Matéria publicada na edição de fevereiro/2011
Nosso Seminário completou ano passado – 2010, cem anos de existência.
Claro, não a atual construção, pois a casa que hoje temos é uma edificação um pouco mais recente. Além do mais, o que chamamos de Seminário Diocesano, na verdade, é um complexo de três casas, o que equivale a três níveis de formação daquele que deseja ser presbítero (padre) na Igreja.
Vejamos.
O Seminário foi uma criação de D. Almeida Ferrão. Inicialmente era para atender os adolescentes que terminavam o curso primário, o que equivale nos dias de hoje o ensino básico. Depois, na década de 60, foi criado a curso de Filosofia e de Teologia, em Três Corações , bairro da Cotia.
Hoje, temos o Propedêutico, a Filosofia e a Teologia, respectivamente, nas cidades de Campanha e Pouso Alegre. Terminamos o ano com 36 seminaristas, ao todo.
O Propedêutico é um ano em que o vocacionado faz sua primeira experiência de vida comunitária. Também recebe uma introdução da Língua Latina, um aprofundamento no conteúdo recebido no ensino médio (como Português, História, Conhecimentos Gerais) e Breve Introdução de Sagradas Escrituras.
Já no Curso de Filosofia, que tem duração de três anos, o jovem realiza seu primeiro curso superior. Como todos sabem, Filosofia é o estudo do pensamento humano ao longo do tempo. Várias questões são levantadas, como quem é o homem? Como entender Deus em meio às dificuldades da vida? O sentido da morte, a possibilidade de se conhecer a verdade. Cada pergunta, uma disciplina. É um curso apaixonante. Abre uma incrível visão sobre a vida e a história. Um “banho” de humanidade.
Por fim, chega o segundo curso superior, a Teologia. Quatro anos. Nessa etapa, o vocacionado terá uma visão mais completa e sistemática a respeito das Sagradas Escrituras, História da Igreja, Moral Cristã, sobre os Sacramentos e sobre o Direito Canônico. Vários outros conteúdos são apresentados. Outra oportunidade ímpar na vida de uma pessoa.
Em princípio, ambos os cursos (Filosofia e Teologia) estão abertos a todo o público. Homens e mulheres, jovens e adultos. Aliás, no Brasil em geral, cada vez mais os leigos estão procurando conhecer melhor sua fé e sua Igreja. Seria uma bênção se entre nós essa tendência também fosse contemplada.
O que mais chama a atenção é que durante este período de formação – ao todo oito anos, o jovem não apenas estuda, mas é convidado a uma vida intensa de oração, de convivência com os colegas e demais presbíteros. Fazem estágio pastoral (aos fins de semana) e têm acompanhamento psicológico. Uma verdadeira “tempestade” de informação e formação. De convivência, desapego e caminhada. Tudo para que haja presbíteros capazes de se tornarem presenças proféticas e pastorais no meio do povo.
Vivemos num mundo plural, onde o que não falta são os desafios. Assim, a melhor formação é capacitar o seminarista para o diálogo e o serviço. Estar aberto às novas situações, sabendo que não está sozinho. Faz parte da Igreja, a comunidade do povo de Deus.
Contudo, o seminarista precisa ser como Jesus, homem do Espírito Santo. Deve buscar uma vida íntegra, cheia de benevolência e mansidão. Estamos todos a serviço do Reino. Ninguém é dono de uma verdade e nem trabalha isoladamente, o que seria além de contratestemunho, um empecilho para ação de Deus Livre e misericordioso.
fotos do site da Diocese da Campanha/MG.
Parabéns pela riquissima matéria do Pe. Rogério!
ResponderExcluirPedimos a Deus que continue iluminando sempre seu caminho.