Matéria publicada no espaço CIDADANIA da edição de setembro/2011.
Sete de Setembro é o dia que comemoramos a Independência do Brasil, ou seja, a data em que o Brasil se tornou oficialmente separado politicamente de Portugal. As causas que implicaram na separação começaram a eclodir ainda no século XVIII, com diversas revoltas internas acontecendo por conta de impostos cobrados por Portugal, além do fato de que no Norte, os EUA já se declaravam independentes. Atualmente, na data da comemoração, as Forças Armadas vão para as ruas em ordem, unidas em vistosos desfiles diante de uma platéia ilustre: presidente da República, governadores, as máximas autoridades do país. As professoras nas escolas distribuem tarefas e falam para os alunos que o Brasil é independente e que se trata da mais importante data cívica do ano. Mas será que podemos realmente dizer que o Brasil é independente?
A independência em 7 de Setembro de 1822 foi em relação a Portugal, passando o Brasil a ser um estado autônomo, mas à época, os interesses estrangeiros continuaram predominando, persistindo nos dias de hoje, pois no mundo globalizado que estamos vivendo, as relações econômicas, sociais, culturais, psicológica, de comunicação e política estão interligadas. Os países mais desenvolvidos economicamente e que realizam a produção de capital e transferência de produção para outros países, ditam as regras do “jogo mundial”, onde os prejuízos recaem sobre os países onde a abrupta abertura da economia nacional gera destruição de ramos industriais tradicionais, liquidando locais de trabalho, em conseqüência da produção transferida, encolhendo a arrecadação de impostos, enquanto cresce o desemprego, gerando custos governamentais. Desse modo, o governo prefere economizar nos custos sociais, que recai sobre a classe baixa e gera redução do nível de provisão social e do nível de vida em geral. Os problemas econômicos perpassarão drasticamente para problemas sociais, que terão impacto na educação, segurança, violência e saúde dessa população prejudicada pelo Neoliberalismo.
Num país como o Brasil, onde há um grande abismo entre ricos e pobres, e a globalização se sustenta sob a égide da economia, a concentração de dinheiro enriquecendo poucos à custa da pobreza de muitos, gerando injustiça econômica, provocando marginalização e exclusão. Precisamos da competência de nossos chefes de estado, para implantar políticas públicas que defendam a massa atingida pelas desvantagens da globalização.
Uma grande utopia para a sociedade atual seria orientar respostas a uma Globalização solidária e com justiça. Conforme afirmou o Papa João Paulo II, em sua mensagem de primeiro de janeiro de 1998 na Jornada Mundial de Oração pela Paz, os organismos internacionais deveriam promover o sentido de responsabilidade a respeito do bem comum, até que a sociedade se torne mais igualitária.
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