Com as novas orientações da constituição litúrgica Sacrosanctum Concilium, os espaços celebrativos tomaram novos contornos. Significativo neste ínterim é o presbitério; este deve ser simples e despojado, porém nobre. De onde se depreende o essencial: O mistério de Cristo.
O altar é o centro do presbitério, bem como de toda a igreja. Por esta razão, foram retiradas as imagens e o sacrário, que ocupavam uma parte central no presbitério. A Eucaristia, quando adorada, tem o seu teor de prolongamento da Ceia Pascal de Cristo, o que, neste caso, pode ser devoção. Bem outra realidade é a Eucaristia celebrada como testamento de amor e entrega de Cristo para a salvação da humanidade. O caráter não é devocional, mas relacional, de encontro pessoal e comunitário com Cristo.
Podemos afirmar que o altar é sinal de Cristo, ou melhor dizendo, Cristo é o altar verdadeiro. Altar este que nos primeiros séculos era erigido de tal forma que se podia circundar facilmente em torno dele. Da Idade Média para cá, quando se esqueceu o sentido comunitário da celebração eucarística, o altar foi sendo jogado para a abside do fundo, ou na parede. Hoje, se pede que ele esteja afastado da parede a fim de ser facilmente circundado e nele se possa celebrar de frente para o povo. O altar deve ocupar um lugar que seja de fato o centro para onde espontaneamente se volte a atenção de toda a assembleia dos fieis.
Recomenda-se que em toda igreja haja um altar fixo, o que significa de modo mais claro e permanente o Cristo, Pedra viva, tal a dignidade dos altares, dedicados ou abençoados segundo o Ritual de dedicação de igrejas e altares, em cujos textos se expressam o simbolismo e a finalidade do altar. O altar é dedicado só a Deus, e não aos santos, pois só a Deus é oferecido o Sacrifício Eucarístico.
Assim sendo, dada a importância do altar cristão como memória do verdadeiro altar que é Cristo e, em Cristo, de todo cristão e cristã, como altar espiritual, e sendo ele a mesa da sacrifício e do banquete pascal, sinal de Cristo e honra dos mártires, resta-nos um desafio: Como tratar e como cuidar dele, de tal modo que possa evocar, de verdade, o mistério de Cristo e da Igreja? O que fazer com o altar, de tal maneira que sua presença no espaço litúrgico realmente nos fale deste mistério?
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