fez-se homem e montou entre nós sua tenda! Ele se encarnou, ou seja, quis ombrear conosco, quis sentir as mesmas dificuldades e vivenciar idênticos problemas que nós.

A equipe do Informativo A Voz do Ressuscitado, deseja a você e sua família um SANTO E ABENÇÕADO NATAL, que o Menino Deus faça morada em seu lar.Assim nossa paróquia será realmente um anúncio de que o Reino de Deus chegou.

24/12/2010 – sexta-feira - 4ª Semana do Advento
PRIMEIRA LEITURA: 2 Samuel 7,1-5.8b12.14a.16
EVANGELHO: Lucas 1,67-79
“Jesus guia nossos passos no caminho da paz.”
            Diz Santo Agostinho: “Desperta, ó homem! Por ti, Deus se fez homem. Celebramos com alegria a vinda de nossa salvação e redenção. A verdade brotou na terra. Alegremo-nos por essa graça, para que nossa glória seja o testemunho que nos dá nossa consciência. Que graça maior pode fazer-nos Deus? Tendo um Filho único, o fez Filho do Homem para que por sua vez se fizesse Filho de Deus. Procura qual é tua justiça e observa se podes outra coisa encontrar senão a graça”.
            O cântico de Zacarias coloca diante de nossos olhos a coisa mais essencial que Jesus nos traz, a verdadeira natureza de sua liberdade: a libertação de todos os nossos inimigos. Isso significa a libertação de tudo o que nos mantém longe de nosso destino como filhos de Deus.
            A missão de João Batista é ser profeta do Deus Altíssimo para preparar o caminho do Filho de Deus. E o Filho de Deus guiará o povo pelo caminho da paz, que na Sagrada escritura significa integridade, harmonia e vida plena, em todos os sentidos.

23/12/2010 – quinta-feira - 4ª Semana do Advento
PRIMEIRA LEITURA: Malaquias 3,1-4.23-24
EVANGELHO: Lucas 1,57-66
“Fidelidade ao Espírito de Deus.”
            São muitas as coisas que devem ser feitas para a salvação dos homens. Entre elas, precisamos aprender a esperar pela hora certa e reconhecer os sinais da vontade de Deus. Esse é um dos mais importantes ensinamentos do texto do evangelho de hoje. Os parentes de Isabel estavam ansiosos para escolher o nome da criança a ser circuncidada, para interpretar a vontade de Deus. Mas Deus tinha outros planos, conhecidos apenas pelos pais do menino.
            O nascimento de João Batista anuncia o nascimento de Cristo; é para nós um aviso: ao aproximar-se o Natal, convém rever nossa postura cristã de filhos de Deus, irmãos de todos. Nascerá o Filho de Deus. Nascemos filhos de Deus. Cada criança que nasce ou deixa de nascer é filha de Deus. Ele quer abençoar todos os povos da terra e acaba nos levando a caminhos às vezes difíceis, mas que nos revelam a descoberta de algo maravilhoso.

22/12/2010 – quarta-feira - 4ª Semana do Advento
PRIMEIRA LEITURA: 1 Samuel 1,24-28
EVANGELHO: Lucas 1,46-56
“Magnificat, o canto de Maria.”
            Maria era toda revestida da Palavra de Deus. O Magnificat (Minha alma glorifica o Senhor) é uma sucessão de realidade da Palavra, vividas por Maria, que transbordam espontaneamente de sua intimidade; possui diversos matizes, é uma das grandes manifestações de Deus, agindo no meio do povo, e é uma resposta do homem ao Amor de Deus.
            Maria alimentava-se das Escrituras, daí seu falar estar revestido da Palavra de Deus. O cântico do Magnificat é um eco de passagens bíblicas, principalmente dos Salmos do Antigo Testamento.
            À virgem nutrida pelas Escrituras, o mensageiro divino fala a linguagem das Escrituras.
            Maria nos introduz no mistério de Deus e nos alimenta com Palavra, que é o próprio Deus. Ela nos gera Jesus, a Palavra eterna. Maria é nossa mãe pela Palavra.

21/12/2010 – terça-feira - 4ª Semana do Advento
PRIMEIRA LEITURA: Cânticos 2,8-14
EVANGELHO: Lucas 1,39-45
“A Palavra de Deus é cumprida.”
            O encontro de Maria com sua prima Isabel foi de grande profundidade. João, no seio de sua mãe, percebeu a presença de Jesus. E Isabel, descobrindo que Maria estava cheia de graça, proclamou-a abençoada. Isso tornou-se possível porque Isabel ficou repleta do Espírito Santo, e foi este quem a inspirou para compreender tais coisas.
            O encontro das duas mães é, na realidade, o encontro dos dois filhos que são os dois maiores personagens da história da Salvação: um, preparando (João Batista); o outro, o Filho de Deus, realizando (Jesus).
            Para Maria, o motivo do encontro é o desejo natural de comunicar o grande acontecimento que ela conhece: prestar auxílio a quem está em necessidade e reconhecer o sinal dado pelo Senhor por intermédio de Isabel, inserindo-se no grande Plano de Deus.
            Movida pelo Espírito Santo, Isabel profetiza, reconhecendo o segredo que acontece no corpo e na vida de Maria: ela é a mãe do Messias. Por isso, elogia a grande fé de Maria, chamando-a de “a bendita entre todas as mulheres”.

20/12/2010 – segunda-feira - 4ª Semana do Advento
PRIMEIRA LEITURA: Isaías 7,10-14
EVANGELHO: Lucas 1,26-38
“O sim de Maria.”
            Toda a vida de Maria caracteriza-se pelo seu sim. Sua resposta consciente é um consentimento plenamente responsável e foi dado em total fé e submissão ao plano de Deus. É um verdadeiro exemplo de atitude que todo ser humano deve ter diante dele. Maria, com sua obediência à Palavra de Deus, é apresentada como protótipo ideal daquele que crê.
            O sim de Maria é considerado o prolongamento, a irradiação de Cristo, verbo encarnado que entra no mundo. Ela diz: Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua palavra.
            Em nossas vidas, a aceitação de seguir a doutrina de Cristo pelo Batismo nos deverá levar também a permanecer na aliança com Deus. Como galhos de uma videira, nossa força está na “seiva” – na graça – de Deus.

19/12/2010 – domingo - 4ª Semana do Advento
PRIMEIRA LEITURA: Isaías 7,10-14
SEGUNDA LEITURA: Romanos 1,1-7
EVANGELHO: Mateus 1,18-24
“Eis como nasceu Jesus Cristo.”
            A narrativa do evangelho de Mateus de hoje procura explicar o nascimento de Jesus, que nasceu de forma misteriosa de Maria: o que nela foi concebido vem do Espírito Santo. Jesus faz parte da linhagem de Davi e de Abraão, com isso Mateus quer dar ênfase que Deus quer salvar os homens por meio dos homens.
            Para essa salvação, José e Maria são os grandes colaboradores do plano de Deus. José estava comprometido em casamento com Maria. Diante da descoberta da gravidez, José, por ser homem justo, pensa em duas alternativas: em afastar-se de Maria, fugir, não querer assumir a criança da qual ignora o pai, ou expor Maria às formalidades da Lei. Porém, não faz isso por estar convencido da virtude de Maria.
            Na anunciação a José se faz uma completa apresentação de Jesus. Em primeiro lugar, afirma-se sua origem divina: vem do Espírito Santo. Depois, anuncia-se qual será a sua missão mediante o nome que Jesus significa “Deus salva”, e a missão de Jesus era, justamente, salvar o seu povo de seus pecados.
            Diante dessa situação de José, o anjo se encarrega de esclarecer o acontecido. José recebe o anúncio do nascimento do menino em um sonho. José, filho de Davi, não temas receber Maria por esposa, pois o que nela foi concebido vem do Espírito Santo. Ela dará a luz um filho, a quem porás o nome de Jesus, porque ele salvará seu povo de seus pecados.
            Em Maria, grávida, em José, homem justo no Senhor, podemos encontrar tudo o que Deus nos pede para que aconteça a salvação.

18/12/2010 – sábado - 3ª Semana do Advento
PRIMEIRA LEITURA: Jeremias 23,5-8
EVANGELHO: Mateus 1,18-25
“Deus conosco!”
            Dentro da novena de Natal, é importante aprofundarmos o significado do nome do Messias, profetizado por Isaías: Emanuel, que significa: “Deus conosco”.
            Nesses dias que precedem aquela data festiva, podemos correr o risco de perder tempo demasiado na compra de presentes e nos esquecer do essencial no Natal.
            Ver uma imagem de Jesus pequenino na noite de Natal e dar um beijo nela são atos que nos comovem e nos enternecem até as lágrimas. Depois disso, vamos para casa satisfeitos pela missão cumprida de ter ido à missa e participado da ceia de Natal. Em seguido, o Deus-menino se transforma em algo externo a nós, quando a razão dessa festa é para tomarmos consciência de sua presença em nós.

17/12/2010 – sexta-feira  - 3ª Semana do Advento
PRIMEIRA LEITURA: Gênesis 49,2.8-10
EVANGELHO: Mateus 1,1-17
“Jesus na história do povo de Israel.”
            Hoje a liturgia nos apresenta as linhas gerais da genealogia de Jesus Cristo, filho de Davi. Por que o evangelista Mateus se preocupou em fazer essa lista? Que importância ela tem?
            Para os judeus, constituía-se uma prova evidente da ancestralidade davídica e abraâmica de Jesus. Para todos nós é uma lembrança da encarnação e da humanidade de Cristo. Jesus, o homem, é parte de uma raça, de uma família, de uma cultura, com todas suas implicações.
            Como filho de Abraão, Jesus é o herdeiro de suas bênçãos. O horizonte messiânico alarga-se e atinge os seus confins, pois Deus ligou a Abraão a salvação de todos.
            É um trecho árido e monótono, mas que encerra muitas riquezas como uma síntese da história da salvação. Jesus, por meio de sua genealogia, é profundamente radicado em um povo e na história dos homens; é o herdeiro das bênçãos de Abraão; as mulheres, insolitamente nomeadas na genealogia, em parte são pecadoras (Jesus se torna solidário com os pecadores), em parte são estrangeiras (Jesus é salvador de todos).

16/12/2010 – quinta-feira - 3ª Semana do Advento
PRIMEIRA LEITURA: Isaías 54,1-10
EVANGELHO: Lucas 7,24-30
“João Batista veio anunciar a vinda de Cristo.”
            Jesus insiste na condição dos menores diante de todos e que são grandes diante de Deus. É o caso de João Batista. Ele é o protótipo daquele que se coloca no devido lugar, realiza sua missão e revela como tudo contribui de um modo ou de outro, para o mistério de Cristo presente entre nós.
            A figura de João Batista é, de fato, um modelo de todo aquele que deve anunciar a Cristo, isto é, cada cristão. Homem coerente, não um simples profeta, mas alguém que mostra com sua vida a palavra. Ele está na prisão por defender de modo inflexível o que é justo. Ele não teve medo diante dos poderosos.
            Jesus o reconhece como aquele que cumpre o papel de mensageiro e arauto do Messias. Ele surge como último representante da tradição profética.
            Entende que no Reino não existe disputa de honra, poder; nada do que glorifica o homem é expressão do Reino. Na verdade, só nossa condição de sermos instrumento indica que não está em nós o sentido, a verdade, o fim, mas em Jesus. Nele é que podemos realizar nossa missão no mundo de hoje e de sempre.

15/12/2010 – quarta-feira - 3ª Semana do Advento
PRIMEIRA LEITURA: Isaías 45,6b-8.18.21b-25
EVANGELHO: Lucas 7,19-23
“Evangelização libertadora.”
            A narrativa do evangelho de hoje encerra muitos ensinamentos. Jesus insiste na condição dos que são considerados “menores” diante de todos, mas grandes diante de Deus.
            Traduzindo tudo isso para a nossa realidade, esse texto mostra claramente o que uma evangelização libertadora significa para Jesus: ajudar os outros a libertar-se de suas aflições e escravidões, convidando-os à conversão. (Os cegos veem... A Boa-Nova é anunciada aos pobres.)
            Ensina-nos também que libertar os pobres e lhes anunciar a Boa-Nova é sinal da credibilidade da missão.
            Assim, Cristo confirmou que era ele quem devia vir; do mesmo modo, a Igreja confirma a veracidade de sua mensagem.

14/12/2010 – terça-feira - 3ª Semana do Advento
PRIMEIRA LEITURA: Sofonias 3,1-2.9-13
EVANGELHO: Mateus 21,28-32
“Os pecadores chegarão ao Reino antes de nós.”
            Nessa parábola, o pai dá a mesma ordem aos dois filhos. A reação deles em relação à vontade do pai é diferente, tanto no que dizem como no que realizam.
            A recusa formal do primeiro não o impede de modificar sua atitude, reconsiderando sua decisão, ao passo que o outro filho, apesar de ter dado sua adesão inicial, não cumpre o prometido.
            A parábola nos chama a atenção para aquilo se faz de concreto ao se realizar a vontade do Pai. Para a comunidade primitiva, a leitura dessa parábola mostra um apelo de revisão quanto à sua maneira de se posicionar diante das exigências da vida concreta.
            Em todos os níveis da vida humana, são muitos os que dizem “sim”, que lutam para alcançar uma posição, que prometem com seriedade e se dispõem a fazer algo na sociedade, mas são poucos os que abraçam a vida, assumindo para valer a missão correspondente a cada “sim”.

13/12/2010 – segunda-feira - 3ª Semana do Advento – Dia de Santa Luzia
PRIMEIRA LEITURA: Números 24,2-7.15-17a
EVANGELHO: Mateus 21,23-27
“A verdade oculta.”
Os sumos sacerdotes aproximaram-se de Jesus para inquiri-lo sobre sua autoridade religiosa e sobre a verdade de sua mensagem, mas estavam cheios de más intenções.
Assim como os sacerdotes, especialistas dos ritos foram indagar a João Batista com que direito ele inventava um novo rito; também os príncipes dos sacerdotes e os anciãos do povo, depositários da autoridade, vieram informa-se acerca da autoridade com que Jesus se atrevia a ensinar e abalar os sábios do templo. Várias vezes Jesus é provocado a dizer com que autoridade operava.
Jesus oferecia credenciais evidentes de que sua obra era legítima. Para os fariseus, sua missão não era “regular”. Jesus levou-os a refletir sobre a maneira errada de agir em face dos profetas.
É isso que acontece com as pessoas que se aproximam da fé cristã com má disposição ou malícia. Elas nunca terão acesso à verdade. O evangelho de Deus lhes fica oculto até que mudem o sentimento de seus corações.

12/12/2010 – domingo - 3º Domingo do Advento – Nossa Senhora de Guadalupe
PRIMEIRA LEITURAIsaías 35,1-6a.10
SEGUNDA LEITURA: Tiago 5,7-10
EVANGELHO: Mateus 11,2-11
“Ide e contai a João o que ouvistes e o que vistes.”
            A pessoa de João Batista dá unidade a todo esse relato. O texto de hoje nos apresenta a resposta de Jesus a seus discípulos. O comportamento de Jesus não corresponde em tudo ao ideal messiânico de João, centralizado na dimensão penitencial da conversão. Por isso, ao ouvir falar das obras realizadas por Jesus, envia seus discípulos para perguntarem a Jesus se é ou não o Messias.
            Em sua resposta, Jesus faz referência aos sinais que realizou. Esses sinais, encontrados nos capítulos 8 e 9 do evangelho de Mateus e contemplados à luz dos oráculos proféticos, revelam  melhor do que qualquer outro a resposta de que ele é o Messias, e coloca em realce também que sua mensagem é uma boa notícia, uma grande alegria. A fé cristã é alegria.
            A grande e verdadeira alegria é conhecer Jesus e fazer que outros o conheçam. João Batista, para quem a conversão consistia em voltar a viver, no próximo, o amor a Deus pelo abandono do pecado, testemunha que ninguém pode viver sem o amor a Jesus.
            A fé cristã é alegria que perpassa toda a vida. Essa alegria não está nos caprichos de nosso estado de espírito ou no sucesso de nossa vida. O cristão, mesmo em meio a contrariedades, mantém-se alegre porque sua alegria baseia-se na certeza do amor de Deus, que é puro e inalienável.
            Essa é a única e verdadeira alegria – a mais profunda nasce de um coração convertido, onde todos os males são superados.

11/12/2010 – sábado - 2ª Semana do Advento
PRIMEIRA LEITURA: Eclesiástico 48,1-4.9-11
EVANGELHO: Mateus 17,10-13
“Jesus, a verdade que questiona.”
            Os judeus esperavam a volta de Elias, o iniciador do movimento profético em Israel. Os discípulos consultaram Jesus sobre essa questão. Era uma forma de saber algo de Jesus. Seria ele mesmo quem traria o Reino de Deus? Jesus confirma isso. A missão de Elias já tinha sido realizada na pessoa de João Batista, que pedia conversão de vida e transformação de situações.
            A morte de João Batista (Mt 14,3-12) prepara o caminho do Senhor. Ela oferece a Jesus a ocasião para realçar seu próprio sofrimento e induzir os apóstolos a aceitar seu mistério.
            Em geral, preferimos acabar com as pessoas, em vez de mudar o nosso modo de viver. É o que aconteceu com João Batista e também com Jesus, que provocou mudanças tão profundas, a ponto de os homens preferirem acabar com ele a deixar seus próprios interesses egoístas.
            Se o Filho do Homem se inscreve na linhagem dos profetas sofredores, seu discípulo, por sua vez, também trilha o mesmo caminho.

10/12/2010 – sexta-feira - 2ª Semana do Advento
PRIMEIRA LEITURA: Isaías 48,17-19
EVANGELHO: Mateus 11,16-19
“Seguindo Cristo nas situações concretas!”
            No começo de sua missão, Jesus despertou bastante entusiasmo no meio do povo. Sua corajosa oposição aos exageros da Lei – como o cumprimento do sábado e o da hipocrisia dos escribas, fariseus e saduceus que condenavam os outros e se esqueciam de que eles próprios cometiam os mesmos crimes – e os milagres que fazia deixavam a todos maravilhados.
            Mas por baixo disso havia a esperança de que ele, enfim, liberaria Israel do domínio dos romanos, lhes restituiria as terras confiscadas por eles e impediria que seus filhos fossem lutar nas guerras de conquista do imperador romano.
            Quando Jesus, porém, mostrou que não faria nada disso, e até curava os filhos dos romanos, arrefeceu-se (esfriou-se) o entusiasmo do povo. Sua mensagem foi uma decepção e muitos o abandonaram (cf. João 6,66). Até seus parentes não acreditavam mais nele (cf. João 7,5).
            Por isso, nem João Batista, nem o próprio Jesus lhes agradava. Só os apóstolos simples e iletrados permaneceram junto dele. Pois foi com os humildes que Jesus estabeleceu seu reino de não violência e, sobretudo, de paz.
            E nós? Ficamos com Jesus?

09/12/2010 – quinta-feira - 2ª Semana do Advento
PRIMEIRA LEITURA: Isaías 41,13-20
EVANGELHO: Mateus 11,11-15
“Não surgiu outro maior que João Batista.”
            Nossa vida não é só “existir”, mas “ser”, porque Deus está nela. A alegria é o fruto do Cristianismo, quando vivido como Cristo ensinou: alegria também no sofrimento, alegria que floresce justamente na dor do sacrifício.
            Dar amor, crer no amor, corresponder ao Amor de Deus são os grandes imperativos de hoje. Descobrir e redescobrir que Deus é amor é a maior aventura do homem moderno. Então tudo  se revoluciona ao nosso redor: na política, na arte, na escola, no trabalho, na vida particular, enfim, em todas as nossas dimensões.
            Jesus é o homem perfeito que sintetiza em si todos os homens e toda a verdade. E quem encontrou esse homem (fez a experiência) achou a solução para qualquer problema humano. Por isso, é importante viver em profundidade o ideal cristão. Trata-se de dar uma guinada na nossa vida cristã, às vezes muito individualista, frequentemente medíocre, e sobretudo pouco autêntica.

08/12/2010 – quarta-feira - 2ª Semana do Advento – Imaculada Conceição
PRIMEIRA LEITURA: Gênesis 3,9-15.20
SEGUNDA LEITURA: Efésios 1,3-6.11-12
EVANGELHO: Lucas 1,26-38
“Maria, um exemplo de mulher.”

            Não há dúvidas sobre a isenção do pecado original em Maria. A Imaculada Conceição depende da soberana vontade de Deus em sua criação.
            Por meio de Maria Imaculada sabemos que a fidelidade é possível. Maria manifesta que a fidelidade ao desígnio principal de Deus não é um mito paradisíaco. A pureza da Imaculada nada mais é do que a transparência à vontade de Deus.
            Maria faz-nos compreender que a salvação não é somente o resgate dos pecadores, mas a comunicação da riqueza de Deus ao coração do homem.

07/12/2010 – terça-feira - 2ª Semana do Advento
PRIMEIRA LEITURA: Isaías 40,1-11
EVANGELHO: Mateus 18,12-14
“Jesus salva aqueles que estão perdidos.”
            A comunidade deve procurar o irmão, assim como o pastor procura a ovelha perdida. Jesus tinha predileção pelos perdidos, porque veio para salvar o que estava perdido.
            A temática de muitas discussões dos rabinos é sobre a questão: “quem é o maior no Reino?” Esse assunto é retomado várias vezes pelos evangelistas.
            Tornar-se criança não é coisa fácil para homens dominados pelo orgulho. Um início sério de vida espiritual se dá quando a pessoa realiza um verdadeiro ato de humildade. A pedagogia da fé, para a maior parte dos homens, é impedida, torturada e prolongada até o infinito por causa da incapacidade do homem de tornar-se criança, de lançar-se nos braços do mistério de Deus com um coração de criança.
            Os escribas e os fariseus veem no pecador apenas um inimigo de Deus, mas ele age de uma forma totalmente diferente. Deus não espera o arrependimento para amar o pecador, ele vai à sua procura.
            Portanto, o responsável pela comunidade está encarregado de revelar ao pecador que Deus o ama em primeiro lugar e que se preocupa com a salvação de todos.

06/12/2010 – segunda-feira - 2ª Semana do Advento
PRIMEIRA LEITURA: Isaías 35,1-10
EVANGELHO: Lucas 5,17-26
“Jesus nos liberta para uma mudança interior.”
            Alguns homens chegaram carregando um paralítico para que Jesus o curasse de sua doença. O povo ficou surpreso quando viu que Jesus primeiro libertou o doente de seus pecados. Desse modo, ele queria ensinar aos seus ouvintes que o pecado é a pior doença e a pior miséria.
            Diante do paralítico, Jesus manifesta o duplo poder de que foi investido pelo Pai: o poder sobre as doenças corporais, portanto, sobre as leis da natureza, e o poder de perdoar os pecados.
            Deus nos livra das aflições humanas como fez com o paralítico, mas só se estivermos convencidos de que a salvação significa uma conversão interior, que leva a pessoa a se reintegrar entre os seus semelhantes.
            O elemento central da cura é a fé. Deus perdoa o homem que está disposto a converter-se, isto é, a abandonar definitivamente o mal e a voltar-se continuamente a Deus.

05/12/2010 – domingo - 2º Domingo do Advento
PRIMEIRA LEITURA: Isaías 11,1-10
SEGUNDA LEITURA: Romanos 15,4-9
EVANGELHO: Mateus 3,1-12
“Fazei penitência porque está próximo o Reino dos Céus.”
            João Batista proclama que a salvação é universal a todos, oferecida sem exceção. A condição essencial é a conversão a Deus. A mensagem de João Batista é ainda hoje tão necessária quanto antigamente. Para ele, a salvação consiste em romper as barreiras, abrir-se para a revelação recíproca no amor de filhos de Deus.
            A mensagem de João Batista é a mensagem da Igreja e de todos os profetas que hoje produzem frutos de penitência e conversão. João Batista é um personagem perturbador. Sua voz faz tremer todo o povo de Israel, indo ressoar em cada coração. Ninguém lhe fica indiferente. A mensagem desse profeta traz uma grande verdade: os caminhos da libertação do homem são obras de Deus.
            Prepara o caminho do Senhor é um empenho que nasce do coração de todo homem e que coincide com as mais profundas aspirações de superar toda forma de escravidão a que nos submetemos e que criamos.

04/12/2010 – sábado - 1ª Semana do Advento
PRIMEIRA LEITURA: Isaías 30,19-21.23-26
EVANGELHO: Mateus 9,35_10,1.6-8
“Jesus em solidariedade com o homem.”
            Os discípulos enviados em missão não devem levar equipamentos, isto é, devem ir com total e absoluta disponibilidade, sem nada que possa atrapalhar sua tarefa. Todos esses sinais externos manifestam um estilo de vida que prescinde de tudo aquilo que não seja estritamente necessário, como faziam nessa mesma época outros pregadores itinerantes.
            Não só a Igreja, mas cada cristão é sempre um missionário, responsável pela construção do Reino de Deus. Deve levar a fé ao ambiente em que vive, reconhecendo Cristo em todos. A missão de Jesus é também nossa: anunciar o Reino de Deus.
            O sentido de nossa missão é agir no mundo para transformá-lo em uma casa onde Deus possa morar e ser reconhecido plenamente. Muitos sinais acompanharão a instauração e o crescimento do Reino de Deus. Todos serão amados e verão a salvação que Cristo trouxe ao mundo.

03/12/2010 – sexta-feira - 1ª Semana do Advento
PRIMEIRA LEITURA: Isaías 29,17-24
EVANGELHO: Mateus 9,27-31
“Jesus, luz que nos liberta.”
            Jesus cura dois cegos. Nesse milagre, ele aparece como o iluminador, e fica confirmada a fé em seu messianismo (“Filho de Davi”). Os olhos dos dois cegos estavam apagados, porém as almas estavam cheias de luz. O pequeno diálogo serve para medir-lhes a fé.
            A ordem severa no final, que não dissessem nada a ninguém, quer impedir o fatal mal-entendido de que vissem em Jesus apenas um curandeiro, um fazedor de coisas espantosas.
            Jesus veio para nos libertar de nossa “cegueira”, consequência de nosso orgulho, e de toda forma de pecado que nos impede de conhecer a Deus e os direitos de nossos irmãos.
            Jesus cura o cego no evangelho de hoje e conta-nos que também nos libertará de nossa “cegueira” na proporção de nossa fé. A fé não é simples confiança no poder milagroso de Jesus. É um encontro com ele, e o milagre pe sempre uma resposta a essa fé.

02/12/2010 – quinta-feira - 1ª Semana do Advento
PRIMEIRA LEITURA: Isaías 25,1-6
EVANGELHO: Mateus 7,21.24-27
“Seguir a Cristo é agir como ele.”
            A “casa” de nossa alma constrói-se pela observância dos mandamentos de Deus. O temor a Deus predispõe a alma a guardar os mandamentos. Para edificar a “casa” da alma é preciso pôr primeiro o alicerce, que é a fé.
            Depois, colocam-se diversas pedras para que o edifício seja bem fundamentado: obediência, paciência, temperança, compaixão, abnegação, mansidão. Deve-se colocar, sobretudo, coragem e constância. O construtor deve ser hábil e não como aqueles que põem uma pedra e tiram outra. Quem tem humildade é um bom e hábil construtor, capaz de edificar solidamente sua casa.
            A “casa” indica a missão do cristão e o fundamento sobre o qual ela se estabelece. Não existe outra possibilidade de ser filho de Deus, senão fazendo sua vontade, de acordo com suas palavras. E nisso Jesus Cristo foi mestre e Senhor.

01/12/2010 – quarta-feira - 1ª Semana do Advento
PRIMEIRA LEITURA: Isaías 25,6-10a
EVANGELHO: Mateus 15,29-37
“A compaixão pela multidão.”
            A multiplicação dos pães representa e prenuncia o banquete eucarístico, para o qual todos são convidados, principalmente os pobres, doentes, desamparados, humildes e todos aqueles que ajudam os necessitados.
            Pela palavra de Deus, somos convidados à imitação do Senhor. Porém, tudo desviamos para nosso próprio agrado. O milagre não está na multiplicação dos pães em si mesmo, como muitas vezes costumamos observar, mas na distribuição, na partilha entre todos daquilo que cada um possui de sobra. Deus tudo criou para o bem de todos. O que está sobrando para alguns, falta para outros.


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