Bem vindo ao nosso Blog!

Durante mais de um ano, estivemos presente no seu dia a dia postando aqui as matérias do informativo impresso.

A partir de 2012, não seguiremos com o blog devido a mudanças na equipe e outros fatores.

Mas você ainda pode relembrar as excelentes matérias já publicadas aqui.

A equipe do Informativo agradece a você que tem nos acompanhado por aqui. Que Nossa Senhora de Fátima abençoe sempre seu caminho.


sábado, 25 de dezembro de 2010

O verbo se fez carne e habitou entre nós.

Matéria publicada na edição de dezembro/2010.



O Natal é a festa da presença de Deus no meio de nós. “Ele se fez carne”, quer dizer que tomou nossa condição humana em seus mínimos detalhes, exceto no pecado. Ao mesmo tempo, “habitou entre nós”, isto é, exerceu a convivência entre os homens, participou das suas alegrias e sofrimentos, os santificou com sua presença, dando-lhes a condição divina.

                Com essa demonstração de amor, Deus está em nosso meio. Este é um mistério infinito que permanece ao longo dos séculos, desde que o Filho de Deus veio ao mundo. Apesar da crescente inconsciência que vai se formando em nossa sociedade, esta realidade permanece atual.

                Isso quer dizer que, mesmo se hoje muitas vezes nos preocupamos mais com presentes materiais, festas suntuosas, banquetes repletos de comes e bebes, a festa do Menino Jesus acontece e nos convida a olhar novamente para o seu “estar entre nós”.

                Pois é através dele que alcançamos a verdadeira alegria e felicidade, e não por meio de festejos passageiros, que às vezes terminam no vazio de um dia seguinte.

                O Menino Jesus nos ensina que a sua presença transcende o tempo, dá sentido às nossas vidas, nos enriquece com sua pobreza, nos eleva com sua humildade, nos mostra o rosto carinhoso do Pai, nos atrai por trás da ternura de uma criança.

                As festas, os banquetes e as alegrias conseqüentes do Natal são boas, ou melhor, são ótimas, quando se derivam da alegria e felicidade interior da presença de Deus na própria família, no lar e entre os amigos. Alegria e felicidade que também significam solidariedade com aqueles que não possuem condições suficientes para viver uma festa natalícia.

                Portanto, esta se torna uma proposta de Deus para nós: fazer um Natal com ele e com o próximo. Pensemos um pouco nesta sugestão, pois “há mais alegria em dar que em receber”.

sábado, 18 de dezembro de 2010

Espaço Diocesano - Mitra - Economato e Cúria Diocesana

Matéria publicada na edição de dezembro/2010



Neste espaço vamos conhecer, a cada edição, um pouco mais sobre nossa diocese, e nesta edição veremos sobre a Mitra Diocesana, o Economato e a Cúria Diocesana.
Mitra Diocesana da Campanha é a Razão Social da nossa Diocese. 
O Economato Diocesano é o setor da Cúria que cuida da administração civil da Diocese.
Sua sede está instalada na Rua João Luiz Alves, 122, Centro, Campanha/MG - CEP 37400-000, sendo o responsável, o Ecônomo Diocesano, o Pe. Alexandre Costa Solaira, ao qual compete administrar os bens da Diocese sob a autoridade do Bispo e com as receitas fazer as despesas ordenadas legitimamente.

Mas o que é a Cúria Diocesana, que tanto ouvimos falar?
Cúria Diocesana é o conjunto de organismos e pessoas que ajudam o Bispo no governo de toda a Diocese (Cân. 469). A nomeação dos que exercem ofícios na Cúria compete ao Bispo Diocesano (Cân. 470); estes devem prometer que cumprirão fielmente o encargo, segundo o modo determinado pelo direito ou pelo Bispo (Cân. 471).
        Na Cúria há um poder judiciário, também chamado Cúria de Justiça, regido pelo Livro VII do Código de Direito Canônico – Dos Processos – (Cân. 472). Há também um poder executivo, chamado de Cúria Administrativa, regido pelos Cânones 473–494.
        Os atos da Cúria destinados a ter efeito jurídico devem ser, normalmente, assinados pelo Ordinário do qual emanam, isto para a validade, e ao mesmo tempo pelo Chanceler ou Notário da Cúria (Cân. 474). Não seria necessário para os atos do próprio
Bispo, pois ele não é parte da Cúria.
        Há ainda na Cúria um moderador. É o sacerdote a quem compete coordenar, sob a autoridade do Bispo, o que se refere ao despacho das questões administrativas e também cuidar que os outros oficiais da Cúria cumpram devidamente o ofício que lhes foi confiado; a não ser que as circunstâncias, a juízo do Bispo, aconselhem outra coisa, seja o moderador o vigário geral (Cân. 473 §1- 3).

sábado, 11 de dezembro de 2010

ONG e suas campanhas

Matéria publicada na edição de dezembro/2010.



Você já ouviu falar sobre Terceiro Setor?
A expressão pode não ser muito familiar, mas seu significado é conhecido por muitas pessoas...
Quando se fala de Terceiro Setor, estamos falando da iniciativa da sociedade civil (os cidadãos) em atender direitos básicos das pessoas e combater a exclusão social.
As organizações do Terceiro Setor não possuem interesse no lucro, mas sim em mudar aspectos negativos da sociedade. Seu trabalho complementa as ações do Estado (governo) com o objetivo de atender as necessidades básicas da sociedade.
Estas organizações podem ser reconhecidas como associações, entidades beneficentes, organizações religiosas, Organizações Não Governamentais – ONG’s, entre outras, e para se manter contam com o apoio da população (no trabalho voluntário e doações) e também do Estado (governo) e empresas privadas, de onde podem receber doações ou financiamento.
As organizações do Terceiro Setor atuam em diferentes áreas como saúde, educação e assistência social.
Em Varginha podemos citar o trabalho que é desenvolvido pela Associação Levanta-te e Anda. Durante todo o ano realizam campanhas para arrecadar gêneros alimentícios, agasalhos, roupas, doações em espécie, etc. As doações são revertidas para as ações desenvolvidas pela Associação. Neste fim de ano estão promovendo a “Campanha de Natal”, que fornecerá cestas básicas e almoço de Natal para as famílias cadastradas na Associação.
Para colaborar ligue: 3212-4731

sábado, 4 de dezembro de 2010

O Presépio

Matéria publicada na edição de dezembro/2010.



                O presépio é uma referência cristã que representa o nascimento de Jesus na gruta de Belém, com Maria e José.Conta a história que, depois de muito tempo a procura de um lugar para se hospedar, o casal José e Maria, que se encontrava em viagem por motivo de recenseamento de toda a Galiléia, teve que pernoitar numa gruta, nas imediações da cidade de Belém. E foi nessa gruta que Jesus nasceu numa manjedoura., no lugar destinado aos animais (no presépio representado por um jumento e um boi) e foi reconhecido, no momento do nascimento, pelos pastores da região, avisados por um anjo, e, dias mais tarde, visitado pelos reis magos, vindos do oriente, guiados por uma estrela, onde ofereceram presentes (ouro - realeza, incenso – oração e mirra – símbolo da Paixão).Esses acontecimentos ocorreram no tempo do Rei Herodes que teria mandado matar as crianças por medo de perder seu trono pra o futuro Rei dos Judeus.
                A tradição de montar o presépio teve início com São Francisco de Assis, no século XIII. Ele quis celebrar o Natal de um modo mais realista possível, para um melhor entendimento das pessoas sobre o nascimento de Jesus. Então, com permissão do Papa, ele montou um presépio de palha, com uma imagem do Menino Jesus, da Virgem Maria e São José, juntamente com um boi e um jumento vivos e vários outros animais. E foi nesse cenário que foi celebrada a missa de Natal. O sucesso desta representação foi tão grande que logo se estendeu por toda a Itália e assim foi se espalhando por todos os cantos do mundo.
                Em todas as religiões cristãs, o presépio é o único símbolo do Natal de Jesus verdadeiramente inspirado na Bíblia. Ele ajuda o cristão e quem o contempla a refletir sobre o mistério do nascimento de Jesus.
                De acordo com as tradições, o presépio é montado no início do Advento, sem a figura do Menino Jesus, que só é colocada na Noite de Natal, depois da Missa do Galo,
e desmontado depois do Dia de Reis.
Peças do presépio:
Menino Jesus – é o Filho de Deus, escolhido para ser o Salvador do mundo.
Maria – é a mãe do Filho de Deus, nascido de seu ventre.
José – é o pai adotivo de Jesus, Homem bom, era carpinteiro.
Curral – é o local onde guardavam o gado.
Anjos – anunciam a chegada do Filho de Deus aos pastores.
Estrela – guiou os Reis Magos até onde Jesus nasceu.
Manjedoura – é um lugar de aconchego onde Jesus ficou  quando nasceu, é o berço dele.
Jumento, Boi – representam a simplicidade do local onde Jesus nasceu. “Jesus não nasceu em palácios ou em berço de ouro, mas sim em meio aos animais.”
Pastores – homens do campo que simbolizam a simplicidade do povo, já que Deus acolheu a todos sem se importar com sua condição social.
Reis Magos – os três Reis: Belquior, Baltazar e Gaspar, eram considerados magos. Vieram do oriente até a cidade de Belém, guiados pela estrela, trazendo presentes para o Menino Jesus.
                O ciclo natalino inicia-se na véspera do Natal (24 de dezembro) e vai até o dia de Reis (06 de janeiro). Para acompanhar esse ciclo é preciso “manter a ingenuidade de uma criancinha, a esperança de um amanhecer ensolarado, a ternura de um botão de rosa e a leveza de uma linda borboleta no ar.” A emoção do povo é revelada nos folguedos natalinos, através de sua ação dramática. Temos vários folguedos como o pastoril, bumba meu boi, a carvalhada, fandango, folia de reis, etc,  que fazem lembrança à Noite de festas e ao grande dia em que Jesus nasceu. Desses folguedos, o mais tipicamente natalino é o pastoril religioso, que tem a sua essência, a temática da visitação dos pastores onde Jesus nasceu.
                Por ser uma festa universal, o Natal caracteriza uma época, dando-lhe identidade própria. É uma festa de confraternização, de amor, paz, alegria, luzes e cores. Portanto, entre nós cristãos, o Natal se reveste de um significado muito especial, a título de exame de consciência, que faz o homem sentir-se mais humano e vivenciando mais o maior dos mandamentos: “Amai-vos uns aos outros, como Eu vos amei!”

sábado, 27 de novembro de 2010

Como Celebrar o Natal

Matéria publicada na edição de dezembro/2009
Alguns pensam que celebrar o Natal é comemorar o aniversário de Jesus; alguns chegam até a cantar “parabéns pra você”! Coisa totalmente fora de propósito, contrária ao sentimento da Igreja e fora do sentido da celebração dos cristãos. Então, se não celebramos o aniversário de Jesus, o que fazemos no Natal?
Antes de tudo é necessário entender o que é a Liturgia, a Celebração da Igreja.
Vejamos. O nosso Deus, quando quis nos salvar, agiu na nossa história. Primeiramente agiu na história de toda a humanidade, guiando de modo secreto e sábio todos os seres humanos e sua história. Depois, Deus agiu de modo forte, aberto, intenso na história do povo de Israel, com as palavras de fogo dos profetas, com a mão estendida e o braço potente nas obras maravilhosas em benefício do seu povo eleito. Finalmente, Deus agiu de modo pleno e total, fazendo-se pessoalmente presente, em Jesus Cristo, que é o cume, o centro e a finalidade da revelação e da ação de Deus: em Jesus, tudo quanto Deus sonhou para nós se realizou de modo pleno, único, absoluto, completo e definitivo! Então, o nosso Deus não se revela principalmente com ensinamentos, com doutrinas e conselhos, mas com ações concretas e palavras concretas de amor! E tudo isso chegou à plenitude na vida, nos gestos, palavras e ações de Jesus Cristo!
Pois bem: são estas obras salvíficas de Deus, realizadas de modo pleno em Jesus, que nós tornamos presente na nossa vida quando celebramos a Santa Liturgia, sobretudo a Eucaristia! Na força do Espírito Santo de Jesus, através das palavras, dos gestos e dos símbolos litúrgicos, os acontecimentos do passado – todos resumidos em Cristo: na sua Encarnação, no seu Nascimento, Ministério, Morte e Ressurreição e no Dom do seu Espírito – tornam-se presentes na nossa vida.
Vejamos, agora, o caso do Natal. Quando a Igreja celebra as cinco festas do Natal, ela quer celebrar não o aniversarinho do menininho Jesus… O que ela quer fazer e faz é tornar presente para nós, na força do Espírito Santo, a graça da vinda do Cristo! Celebrando a liturgia do Natal, o acontecimento do passado (a Manifestação do Filho de Deus) torna-se presente no hoje da nossa vida! Na liturgia do Natal a Igreja não diz: “Há dois mil anos nasceu Jesus”! Nada disso! O que ela diz é: “Alegremo-nos todos no Senhor: hoje nasceu o Salvador do mundo, desceu do céu a verdadeira paz!” (Antífona de Entrada da Missa da Noite do Natal). Então, celebrando as santas festas do Natal, celebramos a Manifestação do Salvador no nosso hoje, na nossa vida, no nosso mundo! A liturgia tem essa característica: na força do Santo Espírito torna presente realmente, de verdade, aquele acontecimento ocorrido no passado. Não é uma repetição do acontecimento, nem uma recordação! É, ao invés, aquilo que a Bíblia chama de memorial, isto é, tornar presente os atos de salvação de Deus!
Agora vejamos: a Eucaristia é a celebração, o memorial da Páscoa do Senhor. Como é, então, que no Natal a gente celebra a Missa, que é a Páscoa? Como é que já no Natal a Igreja mete a celebração da Páscoa? É que a Eucaristia não é simplesmente a celebração da paixão, morte e ressurreição de Cristo! Essa seria uma idéia muito mesquinha, estreita! Em cada Missa é todo o mistério da nossa salvação que se faz presente, é tudo aquilo que Deus realizou por nós, desde a criação até agora… e tudo isso tem o seu centro em Jesus: na sua Encarnação, na sua vida e na sua pregação, e alcança seu cume na sua morte e ressurreição, na sua ascensão e no dom do Santo Espírito. Então, celebramos as cinco festas do Natal celebrando a Missa, porque aí o mistério, o acontecimento da nossa salvação se torna presente e atuante na nossa vida. Voltando para casa após a Missa do Natal, podemos dizer: “hoje eu vi, hoje eu ouvi, hoje eu experimentei, hoje eu testemunhei e hoje eu anuncio: nasceu para nós, nasceu para o mundo um Salvador! Ele veio, ele não nos deixou, ele se fez nosso companheiro de estrada!” Celebrando a Eucaristia do Natal, recebemos a graça do Natal, entramos em comunhão com o Cristo que veio no Natal, porque recebemos no Corpo e Sangue do Senhor o próprio Cristo que nasceu para nós, e, agora, Cristo ressuscitado, pleno do Santo Espírito! É incrível, mas a graça do Natal chega a nós mais do que chegou para Maria e José e os pastores e os magos. Porque eles viram um menininho no presépio, enquanto nós o recebemos dentro de nós, seu Corpo no nosso corpo, seu Sangue no nosso sangue, sua Alma na nossa alma, seu Espírito no nosso espírito… e não mais um menininho frágil, com esta nossa vidinha humana, mas o próprio Filho agora glorificado, com uma natureza humana imortal e gloriosa, que nos transformará para a vida eterna.
Então, que neste Natal ninguém cante parabéns para o Menino Jesus, nem fique com inveja dos pastores e dos magos… Também para nós hoje nasceu um Salvador: o Cristo ressuscitado, glorioso, que recebemos no seu Corpo e Sangue e cujo mistério celebramos nos gestos, palavras e símbolos da liturgia!
“O anjo, porém, lhes disse: Não temais; eis que vos trago boa-nova de grande alegria, que o será para todo o povo: é que hoje vos nasceu, na cidade de Davi, o Salvador, que é CRISTO, o Senhor”. (Lucas 2:10-11)

sábado, 20 de novembro de 2010

Espiritualidade Missionária

Texto publicado na edição de abril / 2010.




Toda Espiritualidade é Missionária. A Igreja nos convida a celebrar e valorizar a dimensão missionária de nossa vida cristã. Trata-se de viver realmente os compromissos do Batismo e de deixar-se guiar pelo Espírito Santo que nos faz todos missionários do Reino de Deus.

Quando Jesus faz o anúncio de sua missão, na Sinagoga de Nazaré, aparecem as várias dimensões do verdadeiro missionário: “O Espírito do Senhor está sobre mim, porque me ungiu para evangelizar os pobres; enviou-me para proclamar a redenção aos cativos e aos cegos a recuperação da vista, para restituir a liberdade aos que sofrem, e para proclamar o ano da graça do Senhor” (Lucas 4,18-19).

Quem se coloca no caminho do Espírito de Jesus vai descobrindo que a verdadeira espiritualidade é sempre missionária. Trata-se de assumir a missão de Jesus, seu projeto de vida: evangelizar, estar a serviço da vida e da esperança. Quem vive guiado pelo Espírito Santo é um eterno missionário. Os seguidores de Jesus desde sempre viveram assim: ir além, deixar casa, pai e mãe, segurança e riqueza para estarem livres para a missão que o Reino exige.

Em nossos dias, quando aumentam os conflitos de todas as naturezas, podemos nos perguntar: como devemos viver a espiritualidade cristã? Antes de tudo trata-se de fazer a experiência do encontro com o Senhor que está no meio de nós pela presença animadora do Espírito Santo. É também ir percebendo o que o Espírito vai fazendo brotar em nosso coração, sempre na dimensão pessoal e comunitária. Na verdade a atitude verdadeira do discípulo é não ser surdo ao chamado do Senhor. O Espírito faz novas todas as coisas e desperta a nossa ação com a fé, o amor e a esperança!

Ser missionário é ir ao encontro do Senhor presente em todo o mundo. É levar o Senhor e reconhecê-lo já presente em cada cultura, cada pessoa, cada experiência comunitária em favor da vida. Há um desejo de que todos os povos conheçam a Jesus, não como imposição religiosa, mas porque Ele é o grande Irmão que quer o bem, a salvação de toda a humanidade.

Quem quer ser verdadeiro cristão, seguidor de Cristo, deve se tornar totalmente missionário. Não basta ir à missa aos domingos! É preciso assumir o compromisso com o Reino de Deus que continua a sofrer violência. Onde houver uma vida ameaçada, aí o cristão é chamado a dar testemunho do Senhor em favor da vida. Comunga com a vida de Cristo, na Eucaristia, quem é capaz de comungar com a vida dos irmãos e irmãs que sofrem. É missão de todos nós! O Reino é realidade que começa já e vai mais além. Portanto, quem se deixa guiar pelo Espírito de Jesus assumindo a missão está em plena comunhão com o Senhor. Sejamos todos missionários!

Pe. Eliomar Ribeiro, S.J.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

O Escapulário

Matéria publicada nas edições de junho e julho / 2009

Nos últimos tempos, virou praticamente "moda" usar o Escapulário. Todavia, muita gente o usa como um amuleto protetor contra "coisas ruins". Mas, qual seu verdadeiro significado?
A devoção ao Escapulário de Nossa Senhora do Carmo teve início com a visão de São Simão Stock. Segundo a tradição, a Ordem do Carmo atravessava uma fase difícil entre os anos 1230-1250. Recém-chegada à Europa como nômade, expulsa pelos mulçumanos do Monte Carmelo, ela atravessava um período crítico. Os frades carmelitas encontravam forte resistência de outras ordens religiosas para sua inserção. Eram desprezados e até satirizados por sua maneira de vestir. O futuro da Ordem era dirigido por Simão Stock, homem de fé e grande devoto de Nossa Senhora. Nesta difícil situação ele compôs uma oração, que repetia constantemente:

Flor do Carmelo, Videira florescente,
Esplendor do Céu,
Mãe sempre Virgem e Singular,
Aos Carmelitas dai privilégios
Ó Estrela do Mar

Ao pedir “privilégios” o santo monge buscava junto à Mãe do Céu, sinais evidentes de proteção à Ordem a Ela dedicada. No dia 16 de julho de 1251, enquanto o piedoso Simão rezava, a Virgem apareceu. Tomando o escapulário nas mãos disse:
"Filho diletíssimo, recebe o Escapulário da tua Ordem, sinal especial de minha amizade fraterna, privilégio para ti e todos os carmelitas. Aqueles que morrerem com este Escapulário não padecerão o fogo do Inferno. É sinal de salvação, amparo e proteção nos perigos, e aliança de paz para sempre".
O escapulário era um avental usado pelos monges durante o trabalho, colocado sobre as escápulas (ombros). É uma peça do hábito que ainda hoje todo carmelita usa.
Com o tempo, estabeleceu-se um escapulário reduzido para ser dado aos fiéis leigos. Este é feito de dois quadradinhos de tecido marrom unidos por cordões, tendo de um lado a imagem de Nossa Senhora do Carmo, e de outro o Coração de Jesus, ou o brasão da Ordem do Carmo. É uma miniatura do hábito carmelita, por isso é uma veste. Quem se reveste do escapulário passa a fazer parte da família carmelita e se consagra a Nossa Senhora. Assim, o escapulário é um sinal visível da nossa aliança com Maria, onde se recebe os benefícios prometidos pela Virgem, sendo eles:
1- Quem morrer com o Santo Escapulário do Carmo não padecerá o fogo do inferno;
2- A Virgem do Carmo livrará o quanto antes, no primeiro sábado depois da morte, a quantos forem ao purgatório morrendo com o Escapulário;
3- O Escapulário do Carmo é salvação em todos os perigos, pela Virgem Santíssima do Carmo;
4- Cada vez que se beija o Escapulário, ganham-se 500 dias de indulgência;
5- O Escapulário é sinal de irmandade da Virgem Maria;
6- O Escapulário do Carmo é sinal de paz e do pacto sempre terno de concórdia, garantido por Maria Santíssima;
7- O Escapulário é sinal de salvação, pela Virgem Maria;
8- O Escapulário do Carmo está enriquecido pela Igreja com inúmeras indulgências;
9- O Escapulário do Carmo é um meio simples e prático de honrar à Virgem Maria;
10- O Escapulário do Carmo é garantia de preservação da fé e da firmeza na devoção à Virgem Maria, devoção que por sua vez é sinal de predestinação.
É importante destacar algumas atitudes que devem ser assumidas por quem se reveste deste sinal mariano:
* Colocar Deus em 1º lugar na sua vida e buscar sempre realizar a vontade D’ele.
*
Escutar a Palavra de Deus na Bíblia e praticá-la na vida.
*
Buscar a comunhão com Deus através da oração, que é um diálogo íntimo que temos com Aquele que nos ama.
*
Abrir-se ao sofrimento do próximo, solidarizando-se com ele em suas necessidades, procurando solucioná-las.
*
Participar com freqüência dos sacramentos da Igreja, Eucaristia e Confissão, para poder aprofundar o mistério de Cristo em sua vida.
* Guardar a castidade conforme o estado de vida (solteiro, casado, viúvo).
* Usar o Escapulário com reta intenção.
* Rezar à Virgem Maria pedindo sua proteção maternal.
A imposição do Escapulário do Carmo é feita uma única vez para toda a vida, por um religioso carmelita ou por um sacerdote que siga o rito estabelecido pela Igreja. Quando o Escapulário se desgastar, basta substituí-lo por um novo. Uma vez recebido, ele deve ser usado sempre, de preferência no pescoço, em todas as ocasiões, mesmo enquanto a pessoa dorme. Em casos de necessidade extrema, como doentes em hospitais, se o Escapulário lhe for retirado, o fiel não perde os benefícios da promessa de Nossa Senhora.
O escapulário não é sinal de proteção mágica: não é amuleto. Não é garantia automática de salvação. Não nos dispensa de viver as exigências da vida cristã.
O Escapulário é um sinal de aliança com Nossa Senhora, e exprime nossa consagração a Ela. Seu uso é um poderoso meio de afervorar os que vivem em estado de graça e de converter os pecadores.
Deus não deixa sem recompensa nenhum benefício feito a uma pessoa necessitada, mesmo um simples pedaço de pão dado a um indigente. Imagine, pois, como Ele recompensará quem ajudar na salvação de uma alma! Seja, portanto, você também, um ardoroso propagador do santo Escapulário! Nossa Senhora lhe retribuirá com toda espécie de graças e favores já nesta terra; e mais ainda no Céu.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

"O que vimos e ouvimos, nós vos anunciamos."

Matéria publicada no informativo de março/2010



Vamos comentar um pouco sobre a Catequese, palavra originada do grego Kat-ekhéo que significa fazer ecoar. É com esta ideia que os primeiros cristãos catequizavam, primeiro como forma de catecumenato, ou seja, a preparação dos candidatos à vivência na comunidade cristã introduzindo-os progressivamente na vida cristã, depois como aprendizagem individual, onde já não era marcante a ligação com a comunidade e sim a doutrina. No século XX a Igreja redescobriu na catequese a importância fundamental da iniciação cristã e do lugar primordial que a ela cabe na comunidade de fé.
A renovação atual da catequese nasceu para responder aos desafios de uma nova situação histórica, que exige a formação de uma comunidade cristã missionária que anuncie o Evangelho e o torne fermento de comunhão e participação na sociedade e de libertação integral do homem.
O lugar ou ambiente normal da catequese é a comunidade cristã, ou seja, ela não é uma tarefa meramente individual e sim de toda comunidade que pode ser entendida como a família (primeira comunidade educadora dos homens), a paróquia, as escolas e sabemos que atualmente surgem rapidamente muitas outras formas de comunidades. Essa situação oferece uma oportunidade para a Igreja, pois cada comunidade pode se tornar “o fermento que falta para a massa crescer”.
Cada família tem a missão de “fazer ecoar” a palavra de Deus na vida de seus filhos sendo responsáveis pela  educação na fé assim como a educação para a vida em sociedade.
A principal forma de comunicação humana é a palavra (existem outras formas) e Deus continua a falar com os homens em Cristo pelo Espírito Santo. É Ele que fala através de mediações se servindo de palavras e de acontecimentos, mas também  fala através da atuação viva das pessoas, por isso, a Igreja inspirada e guiada pelo Espírito Santo, através de seus catequistas, auxilia nossas crianças, jovens e adultos a encontrarem e percorrerem o caminho da fé.
É importante lembrar que os catequistas são pessoas voluntárias, comprometidas com o anúncio do Reino e como seres humanos possuem suas imperfeições, por isso, eles devem estar em constante formação, atualizando-se sempre dos acontecimentos para comunicarem de forma eficaz a mensagem de Cristo.
Já dizia o Papa João Paulo II “A catequese é uma urgência”.  Diante da realidade de nossa paróquia é bom pensarmos: Como nós estamos tratando nossa missão de catequizar? 

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

O Ano Litúrgico

Matéria publicada na edição de novembro/2009.

Ao contrário do ano civil que começa no dia 1º de janeiro, o Ano Litúrgico é um ciclo de festividades que apresenta todos os aspectos fundamentais da pessoa de Jesus Cristo e começa com o Ciclo do Natal, seguindo com o Tempo Comum, Tempo Quaresmal, Ciclo Pascal e novamente Tempo Comum. Ao final dessa segunda parte do Tempo Comum reiniciamos o Ciclo do Natal.
As leituras de nossas celebrações são organizadas de acordo com o tempo e o ano litúrgico, para entendermos melhor segue o esquema de divisão:  para as missas do domingo o ano litúrgico é dividido em 3 (A, B e C) em cada um desses anos é proclamado um Evangelho (A = Mateus, B = Marcos e o ano C  = Lucas) o Evangelho de João é proclamado nas festas fortes no decorrer do ano. Já para as leituras semanais o ano é divido em 2, sendo leituras para o ano Par e para o ano Impar. Cada parte do Ano Litúrgico possui uma cor  e espiritualidade específicos. Vamos percorrer de uma forma resumida o ciclo litúrgico:
ADVENTO - Início:  4 domingos antes do Natal 
Término:  24 de dezembro
Espiritualidade:  Esperança e purificação da vida
Ensinamento:  Anúncio da vinda do Messias
Cor:  Roxa – o 3º domingo do Advento tem como cor o Rosa.
NATAL - Início:  25 de dezembro
Término:  Na festa do Batismo de Jesus
Espiritualidade:  Fé, alegria e acolhimento
Ensinamento:  O filho de Deus se fez Homem
Cor:  Branca
TEMPO COMUM - 1ª PARTE - Ao todo são 34 semanas. É um tempo que nos mostra que Deus se fez presente nas coisas mais simples. É um tempo de esperança e acolhimento da Palavra de Deus.
Início:  2ª feira após o Batismo de Jesus
Término:  Véspera da Quarta-feira de Cinzas
Espiritualidade:  Esperança e escuta da Palavra
Ensinamento:  Anúncio do Reino de Deus
Cor:  Verde
QUARESMA - Início:  Quarta-Feira de Cinzas
Término:  Quarta-feira da Semana Santa
Espiritualidade:  Penitência e conversão
Ensinamento:  A misericórdia de Deus
Cor:  Roxa – o 4º domingo da Quaresma tem como cor o Rosa.
PÁSCOA - Início:  Quinta-feira Santa (Tríduo Pascal)
Término:  No Pentecostes (É celebrado 50 dias após a Páscoa. Jesus ressuscitado volta ao Pai e nos envia o Paráclito).
Espiritualidade:  Alegria em Cristo Ressuscitado
Ensinamento
:  Ressurreição e vida eterna
Cor:  Branca
TEMPO COMUM - 2ª PARTE - Início:  Segunda-feira após o Pentecostes
Término:  Véspera do 1º Domingo do Advento
Espiritualidade:  Vivência do Reino de Deus
Ensinamento:  Os Cristãos são o sinal do Reino
Cor:  Verde